sábado, 20 de dezembro de 2014

Roteiro afinado e protagonista no auge conduzem o excelente "O Abutre"

Os filmes argentinos muitas vezes não tem uma grande produção, mas o roteiro é sempre afinado. Filmes americanos geralmente tem uma grande produção, mas roteiros nem sempre muito interessantes. Ou nem sempre... muitos tem efeitos especiais fantásticos e roteiros e argumentos bem definidos, como os filmes de Christopher Nolan, por exemplo.

O que é raro de se ver é um filme americano sem grande produção que possa brilhar intensamente tanto quanto ou mais que um "Interestelar", por exemplo. Mas isso acontece e aconteceu com "O AbutreNightcrawler", do estreante diretor Dan Gilroy, irmão menos famoso de Tony Gilroy (diretor de Michael Clayton).

A história de um aproveitador psicopata que resolve tornar-se um cinegrafista amador para fornecer imagens de crimes urbanos aos jornais matutinos não parece tão genial quanto o produto final do filme. O clímax da história me deixou literalmente na ponta da cadeira do cinema por mais de 10 minutos. Tudo isso sem efeitos especiais, sem explosões, somente com uma história muito bem conduzida por um texto absolutamente redondo e pela interpretação magnífica de Jake Gyllenhaal (críticos apontam um Oscar para ele - que deveria ter vindo em Brokeback Mountain).

O personagem central, Lou Bloom, é um produto de nossa sociedade. Dentro da lógica "mate ou seja morto", ele não encontra limites para conseguir o que quer, sucesso, diante de falas que parecem saídas diretas do Google e, muitas vezes, de reuniões corporativas de qualquer grande empresa de qualquer segmento profissional. Mais do que um filme que retrata a vida de telejornais à la Datena, "O abutre" é sim um retrato da sociedade e do tipo de ser humano em que cultuamos como bem-sucedidos.

Jake Gyllenhaal perdeu 20kg e buscou ficar parecido com um coiote faminto para o papel de Lou Bloom - foto: www.eonline.com

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Questionamentos quase validam o medíocre "Exodus"

"O Deus do Antigo Testamento é talvez o personagem mais desagradável da ficção: ciumento, e com orgulho; controlador mesquinho, injusto e intransigente; genocida étnico e vingativo, sedento de sangue; perseguidor misógino, homofóbico, racista, infanticida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, malévolo." O trecho do livro "Deus, um Delírio", de Richard Dawkins, deve ter inspirado e muito o diretor e produtor Ridley Scott quando concebeu uma nova versão para uma das histórias mais marcantes da bíblia: o Êxodo.

Sim, pois o risco de se mexer com um épico do cinema como "Os 10 mandamentos" é enorme. Não há dúvidas que Ridley Scott quis novamente fazer um épico com "Exodus". Quase conseguiu com "Gladiador" (tentando seguir "Spartacus"), mas com certeza falhou em sua nova superprodução. No elenco, se Christian Bale não comprometeu, também não brilhou; os veteranos-deuses Sigourney Weaver e Ben Kingsley foram subaproveitados; e a nova safra de atores, como Aaron Paul, parece ter sofrido com a evidente má edição do filme, que deve ter perdido no mínimo uma hora da versão do diretor por razões comerciais. 

Fora a maquiagem ruim em um elenco caucasiano demais para retratar o Egito antigo. Ponto para Mel Gibson, que com "A Paixão de Cristo", além de escolher um elenco etnicamente crível, fez todo mundo falar aramaico e latim. Espetáculo!

Mas voltando ao início e ao título da postagem. Apesar de não conseguir retratar tão bem historicamente a passagem bíblica como o filme de Cecil B. De Mille (o mestre dos épicos) ou a relação fraternal de Ramsés e Moisés como a animação "O Príncipe do Egito" (onde Ralph Fiennes, dublando Ramsés, teve uma atuação melhor que qualquer ator de "Exodus"), o filme traz um elemento novo: o questionamento da posição de Deus diante de todas as pragas acontecidas no Egito e também da personalidade de Moisés. Representado por um menino, e não uma voz do além atrás de um "burning bush", Deus realmente parece ser, no mínimo, vingativo. Já Moisés é muito mais um general assassino egípcio do que um pastor errante hebreu em boa parte do filme.

Apesar destes pontos positivos, desafiadores e modernos, o filme não se sustenta como um filme de Ridley Scott com grande elenco. Esperava mais, muito mais.


A parceria entre os grandes Ridley Scott (diretor) e Christian Bale (ator) não deu liga em "Exodus" - foto: patdollard.com

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Multidimensional, "Interestelar" é novo marco da ficção científica

"Interestelar/Interstellar" é mais um filme que comprova que Christopher Nolan não erra. Não existem filmes ruins vindos dele, o que, por um lado, sempre nos coloca em um grau elevado de expectativa diante de suas produções. A sua superprodução que estreou hoje no Brasil, com o mais novo hiper-ator de Hollywood, a fênix renascida das comédias românticas idiotinhas e dos filmes de ação quase B, Matthew McConaughey, talvez seja o seu melhor filme, o que pode ser comprovado nas décadas vindouras.

O talvez venha do espetáculo que é "Dark Knight". Ali há toda a trupe técnica de Nolan, excelente, como se comprovou em "A Origem/Inception" por exemplo, aliada a interpretações fantásticas e um roteiro provocativo em cima de um tema que nunca foi levado à sério - superheróis. Nolan o tornou sério.

A ficção científica está em outro patamar dos superheróis, mas também tem um certo preconceito contra si. Os roteiros nunca são considerados os melhores, apesar de clássicos como "2001", ou as produções acabam não sendo levadas ao seu último nível de seriedade, já que não discutem temas "relevantes" ou politicamente consistentes, como o caso de "Gravidade", do ano passado, claramente o melhor filme, mas passado para trás no Oscar diante de "12 Anos de Escravidão/12 Years a Slave".

"Interestelar" não tem um roteiro ou direção melhores que "2001", um filme muito mais transcendental e aberto a interpretações e, claro, pioneiro; "Interestelar" não é melhor produzido que "Gravidade/Gravity", que claramente inspirou a filmagem espacial de Nolan, mas foi mais ousado a propor uma história que se passa exclusivamente no espaço e muito mais próximo de nossa realidade atual.

Mas "Interestelar" parece preencher as lacunas deixadas por estes dois filmes, sem os quais, obviamente, não existiria. A produção de Nolan não deixa muitas lacunas para serem imaginadas, sendo de mais fácil compreensão que o clássico de Kubrick, tornando-se um produto mais condizente com os dias atuais (#blockbusterfeelings). E em contrapartida ao filme de Cuarón, "Interestelar" é sim um filme político, ecológico e atual, que debate, de forma indireta, a exaustão dos recursos naturais e suas conseqüências devastadoras para famílias, países e o futuro da humanidade.

A história se passa em um futuro próximo, não determinado, em que culturas agrícolas são atacadas por uma praga terrível, não determinada, sobrando somente milho para ser cultivado. A fome mata bilhões de pessoas no mundo, além da dessertificação e as tempestades de areia. Em um mundo faminto, os agricultores são os mais valorizados, enquanto engenheiros (personagem de McConaughey) e outros cientistas, tem seus papéis bastante diminuídos.

Impulsionado pelo espírito científico que cultiva até mesmo com seus filhos dentro de sua fazenda (a ligação com sua filha Murphy - interpretada por Mackenzie Foy/Jessica Chastain/Ellen Burstyn - é crucial para o filme), McConaughey é convocado para uma viagem interestelar cujo objetivo é encontrar um novo mundo para que nós, humanos, possamos habitar. O elenco tem outras estrelas, como Anne Hathaway, Matt Damon, Michael Cane, John Lithgow e Casey Affleck.

A pequena Mackenzie Foy brilha em "Interestelar" - foto: www.inentertainment.co.uk

O filme também me lembra uma outra produção, que me impactou ainda mais - "A Árvore da Vida/The Tree of Life". Se o filme de Terrence Malik discute o transcendentalismo enfatizando o nosso ínfimo papel na história do universo, o filme de Nolan hipervaloriza nosso protagonismo, o que, por vezes, pode soar piegas (o que eu não achei, mas acredito que pode ser interpretado assim), mas, de verdade, tem um clímax extremamente emocionante e esperançoso.

O lado talvez mais importante do filme é o quanto ele pode popularizar as diversas teorias da física "moderna" aplicadas nele (o físico teórico Kip Thorne foi consultor do filme). Multiversos, teoria do caos, das cordas e a incrível teoria sobre a gravidade e sua capacidade de viajar no tempo e espaço (o fenômeno que acontece no quarto de Murphy explicaria muitos filme de terror- lol) podem ter a mesma influência que "Minority Report" teve sobre a nossa década (telas touchscreen por todo lado). Espero viver para ver, no mínimo, a aplicação práticas destas loucuras extremamente interessantes.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Frank Underwood: modelo da ou para sociedade?

POR RAFAEL YAMAMOTO* (spoiler alert para quem não viu a segunda temporada)



Finalmente, ele é o homem mais poderoso do mundo. De Gaffney ao Salão Oval. Ele realmente conseguiu. Homem forte, determinado, confiante e maquiavélico. Frank Underwood é um homem que todos nós deveriamos nos espelhar. Não? Aliás, ter poder e dinheiro é sinônimo de sucesso nas sociedades Ocidentais... não, não é.

Quem assiste House of Cards precisa ter cuidado. O anti-herói, representado por Kevin Spacey, não deve – e nem pode – ser visto como um modelo positivo para a nossa sociedade atual.

Dinheiro e poder não deveriam ser os nossos objetivos. Você já parou para pensar no significado da vida? “Por que estamos aqui?” “Para que vivemos?” “Será que eu deveria me matar de trabalhar para uma empresa? Qual o ponto disso?”

Quem já assistiu às duas temporadas sabe o preço que Francis teve que pagar para chegar até lá: traiu amizades, quebrou leis (jurídicas e éticas) e, acima de tudo, matou pesssoas. Ele não é um herói. Ele é o vilão do pior tipo que tem: aquele que não parece ser. Ele é tão persuasivo que ele não só manipula o governo, ele também manipula a audiência. Inclusive, audiência que ele nem ao mesmo finge que não está lá. Francis é realista. Ele sabe que estamos assistindo, e ele conversa com a gente. Olha nos nossos olhos e conta seus planos malignos que trará vantagens para ele. E só para ele. Ele nos encanta com suas piadas cínicas, seu carisma enganador e sua implacável ganância pelo poder. 

E isso me preocupa. Amigos que também assistem à serie ficam abismados e vibram com as manobras geniais de Frank. Até chegam a dizer que querem ser como ele. E isso me preocupa. Como alguém quer ter as características de Underwood? Será que é por causa do “jeitinho brasileiro”? Da Lei de Gérson? De como Frank Underwood ensina sua audiência a procurar o ponto fraco de seus oponentes e não ter piedade?

Agora, como uma pessoa com tantos pecados consegue viver? Leon Festinger, um psicólogo americano, criou a teoria da Dissonância Cognitiva. Basicamente, ele explica como nós, seres humanos, criamos e/ou, dependendo da situação, distorcemos realidade e verdades para olharmos para nós mesmos como boas pessoas. Se eu tivesse que adivinhar, diria que Frank, diferente da maioria dos políticos, é sincero consigo mesmo e não se enganaria ao dizer para sua própria consciência que está fazendo tudo isso pelo seu país. Em vez disso, ele teria coragem o suficiente de acreditar que o poder é a razão da nossa existência e apenas o poder nos trará felicidade. Não se engane pensando que Frank Underwood ficou com a consciência pesada ao matar Zoe, Peter Russo ou até mesmo o cachorro de seu vizinho.

Eu ainda tenho uma fé genuína e, talvez, ingênua na humanidade. Acredito que as necessidades humanas básicas não passam de amor, carinho e afeição. Todo o resto (ganância, inveja etc) é resultado do meio corrompido que vivemos.


Mas, quando assistir à terceira temporada de House of Cards (Fev/2015), tenha cuidado, não seja manipulado por Frank, amigo leitor. Não o veja como um modelo positivo de indivíduo. Olhe para ele como um modelo de uma pessoa que você não quer ser. A não ser que você queira ser egoísta, corrupto, infiel e podre. Porque embora a gente consiga mentir para os outros, no fundo, nós não conseguimos mentir para nós mesmos.

Cena já lendária da segunda temporada de House of Cards.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Estelar, "O Grande Hotel Budapeste" pode dar o merecido Oscar a Wes Anderson

Wes Anderson é o mais europeu dos diretores americanos. Sua originalidade estética e a linguagem escolhida para compor seus lexicamente ricos roteiros estão longe, muito longe da média do que é produzido nos EUA em décadas. Exemplos disso são seus sucessos anteriores, como "A Vida Marinha com Steve Zissou" (com Seu Jorge no elenco!), "Viagem a Darjeeling" e o fantástico "Os Excêntricos Tenenbaums". Não à toa, Anderson, mesmo com orçamentos mais parecidos com europeus que hollywoodianos, não tem problemas em conseguir reunir os melhores atores do mundo para papéis coadjuvantes em suas histórias.

O único problema de Anderson, se é que isso é um problema, foi ter criado uma assinatura tão forte e única que seus filmes davam a sensação de serem muito parecidos entre si. Este "problema" foi dissipado com "O Grande Hotel Budapeste". A história se passa em um país fictício do leste europeu no período entre as duas guerras mundiais, centrado em um personagem que administra o hotel do título logo após a contratação de um novo carregador de malas (lobby boy). Ralph Fiennes dá show como M. Gustave, um saudosista da Belle Époque, baseado no romancista austríaco radicado no Brasil Stefan Zweig, com um texto rebuscado afiado, com pitadas certeiras de coprolalia, garantindo altas (em decibéis mesmo) risadas - indicação ao Oscar garantida!

A fotografia, os cenários, as deliciosas interpretações caricatas estão lá, mas com um tempero único neste que é o melhor filme de Wes Anderson. Foto: www.vanityfair.com

Além de Fiennes, o novo filme do diretor americano tem talvez o mais estelar elenco do século: Edward Norton, Tom Wilkinson, Jeff Goldblum, Jude Law, F. Murray Abraham, Harvey Keitel, William Dafoe, Saoirse Ronan, Tilda Swinton (que vai garantir a indicação para Maquiagem - ou pelo menos deveria), Lea Seydoux, Mathieu Almaric e os onipresentes Adrien Brody, Owen Wilson e Jason Schwartzman. A novidade fica para o coadjuvante de Fiennes, o lobby boy Tony Revolori, que não se intimidou de contracenar com Fiennes.

Além do roteiro e elenco, a direção de Anderson deu ainda mais atenção a figurinos e cenários, além de prestar homenagem aos filmes alemães mudos com movimentos de câmera que remetem à década de 20 e 30, acrescentando ainda mais comicidade às cenas do fim de uma época glamourosa esmagada pelo totalitarismo e a guerra. Se "O Grande Hotel Budapeste" não é uma metáfora para passar uma mensagem à atualidade, é no mínimo uma grande realização cinematográfica em todos os aspectos técnicos (edição, fotografia, cenários, figurino, edição, som e maquiagem) e artísticos (roteiro, direção e elenco - será difícil tirar o SAG deste filme em janeiro que vem). É imperdível!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Villeneuve usa Lynch e Cronenberg para (tentar) adaptar Saramago em "O Homem Duplicado"

Li "O Homem Duplicado" de Saramago há alguns meses e o fato é que me deliciei muito mais com os enormes parêntesis narrativos que o prêmio Nobel de Literatura de 1998 fazia para tirar um sarro de seu protagonista (o famigerado Tertuliano Máximo Afonso) e todas as suas idiossincrasias e mediocridades da vida comum de um professor de História enfadonho, do que com o drama - totalmente surreal - que pode ser vivido quando se descobre que há alguém no mundo exatamente igual a você.

Jake Gyllenhaal interpreta o personagem duplicado em sua segunda colaboração com Dennis Villeneuve (a primeira foi em "Os Suspeitos"). Foto: www.sfstation.com

O motivo que me levou a ler o livro - que estava "mofando" no meu Kindle há alguns meses - foi saber que havia uma adaptação cinematográfica para a obra, dirigida pelo grande diretor canadense Denis Villeneuve - cujos dois filmes que assisti achei, um, muito bom - "Os Suspeitos/Prisioners" - e outro, absolutamente genial e impactante - "Incêndios/Incendies".

Villeneuve não caiu no mesmo erro que Fernando Meirelles na adaptação de "Ensaio sobre a Cegueira/Blindness", quando o diretor brasileiro quis praticamente seguir o livro. Se, para mim, Saramago não conseguiu ser dramático em "O Homem Duplicado" (se é que ele quis ser dramático, acho que quis muito mais criticar a inércia que temos à Ordem imposta pela sociedade muito mais por sua ridicularização a Tertuliano), em "Ensaio...", todo o drama e angústia do mundo estão ali.

O diretor canadense parece ter bebido na fonte de outros dois grandes (maiores que ele) diretores: usou o surrealismo do americano David Lynch para justificar a epígrafe da obra literária em seu filme - "O Caos é uma ordem a ser decifrada" - com a estética kafkiana e claustofóbrica do canandense David Cronenberg.

Para mim, o diretor acerta ao eliminar o humor da adaptação e de, com sucesso, concentrar todo o filme na angústia não do que é ter uma pessoa igual a você no mundo, mas sim da angústia de não saber quem é você mesmo. O Tertuliano das telas, o professor de História, tem sua história retratada no início do filme de forma repetitiva, para reforçar o quão medíocre e rotineira é sua vida. E a frase proferida por ele e que se repete é que todas as ditaduras da História tentam ter o controle sobre a situação, seja dando entretenimento ao povo, seja por outras artimanhas.

O filme mostra o personagem principal descobrindo erros em sua própria história e personalidade, que vão se misturando com a de sua "cópia" - o que fica evidente quando sua mãe (Isabella Rosselini!) afirma que ele sempre gostou de blueberries ou quando a esposa da "cópia" pergunta como foi o seu dia na escola (praticamente pistas de defeitos na "Matrix").

A cena final, que causa grande polêmica e é a maior citação à David Lynch no filme, para mim, evidencia a quebra final do mecanismo opressor da sociedade pelo protagonista, encurralando o sistema em um beco sem saída e, finalmente, decifrando a ordem caótica onde, talvez, tudo o que façamos em nossas vidas cotidianas realmente não tenha nenhum sentido. Outra detalhe que corrobora com esta interpretação é o título original em inglês, "Enemy": o inimigo não é o outro, o inimigo está além da compreensão e precisa ser decifrado para ser encurralado e, enfim, derrotado.

Se o argumento e as intenções de Villeneuve e do roteirista Javier Gullón (espanhol) são bastante abertas a interpretações, alguns pontos objetivos e altos do filme são mais claros e (também) para mim, dignos de todos os elogios: a fotografia (Nicolas Bolduc) e a trilha sonora (Danny Bensi e Saunder Jurriaans) merecem concorrer ao Oscar e ajudam a compor um clima absolutamente soturno a este filme desafiador. Assista e leia... quebre um pouco a sua cabeça!

PS: hoje faz quatro anos que Saramago se foi....  mas seus livros estão aí... vamos lê-los (vou começar mais um e depois escrevo sobre ele, sem precisar que haja uma adaptação cinematográfica para me empurrar ao Kindle).

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Dinklage e ação elevam "Game of Thrones" como fenômeno de crítica e público

A quarta temporada de "Game of Thrones" terminou ontem, com o episódio "The Children", chamado pelos produtores como "o melhor já feito" até então. Para mim, não passou de uma peça de publicidade para fechar a melhor temporada do show. O capítulo com certeza é excelente, mas muito mais arma o cenário para o quinto ano do que se constitui no melhor capítulo até aqui.

Nele, vemos elementos que fizeram deste ano o melhor da melhor série do momento: cenas de ação cinematográficas (e onde tudo, tudo mesmo pode acontecer - mocinhos quase nunca vencem por aqui) e a atuação de Peter Dinklage. O "fim" da jornada de Bran Stark pelo norte infinito e a luta do Hound contra a valorosa Brienne contam pela parte da ação; enquanto o final (o melhor sempre fica para o final), temos o embate entre Tyrion e Tywin Lannister, Peter Dinklage (favorito a todos os prêmios que a televisão pode dar - notadamente o Globo de Ouro e o Emmy) e Charles Dance, dois dos melhores atores das últimas décadas.

Tyrion (Peter Dinklage) em cena crucial de "The Children", o capítulo final da quarta temporada de "Game of Thrones". Foto: www.freakpopstudios.com.br

E disso, tiro a conclusão de quais foram os melhores momentos deste quarto ano: o nono capítulo, absolutamente cinematográfico, com a batalha no "Wall", entre "Night's Watch" e os "Wildlings" (com Kit Harrington - que não é dos melhores como ator - assumindo de vez o protagonismo do núcleo "Winter is coming") e tudo o que envolveu o julgamento de Tyrion Lannister, evidenciando o talento refinado do americano Peter Dinklage, com um sotaque britânico pleno.

Além do sucesso de crítica, "Game of Thrones" vem cavalcando forte para tomar o lugar de "The Walking Dead" como o show de maior audiência nos EUA. "GoT" já é a segunda maior audiência da história da HBO, com 13,4 milhões de espectadores (perdendo para "Sopranos", com 14,4 milhões em média em 2004). O show dos zumbis acabou seu quarto ano com 15,7 milhões, mas mais importante que a audiência é que "Game of Thrones" está em nível ascendente, enquanto Rick e o apocalipse dos mortos-vivos parece estar perdendo o fôlego.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Metafórico e com várias citações cinematográficas, "No Limite do Amanhã" surpreende

O trailer do novo filme de Tom Cruise (e a talentosa Emily Blunt - mais conhecida como a "Emily" de "O Diabo Veste Prada" - preciso ver "Young Queen Victoria" - shame on me) não parece vender muito bem a produção. Em uma era em que o cinema está infestado de CGIs e não muito repleto de bons roteiros, o que esperar de um filme em que o protagonista está em uma guerra contra alienígenas que invadem o planeta e em que ele morre repetidas vezes, até aprender a derrotá-los? Praticamente é entregar-se a tendência onde videogames e cinema só vão ter uma diferença: um você controla, o outro, você apenas assiste.

Essa era a minha expectativa sobre "No Limite do Amanhã/Edge of Tomorrow". Que bom que foi assim. Esqueci de apenas alguns detalhes: um dos roteiristas é Cristopher McQuarrie (do marco "Os Suspeitos/Usual Suspects - ok, ele também escreveu a bomba "O Turista/The Tourist) e, principalmente, o diretor é Doug Liman. Isso fez toda a diferença entre uma baixa expectativa e um ótimo filme.

Emily Blunt e Tom Cruise revivem o Dia D no século XXI no excelente "No Limite do Amanhã". Foto: cinemablend.com

As credenciais de Liman tem dois grandes filmes (que eu tenha visto): o primeiro "Bourne" (a Identidade), o filme que praticamente redefiniu os filmes e os heróis de ação (sérios) do século XXI, e o subestimado "Sr. e Sra. Smith". E é com o filme que reuniu, em todos os sentidos, o casal mais famoso do cinema atual (Brad Pitt e Angelina Jolie), que "No Limite do Amanhã" mais se aproxima. Se aquilo que parecia uma guerra de agentes secretos era na verdade uma metáfora para uma crise matrimonial em "Sr. e Sra...", "No Limite..." é uma releitura do Dia D, a invasão da Normandia, na Segunda Guerra Mundial, trazida para o século XXI (e se tornando uma possível releitura de "O Resgate do Soldado Ryan/Saving Private Ryan").

O começo do filme já quebra as pernas de qualquer preconceito que você possa ter contra o filme, com um Tom Cruise covarde diante de um duro coronel interpretado por Brendan Gleeson. Toques de humor, negro por vezes, como o atropelamento de Cruise por um caminhão, afastam o filme de qualquer tom de patriotada esperado. E o desespero dramático da repetição exaustiva de um mesmo dia, em oposição à comicidade do melhor filme sobre um eterno dejà vu ("Feitiço do Tempo/Groundhog Day"), também alijam "No Limite..." de qualquer semelhança com videogames.

No final, há ainda um dejà vu de "O Código DaVinci", mas não vou falar mais... até porque, tudo o que escrevi pode ser apenas o que eu li do filme. Talvez o filme seja apenas um retrato de situações em que não importe quem você seja, você apenas tem que fazer, a todo o custo, o que deve ser feito.

Na releitura de "Bela Adormecida", "Malévola", quem dorme é você

Ok. Muitos podem dizer que "Malévola/Maleficent" é uma forma de retirar o simplismo manequeísta das histórias infantis, contando as razões pelas quais alguém é levado a fazer o mal e que pode existir o arrependimento. Sim, e é exatamente isso. A palavra chave é "infantis". O filme é realmente estritamente voltado para o público infantil, apesar do tratamento de efeitos especiais de primeira, mas que não traz novidade alguma, e a ambientação feita pela direção de arte e figurinos, que, surpreendentemente, podem ser indicados ao Oscar.

O visual de "Malévola" é o único trunfo do filme. Foto: www.flickeringmyth.com

Apesar do roteiro e tentativa de argumentos fracos, Angelina Jolie e, principalmente, a escolha de Sharlto Copley (o protagonista do filme-surpresa sulafricano "Distrino 9") são os pontos fortes para os adultos. Jolie está bem, mas Copley é a medida certa da ambiguidade entre o mocinho sedutor e o vilão shakespeariano.

Vá, mas com suas filhas ou sobrinhas (de uns 8 a 13 anos). Só assim mesmo.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Franquia X-Men promove auto-reboot em "Days of Future Past/Dias de um Futuro Esquecido"

Um dos filmes mais esperados do ano estreou hoje. O novo "X-Men: Days of Future Past" tem um enredo muito parecido com alguns dos quadrinhos que lia em meados da década de 90, com um futuro apocalíptico onde os mutantes eram caçados por sentinelas. Mas no filme que marca a volta de Brian Singer à direção da franquia (foi diretor dos dois primeiros e produtor no restante), os sentinelas são muito mais perigosos que nos quadrinhos ou no ultra-cult desenho animado que passava na TV Colosso - eles são uma mistura de Vampira com Mística, capazes de se adaptar e enfrentar os mutantes com suas respectivas "kriptonitas".

Para evitar a extinção, os X-Men dão um jeito de mandar a consciência de Wolverine (Hugh Jackman) para o passado e conter a cadeia de eventos que leva os personagens à derrocada. A viagem no tempo leva os expectadores ao reencontro com o elenco do melhor filme da franquia, "First Class", com James McAvoy (Professor Xavier), Michael Fassbender (Magneto) e Jennifer Lawrence (Mística). Além disso, o vilão neste filme é o excelente Peter Dinklage (o Tyrion Lannister de "Game of Thrones").

Wolverine (Jackman) pode ser o chamariz da bilheteria da franquia, mas o ying-yang de Xavier/Magneto e as magníficas interpretações de McAvoy e Fassbender são a beleza da nova fase dos filmes dos X-Men

Se a história fica bem aquém de "First Class/Primeira Classe" (onde conhecemos as origens dos personagens e a questão da xenofobia e intolerância está muito presente e bem retratada), os efeitos realmente são de tirar o fôlego, além de um elenco muito afiado. E é o elenco a grande razão da existência do filme. "Days of Future Past" prepara a série de filmes de X-Men para um novo presente, onde até mesmo Jean e Scott (dois personagens centrais nos quadrinhos) estão de volta, além da manutenção dos Oscarizados/Oscariáveis (McAvoy-Fassbender-Lawrence) citados acima. É um "Control+Alt+Del" em tudo o que foi feito para que novos filmes com os novos protagonistas sejam produzidos.

PS: fiquem até o final, que mostra cenas do próximo filme, X-Men: Apocalypse (2016)

American Idol XIII: o gordo rock&roll ganhou (mas a lindinha irá vender mais discos!)

Desde o Top 8 do reality show mais assistido do mundo achei que Jena Irene seria a vencedora: 17 anos, cara e jeito de melhor amiga de todo mundo, com uma voz inconfundível e com setlist totalmente do século XXI - e mais - desta década deste século. Mas Caleb, que parece aquele gordo chato que não para de falar, realmente foi o cantor que mais impressionou durante toda a (fraca) temporada do American Idol.

No começo do programa final que foi ao ar ontem à noite nos EUA (com queda de 28% de audiência em relação ao ano passado, que coroou a soul-R&B singer Candice Glover), o apresentador Ryan Seacrest fez aquele esquema de gincana: "quem está torcendo para a Jena/Caleb?"... os gritos a favor do gordo-rocker foram nitidamente maiores (para a minha surpresa), antecipando a sua vitória.

Caleb Johnson, 22, é o vencedor da 13ª temporada do American Idol.

O show final teve boas surpresas, como Alex Preston cantando com Jason Mraz, Jena com Paramore (muito divertido) e Caleb com Kiss (mostrando a predileção pela década favorita do vencedor - the 80's), e a colaboração dos juízes (ponto alto da temporada - Keith Urban, Jennifer Lopez e Harry Connick Jr.) além de micos, com Seacrest cantando Richard Marx (justo a primeira música que eu aprendi a cantar em inglês - "Right Here Waiting").

Seguem os vídeos da minhas apresentações preferidas dos Top 3:

Alex Preston / "Say Something":




Jena Irene / "Bring Me To Life":




Caleb Johnson / "Dream On"



segunda-feira, 19 de maio de 2014

McBrasil é o favorito campeão; será que a Seleção consegue?

O McBrasil (vendido aos domingos) ganha, por um nariz, do McArgentina (vendido às sextas) com o melhor sanduíche dos "Favoritos McDonald's". Tá certo que isso não é lá grande coisa, pois os dois são os únicos que realmente valem a pena. A maionese e o vinagrete casam perfeitamente com o queijo ementhal (acho que o McDonald's tem um estoque de ementhal pra vencer, por isso colocou em quase todos os sanduíches) e valorizou os dois hambúrgueres de angus. Deu vontade de comer outro...

McBrasil: carne Angus, queijo ementhal, alface, vinagrete e maionese no pão especial. Foto: McDonald's.


Todo mundo só comenta entre uma final entre as duas potências sulamericanas. Eu acredito que o Brasil seja sim o favorito máximo da Copa, muito por conta da sua performance na Copa das Confederações. Eu não acredito muito é na Argentina no dia 13 de julho no Maracanã. O Brasil tem um Grupo A acessível, com Croácia, México (tradicionalmente perigoso - vide Copa das Confederações de 1999 e Olimpíadas de 2012) e Camarões.

Como se alguém não soubesse, segue a lista de Felipão, com os sete suplentes:

Goleiros: Jefferson (Botafogo), Julio César (Toronto F.C) e Victor (Atlético-MG)
Zagueiros: Dante (Bayern de Munique), David Luiz (Chelsea), Henrique (Napoli) e Thiago Silva (Paris Saint-Germain)

Laterais: Daniel Alves (Barcelona), Maicon (Roma), Marcelo (Real Madrid) e Maxwell (PSG)

Meio-campistas: Fernandinho (Manchester City), Hernanes (Inter de Milão, Luiz Gustavo (Wolfsburg), Oscar (Chelsea), Paulinho (Tottenham), Ramires (Chelsea) e Willian (Chelsea)

Atacantes: Bernard (Shakhtar), Fred (Fluminense), Hulk (Zenit), Jô (Atlético-MG e Neymar (Barcelona)

Suplentes:
Goleiro: Diego Cavalieri (Fluminense)
Defensores: Rafinha (Bayern de Munique), Miranda e Filipe Luis (Atlético de Madrid)
Meias: Lucas Leiva (Liverpool) e Lucas (PSG)
Atacante: Alan Kardec (São Paulo)

domingo, 18 de maio de 2014

"Bigmaczado", McEUA não chama a atenção; US Team conseguirá?

Segundo dia de "Favoritos McDonald's" com sanduíche de hambúrguer angus (sábado), temos um decréscimo em relação ao McArgentina (sexta). O McEUA parece muito um Big Mac com carne um pouquinho melhor, o que, no mínimo, faz o sanduíche perder no quesito novidade. Além disso, é óbvio que os EUA foi incluído muito mais pela empresa ser americana do que pela seleção ter alguma chance de erguer a taça no Maracanã no dia 13 de julho.

McEUA: Carne Angus, molho barbecue, bacon, mix de folhas, picles e cebola crispy no pão especial. Foto: McDonald's. 

O US team, dirigido pela lenda alemã Jürgen Klinsmann, tem alguns bons jogadores, como os meias-atacantes Dempsey e Donovan, o goleiro Tim Howard, o volante Michael Bradley e o meia-atacante DeMarcus Beasley (que agora joga como lateral no Puebla-MEX), já rodados, e algumas jovens esperanças, como o atacante Josy Altidore (que acho que algum time brasileiro poderia tentar tirar do Sunderland para jogar aqui no Brasil e ser uma excelente jogada de marketing, além de uma boa aquisição técnica).

As chances de classificação são pequenas em um grupo também considerado da morte (além do D, com Inglaterra, Itália, Uruguai e Costa Rica). O Grupo G tem os favoritos Alemanha e Portugal, além de Gana, que tecnicamente também parece ser superior aos EUA.

Seleção americana tenta passar de fase em um grupo difícil. Foto: http://www.ussoccer.com/stories/2014/05/12/13/23/140512-mnt-prelim-roster

Confira a lista dos jogadores dos EUA:

GOLEIROS (3) : Brad Guzan (Aston Villa), Tim Howard (Everton), Nick Rimando (Real Salt Lake)

DEFENSORES (11) : DaMarcus Beasley (Puebla), Matt Besler (Sporting Kansas City), John Brooks (Hertha Berlin), Geoff Cameron (Stoke City), Timmy Chandler (Nürnberg), Brad Evans (Seattle Sounders FC), Omar Gonzalez (LA Galaxy), Clarence Goodson (San Jose Earthquakes), Fabian Johnson (Hoffenheim), Michael Parkhurst (Columbus Crew), DeAndre Yedlin (Seattle Sounders FC)

MEIAS (10) : Kyle Beckerman (Real Salt Lake), Alejandro Bedoya (Nantes), Michael Bradley (Toronto FC), Joe Corona (Club Tijuana), Brad Davis (Houston Dynamo), Mix Diskerud (Rosenborg), Maurice Edu (Philadelphia Union), Julian Green (Bayern Munich), Jermaine Jones (Besiktas), Graham Zusi (Sporting Kansas City)

ATACANTES (6) : Jozy Altidore (Sunderland), Terrence Boyd (Rapid Vienna), Clint Dempsey (Seattle Sounders FC), Landon Donovan (LA Galaxy), Aron Johannsson (AZ Alkmaar), Chris Wondolowski (San Jose Earthquakes)

sábado, 17 de maio de 2014

McArgentina está em outro nível; hermanos, nem tanto

Eu desconfiava que os hambúrgueres com carne de angus  (e em dobro ainda) levariam vantagem sobre os outros favoritos lançados pelo McDonald's. A confirmação veio com o primeiro deles, o McArgentina. Bom, tudo que tem carne de angus (espero que seja mesmo), molho chumichurri (ou algo baseado nele) e bacon (que afinal, é vida!) não pode ser ruim. E em comparação com os outros (McEspanha, McFrança e até os bons McItália e McAlemanha), o McArgentina dá de goleada.

McArgentina: Carne Angus, queijo cheddar, molho chimichurri, bacon, alface e tomate no pão especial.

Já em campo, a seleção do técnico Alejando Sabella gera medo tanto no ataque quanto na defesa. O ataque, capitaneado por um dos melhores jogadores de todos os tempos, Lionel Messi, causa medo nos adversários; já a defesa, provoca pavor nos argentinos. O grupo da Argentina, o F, é o mais acessível da Copa: Nigéria, Bósnia e Irã.

A convocação de Sabella já indicava uma polêmica: a ausência de Carlitos Tevez, confirmada com os 30 nomes divulgados. Já sabemos qual será a lamentação com a (provável) eliminação dos hermanos.

Nicolás Otamendi, zagueiro do Atlético-MG, será o único atleta da Copa a se concentrar com sua seleção no mesmo CT em que treina todos os dias. Foto: Maurício Paulucci - www.globoesporte.com.br

Confira os nomes:

Goleiros: Mariano Andújar (Catania), Agustín Orion (Boca) e Sergio Romero (Mónaco).

Defensores: José Basanta (Monterrey), Hugo Campagnaro (Inter), Martín Demichelis (Manchester City), Federico Fernández (Napoli), Ezequiel Garay (Benfica), Lisandro López (Getafe), Gabriel Mercado (River), Nicolás Otamendi (Atlético Mineiro), Marcos Rojo (Sporting de Lisboa) e Pablo Zabaleta (Manchester City).

Meio-campistas: Ricardo Álvarez (Inter), Éver Banega (Newell´s), Lucas Biglia (Lazio), Angel Di María (Real Madrid), Augusto Fernández (Celta), Fernando Gago (Boca), Javier Mascherano (Barcelona), Enzo Pérez (Benfica), Fabián Rinaudo (Catania), Maximiliano Rodríguez (Newell´s) e José Sosa (Atlético de Madrid).

Atacantes: Sergio Agüero (Manchester City), Franco Di Santo (Werder Bremen), Gonzalo Higuaín (Napoli), Ezequiel Lavezi (PSG), Lionel Messi (Barcelona) e Rodrigo Palacio (Inter).

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Elenco cult engana desavisados em "Godzilla"

Estreou nesta quinta a enésima versão do monstro japonês que destrói grandes cidades há mais de 60 anos no imaginário da cultura pop. E com um elenco formado por Bryan Cranston (que ganhou todos os prêmios da TV com a série cult "Breaking Bad"), a francesa Juliette Binoche (ganhadora do Oscar por "O Paciente Inglês" e vencedora do César por "A Liberdade é Azul"), o japonês Ken Watanabe (indicado ao Oscar por "O Último Samurai"), a adorável maluquete inglesa Sally Hawkins (indicada ao Oscar este ano por "Blue Jasmine") e o cult David Strathairn (indicado ao Oscar por "Boa noite, Boa Sorte") não há como não conferir.

Mas o filme é decepcionante e perde totalmente seus poucos atrativos quando este elenco vai se apagando para dar lugar ao protagonismo do esforçado (inglês!?) Aaron Taylor-Johnson (se bem que Strathairn também fica do lado canastrão aqui). Depois que o personagem de Cranston morre (ah, spoiler de filme ruim não é pecado!), você percebe que o texto é muito, muito ruim... Cranston, Binoche, Hawkins e Watanabe é que davam alguma credibilidade a ele.

Incursão arriscada de Cranston no mundo dos blockbusters. Entre mortos (inclusive ele) e feridos, o astro de "Breaking Bad" se salva da bomba. Foto: ontheredcarpet.com
Depois disso, vemos uma batalha de efeitos especiais que em nada acrescentam ao que já vimos nos últimos oito anos de cinema. Pule este e aguarde o novo X-Men.

Se McItália é tradicional, Azurra muda tudo para surpreender

Hoje fui comer o McItália e tive um dejá vu - os ingredientes são os mesmos da Copa passada (e bastante estereotipados): polpettone, peperoni, queijo ralado e molho de tomate com manjericão no pão especial. O sanduíche não é ruim, mas é o menor dos participantes a promoção e provavelmente não vai ser o melhor (diante dos três dias seguintes, em que o hambúrguer de angus é a estrela - EUA, Argentina e Brasil).

McItália não muda desde 2010, diferente da Azurra. Foto: McDonald's.

Já a seleção italiana mudou radicalmente seu esquema tático e filosofia. Se o catenaccio, a prioridade da defesa e esquemas que 4-5-1 ou 5-4-1 eram frequentes, o técnico Cesare Prandelli colocou a Azurra no ataque e prioriza o 4-3-3, com Balotelli sendo o homem-gol. O problema é o Grupo da morte, o D, com Inglaterra, Uruguai e o saco de pancadas Costa Rica. Será que a Itália passa?

O volante brasileiro Rômulo foi surpreendido com sua primeira convocação para a Azurra. Foto: globoesporte.globo.com
Veja abaixo a lista de 30 pré-convocados da Itália:

Goleiros: Gianluigi Buffon (Juventus), Mattia Perin (Genoa), Salvatore Sirigu (Paris Saint Germain) e Antonio Mirante (Parma).

Defensores: Ignazio Abate (Milan), Andrea Barzagli (Juventus), Leonardo Bonucci (Juventus), Giorgio Chiellini (Juventus), Matteo Darmian (Torino), Mattia De Sciglio (Milan), Christian Maggio (Napoli), Gabriel Paletta (Parma), Manuel Pasqual (Fiorentina) e Andrea Ranocchia (Inter).

Meio-campistas: Alberto Aquilani (Fiorentina), Antonio Candreva (Lazio), Daniele De Rossi (Roma), Claudio Marchisio (Juventus), Riccardo Montolivo (Milan), Thiago Motta (Paris Saint Germain), Marco Parolo (Parma), Andrea Pirlo (Juventus), Rômulo (Verona) e Marco Verratti (Paris Saint Germain).

Atacantes: Mario Balotelli (Milan), Antonio Cassano (Parma), Alessio Cerci (Torino), Mattia Destro (Roma), Ciro Immobile (Torino), Lorenzo Insigne (Napoli) e Giuseppe Rossi (Fiorentina).

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Seleção francesa tenta escapar do adjetivo do McFrança: enjoativo

Quarta-feira é o dia do McFrança no McDonald's. Parece que os sanduíches de frango são o fraco da seleções neste ano: depois de um McEspanha onde fortes sabores disputam o paladar, o McFrança parece um amontoado de sabores "pastéis" em que você não vê a hora de acabar: frango Crispy, queijo emmenthal, tomate, mix de folhas, queijo ralado, cream cheese com ervas no pão especial.

Você torce para que o McFrança acabe logo - não vale apena. Foto: McDonald's

Já a seleção francesa tem ingredientes/jogadores bons, mas que quando se juntam, ficam aquém das expectativas. A Copa pode ser uma boa oportunidade para que eles digam o contrário. Em um grupo acessível para a segunda fase (Grupo E, com Suíça, Honduras e Equador), os franceses podem ter o tempo suficiente para engrenar nestes três jogos e ganhar o moral necessário para tentar o (improvável) bicampeonato mundial.

Segue a lista do técnico Didier Dechamps (campeão em 1998 como jogador):

Griezmann é o mais destacado jovem talento francês para esta e as próximas Copas. Foto: www.bolanarede.pt
- Goleiros: Hugo Lloris (Tottenham), Steve Mandanda (Marselha), Mickaël Landreau (Bastia)

- Zagueiros: Mathieu Debuchy (Newcastle), Lucas Digne (PSG), Patrice Evra (Manchester United), Laurent Koscielny (Arsenal), Eliaquim Mangala (FC Porto), Bacary Sagna (Arsenal), Mamadou Sakho (Liverpool), Raphaël Varane (Real Madrid)

- Meio-campistas: Yohan Cabaye (PSG), Clément Grenier (Lyon), Blaise Matuidi (PSG), Paul Pogba (Juventus), Rio Mavuba (Lille), Moussa Sissoko (Newcastle), Mathieu Valbuena (Marselha)

- Atacantes: Karim Benzema (Real Madrid/ESP), Olivier Giroud (Arsenal), Antoine Griezmann (Real Sociedad), Franck Ribéry (Bayern de Munique), Loïc Rémy (Newcastle)

- Reservas: Stéphane Ruffier (Saint-Etienne), Maxime Gonalons (Lyon), Morgan Schneiderlin (Southampton), Rémy Cabella (Montpellier), Alexandre Lacazette (Lyon), Loïc Perrin (Saint-Etienne), Benoït Trémoulinas (Saint-Etienne)

terça-feira, 13 de maio de 2014

Com tudo combinando, McAlemanha espelha seleção germânica

Depois do decepcionante McEspanha, a terça-feira trouxe a boa surpresa do McAlemanha. Diferente do sanduíche da outra favorita para levantar a taça no Maracanã em julho, o sanduíche que representa os germânicos traz ingredientes harmônicos: carne suína em formato de costelinha, alface, queijo com pimenta, picles, cebola roxa e molho de mostarda alemã no pão especial.

O grande trunfo talvez seja a carne suína, que não está no cardápio do McDonald's, constituindo-se uma verdadeira novidade (este tipo de hamburguer já figurou em outros sanduíches, mas sempre por tempo limitado). E o melhor - os outros ingredientes não atrapalham.

McAlemanha e seus ingredientes que dão jogo: Carne suína em formato de costelinha, alface, queijo com pimenta, picles, cebola roxa e molho de mostarda alemã no pão especial. Foto: McDonald's


Em comparação à seleção alemã, não há um craque absoluto e único, mas vários bons jogadores que se completam e estão muito bem entrosados, graças à manutenção de muitos nomes da renovada seleção de 2010, que mostrou o futebol mais bonito da Copa, e mais alguns novos garotos que surgiram depois, como Draxler e o craque Götze.

O ingrediente secreto talvez seja o veterano Miroslav Klose, que tem 14 gols na história das Copas e vem para o Brasil para destronar Ronaldo, o artilheiro de todas as Copas com 15 gols. Klose e Khedira (volante) estão lesionados e são as únicas preocupações do técnico Joachim Low, aquele que come meleca do nariz em frente de bilhões de pessoas (devia comer um McAlemanha... garanto que é melhor!).

Confira a lista do cara que a mãe não estava presente para prevenir hábito tão repugnante (30 foram chamados, mas somente 23 ficarão na lista de 2 de junho - fonte: ESPN):

Miroslav Klose: em 2002, contra a Arábia Saudita, o polonês naturalizado alemão marcou três vezes. Foto: Lance!


Veja a lista dos 30 convocados da Alemanha:

Goleiros: Manuel Neuer (Bayern de Munique), Roman Weidenfeller (Borussia Dortmund) e Ron-Robert Zieler (Hannover 96)

Defensores: Jérome Boateng (Bayern de Munique), Erik Durm (Borussia Dortmund), Matthias Ginter (Freiburg), Benedikt Höwedes (FC Schalke), Mats Hummels (Borussia Dortmund), Marcell Jansen (Hamburger), Philipp Lahm (Bayern de Munique), Per Mertesacker (Arsenal/ING), Shkodran Mustafi (Sampdoria/ITA) e Marcel Schmelzer (Borussia Dortmund)

Meio-campistas: Lars Bender (Bayer Leverkusen), Julian Draxler (Schalke 04), Leon Goretzka (Schalke 04), Mario Götze (Bayern de Munique), Kevin Grosskreutz (Borussia Dortmund) André Hahn (Augsburg), Sami Khedira (Real Madrid), Toni Kroos (Bayern de Munique), Maximilian Meyer (Schalke 04), Thomas Müller (Bayern de Munique), Mesut Özil (Arsenal/ING), Lukas Podolski (Arsenal/ALE), Marco Reus (Borussia Dortmund) e Bastian Schweinsteiger (Bayern de Munique).

Atacantes: André Schürrle (Chelsea/ING), Miroslav Klose (Lazio/ITA) e Kevin Volland (Hoffenheim)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Diferente da seleção, McEspanha é mistura que não deu certo

Os sanduíches da Copa voltaram ao McDonald's e como fiz esta relação de sanduíches-seleções na Copa passada, volto a fazer em 2014. A semana fast-foodiana começa com uma das favoritas ao caneco, a última campeã, a Espanha. Os ingredientes são fortes, assim como os jogadores... mas diferente dos craques espanhóis, eles não deram liga no sanduba.
McEspanha é bonito na foto, mas é estranho na boca. Foto: McDonald's

Frango crispy, copa, maionese de oliva, mix de folhas, tomate e queijo com pimenta no pão especial (assim diz o site oficial). A copa (não seria melhor e mais espanhol chamar de jamón?) fica sendo o sabor que consegue prevalecer no meio de tantas coisas com personalidade. A maionese de oliva talvez tenha entrado para aliviar o gosto do queijo com pimenta, que mal aparece. O mix de folhas também parece um intruso e o pão, bem, o pão do McDonald's não tem nada de especial e sempre parece algo muito industrializado.

Quanto ao selecionado, o técnico Vicente Del Bosque fez bem ao deixar para depois da final da Liga dos Campeões a lista de jogadores (será anunciada no dia 25). Pela primeira vez na história, o maior campeonato de clubes do mundo terá a decisão entre dois times da mesma cidade, Madrid, entre o primo-rico, o Real, e o primo-pobre, o Atlético.

Farei uma atualização no post com a lista, mas as perspectivas da Espanha mudaram desde a derrota na final da Copa das Confederações para o Brasil, em 2013. Ainda favorita, a "Fúria" perdeu o status de principal favorita, figurando, junto a Brasil e Alemanha, entre os principais aspirantes ao título.

Atualizado em 31/05 (Del Bosque que atrasou! #bigodudodosinfernos...heheheheh):

Goleiros: Iker Casillas (Real Madrid), Reina (Napoli) e De Gea (Manchester United)
Defensores: Azpilicueta (Chelsea), Ramos (Real Madrid), Piqué (Barcelona), Albiol (Napoli), Juanfran (Atlético de Madri), Javi Martínez (Bayern de Munique) e Jordi Alba (Barcelona)
Meias: Xabi Alonso (Real Madrid), Busquets (Barcelona), Koke (Atlético de Madri), Mata (Manchester United), Pedro (Barcelona), Silva (Manchester City), Xavi (Barcelona), Cazorla (Arsenal), Iniesta (Barcelona) e Fábregas (Barcelona)
Atacantes: Diego Costa (Atlético de Madri), Torres (Chelsea) e Villa (Atlético de Madri)

terça-feira, 6 de maio de 2014

Realidade dá credibilidade à volta de Jack Bauer / 24: Live another day

Ao longo dos últimos 10 anos, muito vi pessoas simplesmente jogar palavras no Google para conferir sua correta grafia ou aceitar os primeiros resultados ou as primeiras linhas de um resultado como verdade absoluta. A era da informação facilitou o nosso acesso a elas, mas o seu processamento, sua interpretação, ainda tem que contar com um cérebro bem formado e alimentado de cultura e senso crítico.

Este parece ser o mote principal para o retorno de uma das séries de fez com que a televisão nos EUA hoje seja o palco das mais interessantes e provocativas histórias, em vez do cinema ou do teatro, dominantes em outras épocas. "24", a série em tempo real que tem como "herói" um agente americano que sempre está na ponta da pressão de agir em menos de 10 segundos e ter que lidar com as consequências depois, está de volta.

Jack Bauer (Kiefer Sutherland) e Chloe O'Brien (Mary Lynn Rajskub) retornam em cenário diferente: Londres. Foto: MTV.com

Mas se na oitava temporada as desventuras de Jack Bauer já não tinham mais fôlego, o que ele está fazendo novamente na TV? A realidade se encarregou disso: Edward Snowden, Julian Assange, a vigilância americana à chefes de estados e a todos nós e o uso de drones para fins militares entraram em pauta. E justamente a segurança do uso dos mesmos, hackeados por um terrorista, agitou os dois primeiros capítulos de "24: Live Another Day", que foi ao ar ontem na FOX americana e chega hoje à versão brasileira do canal.

Obviamente, quem é fã não vai mais se surpreender com as reviravoltas que as primeiras impressões dos personagens causam. Mas antes uma série na TV que discuta algo relevante e atual sem ser previsível que o contrário.

sábado, 3 de maio de 2014

American Idol: Nerd dark horse, Alex Preston

Desde a eliminação da cambaleante (e antes apenas envolvente) Majesty Rose, no top 9, a 13ª edição de American Idol começou a apontar para dois favoritos - a estrela adolescente candidata a sucessora de Kelly Clarkson (a primeira vencedora do programa), Jena Irene, e o chubby rocker Caleb Johnson. Com performances consistentes e vozes impactantes, os dois têm impressionado semana a semana em uma temporada fraca no maior reality do planeta.

A minha aposta para o Top 3 sempre foi Alex Preston. O "white-guy-with-a-guitar" desta temporada é muito diferente do esteriótipo que vinha preocupando a audiência e a crítica do programa, já que da sétima até a 11ª temporadas só dava eles: o pop-rocker David Cook (meu idol favorito!), o guy-next-door Kris Allen, o atendente de loja de departamento Lee DeWyze, o countryboy Scotty McCreery e o hipster Phillip Phillips (a soul-singer Candice Glover ganhou a 12ª edição, acabando com a "era"). 

Alex é o nerd/geek que fica trancado em seu quarto fazendo malabarismos com as melodias das mais variadas músicas e precisa apenas de uma voz apurada, mas que não chega a "put the roof down", e o dedilhar do violão para conseguir chegar onde muitos duvidavam: o Top 5 do American Idol.

E nele, Alex fez a apresentação da semana, um dos momentos mais memoráveis da temporada, com a versão de "Say Something", do grupo "A Great Big World" (não conhecia o grupo e nem a música, que ficou melhor na voz de Alex!). Será que isso será o suficiente para quebrar a final que já está praticamente acertada? Fora deste estilo de música, Alex não consegue performances que se equivalem, na presença de palco, aos favoritos. Mas, pro meu gosto, vou preferir comprar o CD do Alex ao do Caleb. Vamos ver se Alex Preston conseguirá repetir o feito de Kris Allen e surpreender a todos...


domingo, 27 de abril de 2014

Bonito espetáculo do rugby do Brasil na Arena Barueri

Por muitos anos, uns 60% das pessoas que me conhecem acham que eu joguei rugby... no metade do tempo em que isso foi afirmado com veemência, havia desistido de negar. Sempre soube que era muito diferente, já vi na televisão e tudo mais, mas nunca ao vivo. Hoje (26/04), tive a oportunidade de conhecer presencialmente tanto mais um esporte bretão quanto a Arena Barueri. Ambos me impressionaram de forma bastante positiva.

Não adianta neste relato eu tentar dar alguma opinião tática (técnica até poderia, mas vou passar) sobre a partida Brasil x Chile, válida pelo Campeonato Sulamericano da modalidade (algo que só soube horas antes de ir para o estádio), pois realmente rugby é muito diferente do futebol americano.

O Brasil derrotou o Chile pela primeira vez em jogos oficiais: 24 x 16. Foto: Victor Romualdo Francisco

O que gostaria de falar é sobre a ética inerente ao esporte. É algo em que uma lesão grave e uma grande jogada tem uma linha tão tênue entre si que somente a ética de quem o joga o torna algo absolutamente leal e feroz, ao mesmo tempo. A luta pelas jardas se parece muito com o futebol americano, mas o instinto kamikaze talvez seja ainda maior.

Outro detalhe é o público. Mais de 2 mil pessoas fizeram uma bonita festa na Arena Barueri. Aprendi que, assim como no futebol americano, há momentos em que a torcida deve fazer silêncio também - as conversões, que seriam como extra-points ou field goals. O que não sabia é que a torcida exige silêncio neste mesmos momentos quando o adversário está para pontuar. Desculpe, mas realmente, não parecia que estava no Brasil...

O que também estava acima da média corriqueira do Brasil é o estádio. Chegando em Barueri, placas o levam com tranquilidade à Arena, que conta com um bom estacionamento subterrâneo (R$ 30,00) e externo (sem flanelinhas!). O banheiro era mais limpo que o do estádio de Wembley na final da UEFA Champions League, mas perdeu para o Estádio da Luz, em Lisboa.

Ah, voltando a falar sobre o jogo, sou pé-quente: foi a primeira vez que o Brasil venceu o Chile em Campeonatos Sulamericanos: 24 x 16 para os Tupis (é assim que somos conhecidos, em vez de "canarinhos", para o futebol, ou "onças", para o futebol americano).

Saiba mais sobre a Seleção Brasileira de Rugby em sua página no Facebook. Foi por ela que soube da realização da partida.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

American Idol: A front-runner (at last)

Se a produção e a edição da edição 13 do reality-show de maior audiência dos EUA melhoraram e o programa teve como grande novidade a inclusão do afiado, técnico e divertido Harry Connick Jr., os participantes não são dos melhores castings já reunidos dos últimos anos do American Idol.

Jena Irene, 17, mostra muita confiança e personalidade e deve ser a vencedora da 13ª edição do reality. Foto: www.americanidol.com 

Mas chegando ao Top 6, finalmente já está claro quem são os dois candidatos mais fortes a vencer o programa. Vinda da repescagem e com apenas 17, Jena Irene tem uma voz incrivelmente moldada para cantar o pop-rock atual sem fazer feio. Melhorando semana a semana, ela já tem no mínimo uma grande apresentação para ficar para a história do programa, com um cover de Evanescence.

O provável desafiador da menina que tem um quê de Kelly Clarkson (a primeira vencedora do programa) é o chubby-rocker Caleb Johnson. Com uma voz poderosa, vai ficar faltando para ele a empatia que Jena tem tanto com meninos como meninas adolescentes, os principais votantes do reality. Se bem que ele tentou e conseguiu o melhor "tender-moment" da temporada até agora com "Faithfully".

O terceiro posto vai para o geek-hipster Alex Preston. Músico de escolhas, arranjos e rearranjos geniais, falta para Preston um pouco menos de Asperger para poder conquistar uma parcela do público e quem sabe ter a chance de ser o Kris Allen da vez (beeeeemmmmm difícil). Mas o cara sabe fazer com que qualquer música soe como dele... o que dizer desta versão de "Every Breath You Take"?

O restante dos concorrentes realmente já falharam bastante e ou já cairam fora ou estão apenas esperando a sua vez.... Jessica Meusse é antipática, fria e não consegue transparecer emoções; C.J. é apenas emoção; e Sam Wolf está lá apenas por ser "mais um rostinho bonito".

Vamos ver se estas previsões se confirmam em maio, na noite de maior audiência da TV americana, tirando o SuperBowl, é claro!


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Depois de movimentos sutis, Game of Thrones tem xeque-mate

A nova temporada de Game of Thrones estreou na semana passada com suas peças sendo posicionadas para mais drama, mais sangue, mais guerra. Enquanto Khaleesi (Emilia Clarke) continua se fortalecendo no além-mar, em Westeros, os Stark continuam perdidos e dispersos, e os Lannister seguem crescendo em poder.

No primeiro capítulo, nada de novo além da comprovação de que a produção e atuações continuam impecáveis; no segundo, um final surpreendente, mas aguardados por todos - finalmente, um dos personagens mais odiados da história da TV encontra o destino tão esperado.

O quanto Joffrey irá influenciar na carreira do jovem ator Jack Gleeson? Foto: impulsonerd.blogspot.com

O rei sádico infanto-juvenil Joffrey (Jack Gleeson) Baratheon-Lannister (ou é Lannister-Baratheon? - bom, na real, é Lannister-Lannister) é envenenado e o regicídio tem como principal suspeito o adorado Tyrion Lannister (Peter Dinklage - Emmy de ator principal neste ano?), seu tio.

Vamos viver um momento "Quem matou Odette Roitmann em Game of Thrones?" Eu não sei porquê, mas aposto na matriarca da casa Tyrell nesta. Acho que ela passou o veneno para Sansa, que colocou na taça e devolveu para Tyrion entregar para Joffrey... será que foi assim?

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Capitão América é o anti-Jack Bauer

Esqueça as explosões, as lutas milimetricamente coreografadas, o som perfeito das balas e mísseis, a edição impecável das cenas que fazem todos acreditar que Chris Evans é mesmo o Capitão América. O que a nova aventura do man-with-a-shield ("Capitão América 2: O Soldado Invernal/Capitain America 2: The Winter Soldier" - nome horrível aliás, parece que o subtítulo tem que trazer o nome do vilão, quando o filme é muito mais que isso) quer perguntar não é se você adorou o excelente filme de ação, mas sim, o que é realmente liberdade no século XXI (para todos nós) e se o que os EUA preconiza como política de segurança está realmente de acordo com os ideais de liberdade nos quais o país se vangloria ter sido fundado (para os americanos).

A identidade do Soldado Invernal é uma das surpresas do filme, que traz ecos do primeiro Capitão América - Foto: http://marvel.com/captainamerica#/gallery

Guantanamo, Talibã > Al-Qaeda > Bin Laden, Saddam Hussein, espionagem da Internet, são alguns dos exemplos das instituições ou ações realizadas pelos EUA em nome da segurança e estabilidade, que, como alguns dos exemplos citados, se mostram ineficazes ao longo dos anos e acabam se virando contra o criador.

O Capitão América simboliza todas as ações corretas, sem meias medidas, necessárias para que realmente haja liberdade, com seus ônus e bônus. No mundo buscado pelos vilões do filme, sobrariam no mundo apenas aqueles que não questionam, não pensam, não fazem contraponto ao status quo. O herói do filme é o anti-Jack Bauer, personagem da excelente série "24" (que está para voltar neste ano - YES!), que fazia de tudo, mesmo, até mesmo sacrificar amigos e familiares, em nome de "um bem maior". O que o novo "Capitão" nos convida a fazer é se perguntar: "bem maior" para quem?

O filme tem a excelente direção dos irmãos Russo (Anthony e Joe), que até agora eram famosos por dirigirem comédias, no cinema e na TV. Além disso, o real vilão do filme é ninguém menos que um dos maiores mocinhos da história de Hollywood, Robert Redford. Só isso já vale o ingresso.

E no final, temos uma introdução do próximo "Avengers", que finalmente trará um ator alemão personificando a tal organização nazista HYDRA: Thomas Kretschsmann. Mas "Age of Ultron" só estreia em 2015. Aguardemos!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

"Noé" discute livre-arbítrio à la Aronofsky

No começo do mais novo filme do (excelente) diretor Darren Aronofsky, o personagem central, Noé (Russel Crowe) ensina a seus filhos que somente o suficiente para a sobrevivência deve ser colhido da natureza. O filme também dá entender que os descendentes de Seth (filho de Adão e Eva) não eram carnívoros. Estes eram os descendentes de Caim (que matou Abel, ambos filhos dos primeiros da criação divina), que fundavam cidades, instauraram a cobiça e a ganância, que trouxeram o sofrimento e o caos para a humanidade, razão pela qual o Criador decidira por inundar a Terra e causar um "reboot" bastante traumático em todo o seu/nosso sistema.

Subliminarmente, o filme trás o conflito sobre o que deve ser feito e o que pode ser feito, testando os limites destas duas situações. Para o antagonista Tubal-cain (Ray Winstone), os animais e tudo que há na Terra estão ali para que sejam subjulgados pelo homem, feito imagem e semelhança do Criador, e com o poder de decisão para fazer o que quiser, quando quiser; Noé nos faz pensar se não somos apenas parte da natureza, e não o seu senhor.

O filme coloca várias dicotomias modernas e recentes em seus temas - veganos x onívoros, religiosos x ateus, hippies x yuppies, sustentáveis x consumistas - além de sentenciar que a ganância e a sede por sangue está intrínseca na humanidade todo tempo, em qualquer tempo (em cena de fantástica edição e montagem, o grande mérito técnico do filme).

Elementos de outros filmes de Aronosfky (do aclamado "Requiém por um Sonho", do underrated "The Fontain" e do quase-blockbuster-cult "Cisne Negro") estão em Noé: delírios, sonhos e alucinações, trabalhando para que uma mensagem metafórica e transcendental desafie nossos sentidos para enxergarmos além do que está sendo mostrado diante de seus olhos. O resultado pode não ser tão bom quanto os outros exemplos citados, mas, ainda assim, é válido.

A maçã e a serpente, os símbolos do pecado original - Foto: http://www.mtv.com/news/articles/1717553/noah-epic-gifs.jhtml