sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Austrália é cartão postal de três horas

Belas imagens e uma história contada de uma maneira um tanto esquizofrênica. Ok, isso pode valer para outros filmes de Baz Luhrmann, como Romeu e Julieta e Moulin Rouge. Mas nestes dois sucessos, a esquizofrenia estava presente desde o começo e se mantinha, como um estilo. Talvez o estilo musical seja mais a cara do diretor.

Nesta tentativa de criar um épico australiano, Luhrmann misturou comédia, aventura e drama de guerra, causando diferentes emoções na platéia. A comédia, no começo do filme, causa constrangimento; a aventura, principalmente na cena do estampido do gado, grande impacto visual; e o drama romântico de guerra por vezes causa ainda mais constrangimento.

No entanto, a emoção que mais impacta a platéia é a distração. O filme não consegue prender a atenção na história e serve mais como um belo cartão postal, mas longo demais.

No elenco, Nicole Kidman e Hugh Jackman (que deixa Wolverine um pouco de lado em sua carreira) estão ok, mas quem rouba a cena é o garoto aborígene Brandon Walters no papel de Nullah. Seu personagem traz relevância ao filme, ressaltando a política em vigor no país até 1973, que determinava que crianças mestiças deveriam ser retiradas das famílias aborígenes e serem criadas em missões, para "purificar o sangue". A catequese à jesuítas parece ter perdurado muito tempo na Austrália.

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