terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Campeão Brasileiro de Futebol Americano com Lula na torcida!

Um ano, dois títulos. Depois de muita luta, nós, do Corinthians Steamrollers, conseguimos ser o único time de futebol americano a conquistar dois títulos em 2011: somos campeões estaduais e brasileiros. Entre várias emoções, a final me reservou esta, da foto, quando um senhor chegou ao meu lado e me disse: "me ajuda aqui a abaixar". E eis quem era: mais um super torcedor do Corinthians, Luis Inácio Lula da Silva, para sair ao meu lado em uma foto histórica!

A partida foi disputada no Estádio do Ibirapuera, domingo, dia 11 de dezembro. O jogo, vencido por 41 a 3 foi mais ou menos assim, como escrevi para o site do Corinthians:

Corinthians é Campeão Brasileiro de Futebol Americano em campanha perfeita

Uma tarde inesquecível coroou anos de trabalho do Corinthians Steamrollers ao elevá-lo à campanha mais perfeita no ano entre todas as equipes que disputam torneios de futebol americano no Brasil. O Timão, que contou com a ilustre torcida do ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, passou o rolo compressor nos então detentores do título do Torneio Touchdown com um placar arrasador: 41 a 3 contra o Vila Velha Tritões, do Espírito Santo.

A equipe do Parque São Jorge levantou a taça de maneira invicta. Em sete jogos, conseguiu o melhor ataque da competição, com 317 pontos, média de 45 por jogo. A defesa também foi a menos vazada e conta com uma estatística bastante interessante: se somados todos os pontos sofridos pelo Corinthians em sete jogos ao placar obtido hoje, ainda sim o Timão sairia vencedor por 41 a 40.
E além do Torneio Touchdown, equivalente ao Brasileirão do Futebol, o Corinthians também conseguiu o Campeonato Paulista em julho, sendo a única equipe do futebol americano nacional a levar um título estadual e outro nacional.

O jogo

A partida foi especial para Paulinho Santos, o wide-receiver fundador da equipe do Corinthians Steamrollers, ao lado de Cauê Martins. O jogador, que até então não havia pontuado no Torneio Touchdown, foi o alvo preferido de do quarterback KC Frost e anotou os três primeiros touchdowns do Corinthians, que já no segundo tempo liderava por 21 a 3 em uma partida tranquila em quase todos os momentos.

Com a defesa não dando espaços para o avanço dos capixabas (destaques para Peter Krensky, com quatro tackles e quatro interceptações feitas por Wanderson Mauá e Travis Silvers), o Timão só fez ampliar a grande vitória com pontuações de Bruno Lobo, KC Frost e Darrell Stewart.

E a festa foi coroada com medalhas, troféus e prêmios individuais: o MVP da partida foi para o quarterback KC Frost, o destaque do campeonato, e o prêmio de melhor jogador de defesa para o também americano Demetri Huffman.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Discussões éticas elevam "The Walking Dead"

Se a primeira temporada foi basicamente um drama familiar tocante, com a assinatura de Frank Darabont (The Shawshank Redemption), a segunda temporada visita ainda mais o psicológico dos personagens, usando o microcosmos do grupo que tenta sobreviver ao apocalipse humano para discutir ética com todos os telespectadores.

O grupo liderado pelo Sheriff Rick acaba em uma fazenda em que o dono impõe limites aos convidados. Cada vez mais essas novas leis se contradizem com a situação apocalíptica vivida por todos e a série pergunta: quando não há mais lei, a ética continua a existir? Ela se sobrepõe à necessidade de sobreviver onde, literalmente, há canibais atrás de você?

O personagem vivido por Jon Bernthal, Shane, personifica o desafiador das regras e impõe tons de cinza aos clichês entre "bonzinho" e "do mal". Sentados em nossos sofás, podemos condená-lo, mas o que faríamos em seu lugar? O final da meia-temporada, quando o dilema está em tratar os zumbis como humanos ou não, termina totalmente sem respostas certas ou erradas, com um soco no estômago de todos os personagens e espectadores. Shane acredita que eles são somente monstros, que devem ser abatidos em nome da segurança. Mas quando a menina Sofia, transformada em "walker" vem em direção ao grupo, Rick é quem toma a difícil decisão de abatê-la. O silêncio é cortante.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Eu, narrador esportivo

Sem palavras a emoção de fazer parte deste time, tanto por ser o Corinthians, quanto pelas pessoas que lá estão. Lesionado, não estou jogando (no momento) e o destino (e o Trigo também) se encarregou de me dar uma nova função para o time. Veja aí na matéria da Gazeta na insuperável vitória sobre o Santos por 79 a 0.

“Gigantes de aço” é tudo o que um filme americano quer ser


Divertido, emocionante, bem dirigido, editado, com um roteiro na medida e, sobretudo, com atuações afiadas. O atual campeão de bilheteria dos EUA, “Gigantes de Aço” (Real Steel) é um blockbuster com cérebro e, principalmente, coração.

O filme se passa em 2020, quando o MMA e o boxe já não são mais atividades humanas, mas sim, destinadas a robôs. O ex-boxeador e apostador inveterado interpretado por Hugh Jackman têm sua vida mudada com a entrada de seu filho (Dakota Goyo) em sua vida.

Mesmo recheados de clichês dos filmes onde os underdogs conseguem dar a volta por cima, a química entre um roteiro muito bem escrito e a dupla de protagonistas criou um clássico instantâneo do gênero “Family Entertainment”. E, além disso, quem sabe, um grande azarão para a temporada de prêmios do cinema (leia-se Globo de Ouro e até mesmo o Oscar).

O filme tem dois paralelos interessantes: com os robôs, remete ao acéfalo ultra-blockbuster “Transformers”, que não chega aos pés de “Gigantes de Aço”; e com o boxe, remete ao filme “O Campeão”, recentemente considerado o mais triste de todos os tempos. Só que no clássico do século XXI, a ligação entre pai e filho parte de direções opostas para um final feliz, diferentemente do filme protagonizado por Jon Voight.

Outro aspecto interessante do filme está nos gadgets usados pelos personagens, apontando tendências de um futuro muito próximo. Celulares e laptops são translúcidos e holográficos. Fica a dica para a Apple e concorrentes, que, com certeza, se inspiraram em “Minority Report” para criar as onipresentes telas touchscreens de hoje.

Soderbergh revisita a ficção-documental em “Contágio”

O diretor Steven Soderbergh reuniu um elenco estelar para dirigir sua nova produção, “Contágio” (Contagion). O filme retrata o início de uma pandemia viral de origem desconhecida e com uma grande velocidade para se espalhar por todo o globo. Nas primeiras cenas, acontece algo que sempre povoou minha imaginação: a morte de um figurão do cinema já no início.

Tudo é tratado de maneira documental, sem sangue jorrando, sem o pânico de outros filmes do gênero. Ficamos sabendo de protocolos biológicos usados pela Organização Mundial da Saúde e como cientistas lidam com situações como esta, com referências reais à recente pandemia do H1N1. O estilo relembra bastante outra produção do diretor, Traffic, mas ainda mais polido, sem maniqueísmos.

Do macrocosmos de decisões internacionais ao microcosmos da famílias dizimadas pela nova doença, ninguém é somente herói, ninguém é somente vilão, e todos são afetados e alterados por uma nova realidade que está presente em todos os cantos do planeta.

Apesar do choque de realidade impresso pelo renomado diretor, o que mais atrai no filme é o seu sutil approach metafórico da pandemia. O que mais aterroriza não é o contágio do vírus, mas o do ódio, da selvageria, do medo, egoísmo e amoralidade que se espalha muito mais rapidamente do que as metástases celulares ribossômicas que ajudam a pandemia. De perto, somos todos a mais virulenta das pestes.

Matt Damon, Gwyneth Paltrow, Marion Cotillard, Kate Winslet, Lawrence Fishburne, John Hawkes e Jude Law (todos eles indicados e ou vencedores do Oscar, assim como Soderbergh) estão no filme que é, até agora, o favorito ao Oscar de melhor filme, direção, roteiro, edição, fotografia, som, edição de som e trilha sonora do ano que vem.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Hugh Laurie salva o início da 8ª temporada de "House"

Que a série "House" (a melhor da TV/computador) vem apresentando desgaste não é novidade nenhuma, nem para os fãs. Depois da chocante e justificada saída de Cuddy (Lisa Edelstein) do Princeton Plainsboro após House literalmente entrar em sua sala de jantar com um carro, o futuro ficou bastante incerto para o mais odioso e adorado médico de todos os tempos.

A oitava temporada começou muito parecida com a sexta: em vez de um centro de reabilitação de drogados, a cadeia. No entanto, se há dois anos tudo foi um choque (e o capítulo inicial teve ares de superprodução, diferentemente de agora), a prisão era algo bastante esperado para o protagonista.

Depois de um primeiro capítulo insosso, veio a continuação, que foi ao ar ontem. O capítulo centrado em um transplante de pulmão ("Transplant") foi literalmente um "breath of fresh air" para um início titubeante. Assim como na sexta temporada, House volta ao local de trabalho com Foreman no seu pé e várias restrições. A diferença é que Foreman agora não é somente encarregado sobre o departamento de diagnósticos, mas sim, de todo o Hospital (ficando com o lugar de Cuddy). O time já não existe mais e foi substituído por uma chinesinha (na verdade coreano-filipina) bastante CDF.

O fiel escudeiro Wilson está fulo da vida com o ex-melhor amigo e muito mais preocupado em salvar sua paciente, que precisa receber o tal pulmão para sobreviver. O trabalho de House é desvendar o que o morto doador tinha para tratar o órgão que resolve o quebra-cabeças. Obviamente, House não está preocupado em salvar a paciente e sim com duas coisas: resolver o mistério e reconquistar a amizade do único ser humano que o suporta. A frase "Wilson need this lung", no fim do episódio, revela suas prioridades.

Mas o que sempre me atraiu em House são as metáforas. O capítulo não é sobre o transplante de um órgão, mas sim o retorno de uma peça vital ao seu lugar de origem simbiótica. O lugar do misógeno é voltar a desvendar mistérios que só ele consegue. E de uma forma em que somente Hugh Laurie pode, magistralmente, interpretar.

domingo, 9 de outubro de 2011

Corinthians e o fator Atlético Goianiense

O Corinthians venceu o Atlético Goianiense no turno (1 x 0) e no returno do Campeonato em 2011; ao contário de 2010, quando teve duas derrotas.
A vitória por 3 a 0 no Pacaembu sobre o Atlético Goianiense marcou não somente a volta à liderança do Corinthians no Campeonato Brasileiro. Depois de um início arrasador, com nove vitórias em dez jogos, o Timão veio em uma descendente de aproveitamento que não parecia ter fim. Depois da porcentagem cair abaixo dos 60%, a 28ª rodada marcou a primeira vez em que o gráfico do Corinthians voltou a subir.

E tudo isso bem em cima do time de Goiás. No ano passado, o Corinthians perdeu a chance de ser campeão justamente por ter perdido as duas partidas para o Atlético-GO (3 a 1 fora e 4 a 3 em casa), que em 2010 apenas lutou para não cair. Hoje, este cenário é diferente: a equipe do Centro-Oeste estava invicta nos últimos seis jogos e tinha vitórias marcantes, como os 4 a 1 no RJ, derrotando o Flamengo.

Em 2011, diante deste novo Atlético, o Corinthians mostrou muita categoria e em um grande primeiro tempo, fez três gols, com destaque para Danilo, Alex e principalmente William, que além do golaço, correu demais para ajudar a defesa. Com duas vitórias sobre o Atlético neste ano, a equipe tem que confirmar sua ascensão contra o Botafogo na quarta-feira, no Pacaembú. Se não for campeão, não terá sido por "culpa" dos goianos.

"Source Code" postula "Sessão da Tarde" 2014

Jake Gyllenhall tenta evitar ataques terroristas em "Source Code"
O título não é nada degradante para o filme estrelado pelo ótimo ator Jake Gyllenhall, com coadjuvantes de peso como Vera Farmiga e Jeffrey Wright. A produção é um alento para a ficção científica, que ultimamente vive de produções sofríveis de super-heróis desde o excelente "Inception". Uma pessoa decretada morta, com pouca atividade cerebral, que consegue se transportar ao corpo de outros mortos, viajando no tempo, momentos antes de suas mortes, é algo realmente original.

Talvez a maior falha do filme seja procurar um final feliz a qualquer custo, o que talvez não seja compatível com toda a seriedade imposta ao longo da história. Palmas para a fotografia, som e efeitos especiais, que podem não levar Oscars, mas figura entre os candidatos. E para mim, feliz das crianças que, em 2014, poderão curtir este filme na "Sessão da Tarde" e chamá-lo de clássico, na próxima década.

"Trust" é o "Crash" de 2011

Um filme que entrou em cartaz em poucas salas, com pouca atenção e pouco marketing entre setembro e outubro;  um filme que volta aos cinemas na época do Oscar por ter recebido várias indicações à principal estatueta do cinema; um filme que surpreende a todos e vence a festa máxima de Hollywood.

O que aconteceu com Crash, em 2004 / 2005 (com seis indicações e três estatuetas, filme, roteiro e edição) pode muito bem acontecer com Trust, filme dirigo por David Schwimmer e estrelado por Clive Owen e a novata e destaque Liana Liberato. Sim, David Schwimmer, o Ross de Friends. E de comédia, o filme não tem nada. A história conta o drama de uma pré-adolescente que vive em chats de internet e acaba sendo estuprada por um pedófilo.

O filme escapa de todos os clichês, mostrando toda a transformação psicológica que ocorre com a menina, que mesmo após o fato se sente atraída pelo abusador, e seu pai, que verdadeiramente sente que toda a estrutura de sua família foi violada. A caminhada real e dolorosa de ambos para reconquistar a confiança um no outro se torna a coluna vertebral deste surpreendente trabalho, que parece ter passado desapercebido nas salas brasileiras.

Se Crash teve seis indicações, eu aposto em cinco para Trust - filme, direção, roteiro, ator e atriz, com Liana Liberato forte nesta corrida.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Invicto, Timão convoca torcida para primeira vitória em casa no Brasileirão


Campeão Paulista, invicto no atual Brasileirão após duas vitórias fora de casa, sendo a última com muita categoria sobre os atuais campeões do Torneio Touchdown, o Vila Velha Tritões. É com este moral elevado que o Corinthians Steamrollers faz a sua primeira partida em casa pela competição nacional de Futebol Americano, no domingo dia 2 de outubro, no histórico estádio Anacleto Campanella.

E se o moral está elevado, o nível técnico também. Ainda mais entrosado do que quando foi campeão paulista, o Corinthians Steamrollers está reforçado de KC Frost, o melhor quarterback do Brasil, e mais quatro jogadores americanos: Darrell Stewart, Calvin Taylor, Demetri Huffman e Lucas Kurtz.

KC, há um ano no Brasil, praticamente já fala português e declarou: “A última vez que jogamos em frente à Fiel foi na final do Paulista. O apoio foi muito importante para o título inédito na Fazendinha. Espero que todo mundo que esteve lá e mais a torcida que mora em São Caetano torça pelo Timão na nossa primeira partida em casa pelo Campeonato Brasileiro”.

Então fica a dica para toda a torcida do Corinthians, sejam aqueles que conheçam o futebol americano ou aqueles que querem saber mais: domingo, dia 2 de outubro às 14h, no Estádio Anacleto Campanella, em São Caetano, tem Corinthians Steamrollers x Tubarões do Cerrado.

Serviço:


Torneio Touchdown – Campeonato Brasileiro de Futebol Americano

Corinthians Steamrollers x Tubarões do Cerrado (DF)

Onde: Estádio Anacleto Campanella

Endereço: Avenida Walter Thomé, 64, Bairro Olímpico, São Caetano do Sul, SP

Quando: dia 2 de outubro, às 14h

Entrada: um quilo de alimento não-perecível.

sábado, 13 de agosto de 2011

Mesmo com Spielberg, "Falling Skies" não passa de mediano


Um drama familiar em meio a uma invasão alienígena nos EUA, produzido por Steven Spielberg e estrelado pelo querido Noah Wyle (de ER). Com estes predicados, "Falling Skies", da TNT, foi a maior estreia da TV a cabo nos EUA em 2011, com quase 6 milhões de telespectadores.

Sucesso, certo? Sim, pelos padrões industriais, já que a série já tem garantida a sua segunda temporada para mais faturamento dos produtores. Mas se considerarmos os predicados, o resultado fica aquém do padrão Spielberg de qualidade. A história tenta se basear no drama, mas as atuações e roteiro são ruins; esperava-se efeitos especiais de primeira, mas tudo fica muito perto da chacota "defeitos especiais".

Para piorar, há um fator que irrita a maioria dos não-americanos: a patriotada inserida na história. A resistência aos aliens é conhecida como 2nd Massachusets, em uma alusão ao pelotão que lutou na independência dos EUA contraos claramente superiores ingleses. Em tempo: o personagem do protagonista Noah Wyle é um professor de História.

De positivo, "Falling Skies" teve um bom último episódio, que deixou perguntas que sustentam a curiosidade para a segunda temporada (como são os aliens, quem são eles e como a humanidade prevalecerá).

Uma série que usa com sucesso os elementos de "Falling Skies" (centrada no drama familiar, não na ação) é "The Walking Dead", cuja produção, roteiro e atuações são bem superiores. A previsão de volta da cultuada série da AMC é em outubro.

Brad Pitt é coadjuvante da Natureza em "A Árvore da Vida"


Uma família chora a morte do irmão do meio no interior dos EUA. Brad Pitt é o impositor patriarca, enquanto a desconhecida (bela e competente) Jessica Chastain é a compreensiva e amável mãe dos humanos que tentam protagonizar a h(H)istória. A pergunta "Por que, Deus?" é ecoada pelo diretor Terrence Malick aos quatro cantos do mundo e do universo. E ecoa, ecoa, ecoa por todos os espaços e também tempos, sem resposta.

Em vez de uma explicação divina, há o espetáculo da Natureza, incólume e imparcial, que coloca a humanidade em seu lugar: por que seríamos nós, diante de toda a imensidão de tempo e espaço, especiais, os únicos a obter respostas e os únicos a ter um tratamento diferente diante da nada misericordiosa Natureza?

Pode-se pensar em um filme sem sentido, ou em um filme ateísta ou agnóstico. Mas Malick propõe um final romântico ao filme vencedor da Palma de Ouro no festival de Cannes deste ano: quando não estivermos mais procurando respostas no tempo e espaço, quando tais conceitos forem relativizados ao nada, todos nós, todos os nossos entes queridos e até mesmo os nossos "eus" passados e futuros estaremos juntos, em um lugar que não pode ser medido ou alcançado, onde tudo e todos simplesmente são (teoria que lembra a minha interpretação para o final de Lost).

A pergunta que fica é: diante da proposta de Malick, no que você acredita?

PS: Oscar Nominations Prediction - Film, Director, Screenplay, Editing, Cinematography, Sound and Best Actress on a Supporting Role.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Lars von Trier continua obcecado pelo Apocalipse com "Melancolia"


"Melancolia" reforça a fase de busca pelo apocalipse do diretor mais polêmico e criativo do cinema atual, Lars von Trier. O filme não é tão impactante quanto o anterior, "Antichrist", mas reforça a fase do dinamarquês em que o final dos tempos não sai de sua cabeça.

Se no último filme o universo minimalista do fim está no mundo das ideias e no sexismo, aqui, o final é literal. Melancolia, além de se referir ao sentimento, é um planeta que entra em rota de colisão com a Terra e vai alterando o comportamento da protagonista, Kirsten Dunst, que venceu (talvez não merecidamente) o prêmio de melhor atriz no festival de Cannes.

Assim que o planeta aparece, a personagem tem sua vida e humor afetados, justo na noite de seu casamento. Assim, von Trier parece reforçar que uma crença tida como lúdica nos dias de hoje, a Astrologia, poderia ou deveria ser levada a sério. Neste ponto ideológico, o filme relembra o anterior, que busca em ideias retrógradas (de que as mulheres são o pecado no mundo) e vanguarda de um século que talvez já tenha experimentado todas as "novas ideias".

Na segunda parte do filme, a protagonista e sua irmã, interpretada magnificamente por Charlotte Gainsbourg, recriam os sentimentos da sociedade humana diante do fim. Elas são acompanhadas pelo cunhado/marido metido a astrônomo Kiefer Sutherland (!), que neste microcosmo, seria todos os cientistas que garantiram, errôneamente, que o fim não chegaria. Enquanto a melancólia e depressiva Dunst fica mais cética e indiferente diante da aproximação inevitável do gigantesco astro, Gainsbourg se desespera e dá brilho a um filme menor de von Trier.

Atuações são a cereja do bolo de "Game of Thrones"

Ok, sou nerd e os nerds vibraram com a temporada de estreia de "Game of Thrones". O melhor do capa-espada, Senhor dos Anéis e dos filmes das sessões da tarde da infância foram aperfeiçoados na adaptação para as telinhas do livro de George R. R. Martin (até no nome lembra Tolkien) feita pela idolatrada HBO.

Na aventura que muito lembra a Inglaterra da Idade Média, cheia de Guerras Civis e também pelo mapa em questão, o que faz tudo ficar realmente especial, além da impecável produção, é o elenco. Liderados pelos conhecidos Sean Bean (de O Senhor dos Anéis) e Mark Addy (Full Monty), os coadjuvantes brilham, com destaque para Peter Dinklage.

No papel do anão mais rico e influente de Westeros (o mundo em questão), Dinklange em muito lembra Hugh Laurie em House, se o Dr. do Princeton Plainsboro morasse na Idade Média e tivesse a metade de sua altura. Não é a toa que Dinklage foi indicado ao Emmy de ator coadjuvante e tido como grande favorito ao Oscar da TV americana.

Woody Allen revisita "Rosa Púrpura do Cairo" em "Meia-Noite em Paris"


A magia de "A Rosa Púrpura do Cairo" se fez presente no mais recente filme do nova-iorquino Woody Allen, há tempos exilado de sua ilha e fazendo filmes na Europa. Da maioria dos que eu vi desta nova fase, "Meia-Noite em Paris" é o mais despretensioso deles.

Talvez por isso, Owen Wilson tenha sido escolhido como protagonista - um perfeito americano perdido e apaixonado pela Cidade Luz. O clichê de um "estrangeiro que se encontra em uma viagem pelo exterior" se faz presente, mas não de maneira tão óbvia graças a tal magia - o personagem de Wilson, nostalgico de tempos mais simples, viaja no tempo sempre que as baladas da meia-noite o transformam em Cinderela e sua carruagem.

Destaque para as inúmeras participações de famosos, atores da atualidade que encarnam personalidades da boemia francesa da década de 20 do século passado. A melhor fica com Adrien Brody, que personifica perfeitamente Salvador Dalí.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Vuelva, Carlitos Tevez!


Bom, muitas vezes já comentei com amigos a heresia de que, se pudesse escolher entre Ronaldo e Tevez, não hesitaria em ter de volta Carlitos. Óbvio que Ronaldo é muito mais técnico, mas nenhum jogador desde Neto (sim, Marcelinho é mais ídolo, mas entendam o que eu falo) teve tanto a cara do Corinthians quanto o Argentino.

Muitos podem achar que a diretoria do Corinthians está viajando, pois pagar R$ 90 milhões em um jogador está fora da realidade do futebol brasileiro. Estava. O dinheiro não seria um gasto, mas sim um investimento. O Corinthians, desde a aposentadoria de Ronaldo, está em um ídolo para alavancar bilheteria (em valores monetários) e ações de marketing.

Com Tevez, a venda de camisas e ingressos poderia suprir o investimento em um ano ou um ano e meio. Com Tevez, a provável inauguração do Itaquerão poderá fazer um estádio brasileiro render em bilheteria o que um Bernabeu ou um Old Trafford rende na Europa. Por isso, volta, Carlitos!!!

Eu, Campeão Paulista


Bom, ultimamente não tenho escrito por aqui, mas até que escrevi alguma coisa no período. Sim, para o site do Corinthians, sobre o Corinthians Steamrollers. Pra quem não sabe, fui recentemente Campeão Paulista de Futebol Americano, o que pra mim, um nerd desde criança, é algo bastante raro. Nunca pensei nisso, mas aconteceu... e quer saber mais. Quando a gente é campeão, queremos mais taças... enquanto der, voy a por ellas! O próximo é o Brasileirão!



Os srs. Sumemo e Frenético com a taça... heheheheh

quarta-feira, 22 de junho de 2011

David Cook exacerba o lado "Word Nerd" em "This Loud Morning"

Em sua segunda aparição nos programas ao vivo da sétima temporada de American Idol, David Cook se descreveu como um "Word Nerd". O polêmico Simon Cowell achou que aquilo não era um jeito midiático de se apresentar. Por fim, o lado "Word Nerd" de David Cook parece ser o que o realmente diferencia.

Seu segundo álbum, "This Loud Morning", ainda não foi lançado oficialmente (dia 28, semana que vem, chega logo!), mas os streamings já estão rolando por aí. As músicas não são as mais inovadoras da década, a voz de Cook realmente é quase sem paralelos, mas o que realmente faz do melhor fruto do programa de calouros de maior sucesso da história ser diferente é o seu talento para escrever letras inusitadas e quase nunca óbvias.

O novo disco parece discutir o tempo e seus efeitos em emoções humanas. Ainda não tive tempo para ouvir, ler e interpretar todas as letras, mas uma delas é especial: Circadian, que abre o disco. A tradução aproximada para o nome da faixa poderia ser relógio biológico. A letra fala de alguém que pede ajuda e que se desligará do mundo quando o sol nascer... seria um altista, um suicida, um apaixonado totalmente desesperado? Não há uma certeza, há apenas um conceito extramente complexo de uma palavra que não está nos dicionários mais comuns.

Fazer pensar e contar com a interpretação do receptor da mensagem para que exista um significado, e por vezes múltiplo, é o que faz de algo ser arte. E somente com a faixa de abertura de seu novo trabalho, David Cook faz isso com maestria. E para provar que é realmente um verdadeiro artista, a versão ao vivo é melhor que o estúdio... enfim, sem mais delongas, Circadian.

"First Class" sedimenta X-Men como mitologia moderna


X-Men parece ser a única história dos gibis de super-heróis famosos que transcende questões simplesmente fantasiosas para falar da humanidade em si e, principalmente, de preconceitos, conflitos e incompreensão. A famosa dualidade entre Charles Xavier e Erik Lensherr acompanhou os fãs da série nos comics, na TV e nos três primeiros filmes da "franquia" (não gosto desta palavra, mas enfim, isso realmente é uma indústria).

"First Class" visita os primórdios desta relação e mostra como suas personalidades foram forjadas, como a amizade foi iniciada e como foi o início de suas divergências. Não há lado totalmente correto, totalmente errado, totalmente ingênuo ou totalmente sagaz. Não há o bem ou o mal absoluto em X-Men e por isso, a história destes mutantes parece e é extremamente densa e relevante em quaisquer dos meios atuais de entretenimento em massa.

Além de ser bem escrito, "First Class" conta com a surpreendente boa atuação de Kevin Bacon como o vilão, a regularidade magnífica de James McAvoy como Xavier e a Oscar-nomining performance de Michael Fassbender. Duvida? Um judeu que caça e mata nazistas não ser indicado ao Oscar? Seria a vingança perfeita ao Oscar dado a Christoph Waltz por "Inglorious Bastards".... brincadeiras à parte, Fassbender sozinho já vale o ingresso... o filme vale até uma segunda ida ao cinema. "First Class" é o melhor blockbuster da temporada.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

American Idol: country superstar has bourne


Na final, deu o esperado: Scotty McCreery é o vencedor da décima e melhor edição do American Idol até então. O match-up final, no entanto, não foi tão emocionante - dois cantores do mesmo gênero e não havia um fator surpresa, como Kris Allen, na oitava edição.

Scotty é simpático, divertido e conquistou a América com sua simplicidade e um fator determinante: tornou-se uma estrela aos olhos da plateia. Semana a semana, o menino que só sabia "Baby lock the door and turn the lights down low" evoluiu com uma velocidade emocionante, transformando seu timbre único em uma variação bastante interessante e envolvente para cantar o mais americano de todos os estilos.

Os produtores procuravam por uma estrela tão grande quanto outra vencedora do Idol, Carrie Underwood (quarta temporada), também country e com mais de 36 milhões de formatos vendidos (CD, single e downloads) até agora. Eles podem ter achado até mais do que isso - Scotty tem potencial para ser o próximo Garth Brooks!

Nas duas últimas semanas, no entanto, Top 3 e Top 2, Lauren Alaina conseguiu tocar por alguns instantes todo o seu potencial e foi a melhor das duas noites, principalmente na última, ao emocionar a audiência, cantando para sua mãe a música "Like My Mother Does". Pode ser nela que os produtores podem encontrar a próxima Carrie Underwood, que, por um acaso, é a "ídola" de Lauren.

Resta a todos saber agora quem assinará com a Interscope Records na mais prolífica temporada do programa mais assistido do mundo. Eu gostaria muito de ouvir os CDs/MP3s de Scotty, Lauren, Haley, James, Jacob, Casey e Pia. Muita gente, né?

"O Homem ao Lado" transpõe mito rousseauriano para o século XXI


Como ganhei vários ingressos do Cinemark, ultimamente só tenho ido ver blockbusters. Não tenho escrito nada pois o que se pode dizer de filmes como "Thor", além de que deveriam ser vistos apenas nesta condição: de graça.

Após este período cinemarkiano um pouco triste, fui resgato ao circuito alternativo por meu pai, fã do cinema argentino e, por supuesto fã dele, Ricardo Darín. O filme em questão é "O Homen ao Lado" (El Hombre De Al Lado), que tem como premissa uma história que conhecemos bem: desde Eça de Queirós, com "A Cidade e a Serra", até James Cameron, com "Avatar", conhecemos o mito do bom selvagem - homem moderno, mau / homem selvagem e puro, bom.

O que o filme argentino dirigido pela dupla Mariano Cohn e Gastón Duprat propõe é o transporte para o nosso século, o nosso cotidiano, e colocar o espelho na frente de nós, ó mauricinhos da urbe, para a direção que as relações humanas estão tomando em nossos tempos.

A história contrapões dois-pés-no-saco, cada um a seu estilo: Leonardo (Rafael Spregelburd), um arquiteto/designer modernoso e famoso, e o tiozão do bar da esquina Victor (Daniel Aráoz). Eles nem se conheciam até que Victor decide fazer uma janela que dá para uma janela dos fundos de Leonardo, o que é ilegal e desvalorizaria seu imóvel-obra de arte: a única residência projetada pelo famoso arquiteto Le Corbusier em toda a América do Sul.

A partir daí, situações cômicas, constrangedoras e inimagináveis se desenrolam para um clímax totalmente inesperado. O filme é muito relevante antropologicamente e nos lembra muito a polêmica do mês em São Paulo sobre a tal "gente diferenciada" - até onde o hedonismo e o isolacionismo de classes e formação acadêmica pode nos levar? A filha de Leonardo, que passa o filme todo sem proferir sentenças inteligíveis, que vive de fone de ouvido e não interage com os próprios pais é a resposta do próprio filme à questão.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Martha M. Masters é o melhor da sétima temporada de "House"


A temporada que finalmente uniu o casal House e Cuddy, o que milhões de fãs sempre quiseram, talvez tenha sido a pior da melhor série da TV. O romance foi bonito, mas a beleza nunca foi o que atraiu os fãs da série. O mais do mesmo de todas as histórias podemos ver nas outras histórias, não na série que propõe conhecermos um gênio da racionalidade e um irracional sentimental que nos empurra a encarar a verdade, por mais cruel que ela seja.

Em meio aos desencontros do casal 20 da TV americana, a participação de Amber Tamblyn como a novata doutora Martha M. Masters foi o melhor da temporada da House. Cobrindo o buraco da ausência de Thirteen (já que Olívia Wilde estava estrelando Tron e o inédito e esperado Cowboys vs. Aliens), a atriz brilhou no papel da CDF robótica e ingênua que foi quase inquebrantável em seus valores morais no mais maquiavélico set da TV. Com muitos momentos cômicos e alguns dramáticos dignos de um Emmy (quando enfrenta House e Cuddy e põe em risco sua carreira, no décimo primeiro episódio), ela garantiu a novidade na série.

No último capítulo da temporada, sem Cuddy e sem saída para sua dor, House joga tudo para o alto e se entrega de vez à irracionalidade ao literalmente arremessar seu carro dentro da casa de sua amada, sem se importar com as consequências e depois fugir para alguma ilha do Pacífico (Hawaii, talvez). Podemos interpretar como um jogo dos produtores para levar a audiência a uma grande interrogação até o final de setembro, quando a última temporada recomeça. Ou simplesmente concordarmos com Hugh Laurie, que recentemente afirmou que a oitava pode ser a última temporada. Eu concordo: esta é a hora certa de parar!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

American Idol: a true AMERICAN finale


De todas as finais possíveis, esta será a mais americana de todas. Talvez seja injusto afirmar isso, já que todos ou quase todos os ritmos internacionalmente conhecidos são ou se tornaram famosos devido aos EUA. Mas nenhum deles tem suas raízes tão firmes naquele país quanto o Country.

E foi a simpatia e simplicidade da dupla country da melhor temporada do programa mais visto dos EUA que levou Scotty McCreery e Lauren Alaina para a final da próxima terça-feira. Eles não tinham as melhores vozes, mas foram os que mais cativaram o público.

Scotty é o grande favorito e só um desastre tira o título do garoto de Garner, North Carolina. Ele simplesmente está destinado a vender milhões de CD e downloads e tornar-se o próximo grande ídolo do ritmo. O crescimento dele de alguém que sabia cantar apenas algumas músicas para um verdadeiro artista é gritante.

Pena foi ver a favorita dos cults e da crítica (e minha também) ser eliminada. Crescendo como um cometa ao longo do programa, Haley provou ser a grande voz da décima temporada.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

American Idol: comet at top sparking

Haley Reinhart. Começou o programa como uma desconhecida, que passou a ser figurante, que entrou definitivamente na corrida ao cantar o sucesso "Rolling in the deep", de Adele e que virou um verdadeiro cometa em seu brilho máximo no programa do Top 5 do American Idol com a performance de "House of Rising Sun". A blondshell é definitivamente a melhor voz da edição mais excitante do programa de TV mais visto dos EUA.



E parece que a votação do programa seguiu o meu pensamento (ou sendo menos egocentrista, eu estou na mesma vibe da audiência) e também salvou o meu favorito James Durbin, que não é perfeito vocalmente mas é o melhor performer, e o country-singer-superstar Scotty McCreery, que definitivamente será o Idol que mais irá vender discos em sua carreira. Sua performance de "Gone" foi simplesmente fantástica e eu, que nunca gostei de country, totally iria em um show dele depois dessa.



No bottom 2, os dois piores da noite. Lauren se segurou em "Unchained Melody" e sempre me faz pensar o que Pia Toscano faria com essa baladas... e Jacob Lusk, que junto a Pia tem a voz mais potente do programa, se entregou totalmente ao caminho da roça com uma performance "vergonha-alheia"/superpitchy de "No air". Tido como um superfavorito no começo, se perdeu ao tentar agradar a todos com escolhas mais contemporâneas e acabou eliminado. Fiquemos com suas outras superperformances na cabeça. Pra relembrar, clique aí embaixo na tag com o nome dele.

PS: quer mesmo saber tudo sobre AI? é só clicar neste link e ver o incrível "Coloca no Idol".

sexta-feira, 29 de abril de 2011

American Idol: picking a side


Bom, realmente, esta, de todas as quatro temporadas que vi (desde a sétima), é a melhor. Não havia conseguido escolher quem era o melhor até agora e, como quase todos, também fiquei chocado com a eliminação de uma forte favorita, Pia Toscano, no Top 9.

Lá no começo, nas audições, havia escrito quem eram os três favoritos: Casey Abrams, Jacob Lusk e Lauren Alaina. Ok, até aqui, no top 6, acertei. Só que os outros três componentes do Top 6 estão mais perto da vitória. Haley Reinhart é o cometa da décima edição. Tida como apenas uma coadjuvante no começo (inclusive por mim), venho crescendo e provavelmente tem a melhor voz dos que sobraram. Scooty McCreery é o verdadeiro American Idol. Representante do country, vem desafiando sua voz até já se tornar um artista totalmente comercial no gênero e, por isso, forte favorito ao título. No DialIdol, que nunca errou um campeão, ele sempre está na frente.

No entanto, chegou a hora de sair de cima do muro e escolher um favorito. Nas últimas três edições, sempre torci para o vencedor: David Cook, Kris Allen e Lee DeWyze. Agora chegou a vez de torcer para o cara que faz as performances mais orgânicas, que tem a emoção à flor da pele. Ele com certeza não é o melhor cantor da competição, mas é o melhor performer: James Durbin.

Mas alguém tinha que ir embora e, pela segunda vez, Casey Abrams, salvo pelos juízes no Top 11, foi o (não) escolhido do público. Gênio do jazz, fez uma despedida emocionante ao som de Nina Simone e finalmente assumiu o romance com Haley, em uma declaração tocante.

terça-feira, 26 de abril de 2011

"Rio" é um importante pacote de clichês


Colorido, divertido e lindo, a animação "Rio" é o tributo a sua terra do mais bem-sucedido brasileiro em Hollywood, o diretor Carlos Saldanha, dos megasucessos de bilheteria "Era do Gelo 1, 2 e 3" (eu só vi o primeiro). A história não tem segredos e tem vários clichês comuns a muitas narrativas e ao Brasil: o herói abobalhado que supera obstáculos para conquistar a garota, o samba e o carnaval, e o inevitável final feliz.

Mas a previsibilidade facilita o entendimento universal do filme, feito para ser um sucesso de bilheteria, e não uma tese de mestrado. Ou talvez ele até se torne uma tese, pois é o melhor cartão de visitas que o Rio de Janeiro talvez jamais tenha tido. Gerações de crianças, dentro e fora do Brasil, podem crescer com o filme na cabeça, querendo conhecer a cidade (belissimamente retratada, como é). E além disso, é uma importante denúncia contra o tráfico de animais silvestres.

Além da beleza das imagens e do show técnico para reproduzir os movimentos das aves e outros animais, o grande destaque está na trilha sonora, com pitadas de bossa, samba e rap, com Will.i.am e Jamie Foxx puxando o som. Nos papéis centrais, Anne Hathaway cumpre seu papel de donzela indomável e Jesse Eisenberg (como o protagonista Blu) confirma para mim que simplesmente, em qualquer filme que seja, "Rio", "A Rede Social" ou "Zumbilândia", ele faz o papel de si mesmo.

"Sexo sem Compromisso" inverte narrativa de comédias românticas


Desde o século XIX (ou desde a Grécia Antiga talvez), as histórias românticas quase sempre começam platônicas, subvertem obstáculos e chegam ao clímax talvez até literalmente para encerrar a história com um final feliz (casamentos, beijos, concretização sexual de toda a ladainha).

Em "Sexo sem Compromisso" (No Strings Attached), em um improvável papel logo após ser agraciada com o Oscar de melhor atriz por "Cisne Negro", Natalie Portman faz "par romântico" com o anos-luz menos talentoso Ashton Kutcher (mais famoso por seu twitter e por ser casado com a decadente Demi Moore do que por seus papéis... ok, ele fez "Efeito Borboleta"... e só).

As aspas em "par romântico" tem dois motivos: a química entre os atores é bastante fraca, o que pode ser subjetivo, mas o que é objetivo na história que o casal passa grande parte do filme concretizando a ladainha sexualmente sem nenhum envolvimento, ao menos da parte da personagem de Portman.

Arrastado até o final, o clímax salva o filme graças ao bom diretor Ivan Reitman, dos clássicos da Sessão da Tarde "Os Caça-Fantasmas" e (do excelente) "Dave - Presidente por um Dia". Reitman consegue transformar em clímax o que é o começo de quase todas as comédias românticas: um simples caminhar de mãos dadas. Toda a sensualidade do filme está ali, onde, em outras histórias, está na sexualidade.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Necessária, turnê 360° mantém U2 no topo


Em algum momento do show desta quarta-feira, Bono agradeceu aos músicos do Muse por abrirem o show "e trazem a modernidade do século XXI para esta aventura sulamericana". Inteligente declaração de Bono, que se não fosse inteligente, não seria Bono. Ele sabe que o último álbum de sua banda, "No Line on the Horizon", não trouxe a inovação necessária para produzir novos hits, como aconteceu nos álbuns excelentes anteriores.

Por isso, se o álbum-base da nova turnê não foi o sucesso previsto em vendas ou críticas, o megashow foi. Recorde em arrecadação em toda a história, a turnê que aposta em um palco que quase não tem frente e um telão que permite a tal visão global foi a melhor que já aportou no Brasil. E se o telão é um show a parte para os olhos, seu destaque não foi quando ele transmitiu detalhes das perambulices de Bono & Cia. no palco, mas sim quando ele foi a transposição sinestésica de "City of Blinding Lights" e da alternativa e excelente "Zooropa" (que só eu cantei no meu pedaço da pista... aliás, cantei e pulei em todas as músicas).

Os clássicos são sempre clássicos e levantam a galera*. "One", "With or Without You", "Sunday Bloody Sunday" e, pra mim, a melhor ao vivo, "Where the Streets Have No Name" são imbatíveis. Mas talvez o melhor momento tenha sido no também clássico "I Still Haven't Found What I'm Looking For", quando Bono (com a voz prejudicada da sequência de shows) deixou a primeira parte para o público cantar. Depois, ele fez um comentário que emocionou: "Em muitos lugares, nós cantamos para o público... aqui, o público canta pra gente; em muitos lugares, nós fazemos o show para o público... aqui, o público faz o show pra gente".

Muito bom receber esta declaração da maior banda do mundo após tantas peripécias para comprar os ingressos e chegar e deixar o show em um país que tem problemas crônicos para organizar eventos. Mesmo sem a animação do primeiro show da banda no país, já estou pronto para a próxima! Voltem logo!

*P.S.: tinha um menino na minha frente que só pode ter sido abduzido de algum lugar e colocado no meio do show... ele não esboçava nenhuma reação... em "Vertigo", com todo mundo pulando, fui obrigado a erguê-lo pelos braços e gritar no ouvido dele "Pula, desgraçado!"... depois da música terminada, por algum motivo, ele foi embora...

P.S.2: o momento histórico ficou na participação de Seu Jorge no show... que por mim, poderia ter sido substituída por uma inédita a improvável execução de "The Playboy Mansion".

P.S.3: Setlist, pra quem quer saber.

sexta-feira, 25 de março de 2011

American Idol: reaching the breaking point


Bom, já disse por aqui que esta é a melhor temporada do programa que eu já vi simplesmente porque os concorrentes são fantásticos. A dúvida está em quem vai ganhar. Talvez 5 ou 6 deles mereçam vencer. Não há como eliminá-los.

Depois de uma semana "just ok" (como diria Randy Jackson) no top 12, com o criativo tema "The Year they Were Bourne", veio a Motown Week no Top 11. Todos foram muito bem e alguns deles, fantásticos, como Casey Abrams, Jacob Lusk, Lauren Alaina, Pia Toscano e James Durbin.

No Results Show desta quinta, grandes surpresas como Steve Wonder, o aniversário de Steven Tyler, a grande apresentação da vencedora do Oscar e ex-Idol season 3 Jennifer Hudson e a hilária disputa de wrestling de James Durbin e Paul McDonald, featuring Hulk Hogan.

Mas o programa de quinta é tudo sobre o "dim the lights, here we go..." e para a grande surpresa de todos um dos favoritos estava lá: Casey Abrams. E ele, incrivelmente, foi o escolhido para a eliminação. Todos sabiam que ele seria salvo pelos juízes, mas a forma foi dramática. Casey cantava para sua salvação e foi parado por Randy... realmente, quem produz isso não pode ser eliminado do programa:



A notícia ruim é que na próxima semana, dois serão eliminados. Espero que Haley, Thia ou Stefano formem o triste "bottom 3". Fora estes, todos os outros são muito, muito interessantes.

PS: todo o drama com Casey não pode apagar a melhor apresentação da semana. Isto são vocais! É com você, Pia!

Por que a Constituição não vale para tudo, só para ajudar os Fichas-Sujas?


O que mais estou escutando na TV sobre a decisão que ajudou os políticos fichas-sujas a poderem assumir os seus cargos (com a ajuda do povo que votou neles) é que a decisão do supremo seguiu a Constituição, já que a lei do Ficha-Limpa não ficou pronta um ano antes da eleição. E o pior, talvez não valha para 2012.

O interessante é que a Constituição também garante "o direito fundamental a um salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e as de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim (CF, art. 7°, IV)".

Por que as leis só valem para salvaguardar o interesse do mesmo grupo ao longo dos séculos? O grupo que construiu uma cidade no meio do nada, ilhada por sua enxurrada de salários e comissões estratosféricas perto da realidade nacional, para ficar longe da possível ira dos grandes centros urbanos só legisla em favor próprio.

O pior, talvez, não sejam eles... sejamos nós, coniventes com a situação perpétua e que elegemos os mesmos fichas-sujas.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Cineastas de "Bourne" revisitam a farsa do Iraque


Nestes últimos dias, assisti a dois filmes que tem algumas ligações entre si: na TV a cabo, vi "Zona Verde" (Green Zone), dirigido por Paul Greengrass e estrelado por Matt Damon, sobre a farsa das armas de destruição em massa que o Iraque supostamente possuía. No cinema, estreou "Jogo de Poder" (Fair Game), dirigido por Doug Liman e estrelado por Naomi Watts e Sean Penn (foto), sobre a a farsa das armas de destruição em massa que o Iraque supostamente possuía.

Se a temática é a mesma, os cenários são diferentes: enquanto Greengrass abordou o pretexto falso do início da Guerra do Iraque in loco, num misto de documentário com filme de ação, em meio aos militares e o comando americano em Bagdá, Liman escolheu Washington e a CIA como cenário, em um filme que mistura thriller político com o gênero de espionagem.

Além das handcams comuns nos filmes de ambos, Liman e Greengrass também dividem o passado da Trilogia Bourne: o primeiro filme foi dirigido por Doug, que deu vida ao personagem literário de Robert Ludlum e mudou o jeito de se pensar os agentes secretos na telona, Greengrass aprimorou a experiência com raras duas sequências ainda melhores que o original.

Voltando aos dois filmes em questão, ficam duas interrogações: quando será a próxima vez que a opinião pública americana será enganada por um engodo do governo e a mídia o ajudará e quando será que Sean Penn se colocará fora de um papel de si mesmo - um ativista politicamente correto radical? Não me entendam mal, sou a favor de tudo o que Penn defende... só gostaria de vê-lo, como ator, em um papel de um vilão... que tal um Senador Republicano ao estilo Joseph McCarthy?

sexta-feira, 11 de março de 2011

American Idol: as good as it never gets

Ok, ok... eu não posso falar isso, já que assisto o programa apenas desde a sétima temporada. Mas de lá pra cá, nunca houve tantos bons talentos capazes de ganhar o programa quanto nesta edição: a jovem graciosa e talentosa Lauren Alaina, a "astoninshingly beautiful" Pia Toscano, o rocker que pode cantar tudo James Durbin, o cativante e inventino Casey Abrams, e homem da voz que pode atingir os céus Jacob Lusk e até mesmo o country Scotty McCrerry.

Todos eles conseguiram momentos simplesmente fantásticos até aqui e poderiam facilmente vencer a apagada nova e passada edição. Será uma difícil escolha para chegar ao Top 5, quanto mais ao vencedor.

Muito era perguntado se o programa sobreviveria sem o juiz Simon Cowell, que, com certeza, tinha os melhores comentários. Mas como isto é uma "singing competition", a décima edição resolveu apelar para eles, os cantores.

Já no Top 13, o programa teve agora há pouco sua primeira eliminação. E diga-se de passagem, justa. A pseudo-diva Ashthon Jones foi comparada, erroneamente, a Diana Ross. Tentou cantar uma música da Diva-mater e se deu mal. Em sua tentativa de se salvar, foi melhor na noite da eliminação, mas não o suficiente para conseguir o voto dos juízes Randy Jackson, Jennifer Lopez e de Steven Tyler.

E para ilustrar este post, escolho uma performance de um candidato que para mim, em uma primeira olhada, não deveria estar nem entre os finalistas.



Se Stefano Langone, que não é dos melhores, canta assim, só serve para ilustrar o quão boa está esta temporada. See y'all next week!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

American Idol: clichês viram realidade

Nos cansamos de ouvir que "nunca houve tantos talentos", que esta é a melhor safra de todas. Isso foi especialmente mentira na última edição, a nona, quando pessoas do naipe de Tim Urban chegaram ao Top 10. Desta vez, finalmente, a fala de Randy Jackson pode ser considerada verdadeira.

Novamente, na seleção dos 24 melhores, acho que os meninos superam as meninas em talento, mas a parte séria do programa, que começa amanhã, realmente promete. Jacob Lusk é um dos favoritos. Confira a performance que Randy classificou como a melhor da história do programa.



Se Casey Abrams não tem uma voz que alcança tantos decibéis em tom, tem o brilhantismo da originalidade de colocar seu próprio tempero em um clássico de Ray Charles, "Georgia":



Entre as meninas, Lauren Alaina, que tem apenas 15 anos, mas uma comissão de frente comparável a Dolly Parton, é o destaque. Resta saber se a bela voz será o diferencial suficiente para vencer o programa.

Exagero dramático marca tom de "Biutiful"


O filme "Biutiful", a mais recente produção do diretor cult mexicano Alejandro González Iñárritú, de Babel e 21 Gramas, é carregado no drama, como todos já é marca do cineasta. A produção pode ser encarada até mesmo como um filme documental, que mostra o lado feio de Barcelona: imigrantes chineses em trabalho semi-escravo produzindo mercadorias piratas para imigrantes africanos venderem nas ruas.

O protagonista, vivido por Javier Bardem (já icônico como o ator latino de Hollywood, tomando o posto de Antonio Bandeiras como muito, muito mais talento), é o atravessador de toda a situação, controlando o pagamento de propinas para que a polícia deixe este submundo continuar vivendo. Além disso, Uxbal, seu personagem, tem que cuidar de dois filhos pequenos, frutos de um relacionamento fracassado com uma mulher bipolar e drogada.

Só isso já bastava para garantir o drama, mas o exagero de Iñárritú quis que Uxbal também sofresse de câncer terminal e ainda fosse uma espécie de Haley Joel Osment ("I see dead people"). O filme se perde em meio a tantas linhas a se seguir e acaba deixando perguntas das razões pelas quais tanta desgraça se abate em um único homem.

Alheio aos problema de roteiro, Bardem brinda a todos com mais uma grande atuação, indicada ao Oscar. Vale... por ele.

"The King's Speech" leva quatro estatuetas


O filme favorito, que ultrapassou "The Social Network" nas apostas desde o começo do ano, venceu. "The King's Speech" (O Discurso do Rei) levou as estatuetas de filme, direção (Tom Hooper confirmou o favoritismo apesar da fama e talento de David Fincher), ator (Colin Firth venceu todos os prêmios desde o começo do ano) e Roteiro Original. Faltou ao filme outros prêmios para embasar o seu grande favoritismo (como minhas apostas em fotografia, direção de arte e figurino).

À Rede Social restou seus prêmios incontestáveis de Edição, Roteiro Adaptado e Trilha Sonora (extremamente original). Outros incontestáveis foram a atriz, Natalie Portman, que conquistou público e crítica por seu "Black Swan", e os coadjuvantes do filme "The Fighter", Melissa Leo e Christian Bale.

Eu não fui tão bem nos palpites, ignorando os prêmios técnicos de "Inception" (que levou quatro prêmios - fotografia, efeitos visuais, som e mixagem) e "Alice" (figurino e direção de arte). Na quinta, estreia aqui em São Paulo o vencedor de filme estrangeiro, o dinamarquês "In a Better World", outro erro nas minhas apostas.

Mal posso esperar pela nova safra de filmes e uma nova reunião com os amigos. Grande noite!

PS: ah, a lista completa, sempre lá, no melhor site da internet!

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Palpites do Oscar


Vamos lá para os palpites antes da festa. Achava que seria mais fácil...

Filme: The King's Speech
Direção: Tom Hooper
Ator: Colin Firth
Ator coadjuvante: Christian Bale
Atriz: Natalie Portman
Atriz coadjuvante: Melissa Leo
Roteiro Original: The King's Speech
Roteiro Adaptado: The Social Network
Fotografia: The King's Speech
Animação: Toy Story 3
Filme Estrangeiro: Incendies
Edição: The Social Network
Direção de arte: The King's Speech
Figurino: The King's Speech
Maquiagem: The Wolfman
Trilha Sonora: The Social Network
Música: Country Song
Mixagem de som: Inception
Edição de Som: Unstoppable
Efeitos Visuais: Hereafter

sábado, 26 de fevereiro de 2011

127 Horas traz emoções à flor da pele... literalmente


O novo filme do diretor Danny Boyle mostra, no aspecto técnico, o quanto ele gostou de trabalhar com a equipe que lhe ajudou a faturar 8 Oscar dois anos atrás com "Slumdog Millionaire". Fotografia, edição e música tiveram sua qualidade e assinaturas mantidas. Lá também estão os ângulos originais para se contar uma história, qualquer que seja ela.

A escolha de contar a aventura de Aron Ralston, preso em meio aos infinitos canyons das Rocky Montains americanas, realmente não é das mais fáceis. Como manter o interesse da plateia diante de uma situação extremamente aflitiva, mas ao mesmo tempo, estática? Em meio a delírios e alucinações surrealistas, o que sobra de mais forte é o desespero do protagonista, interpretado pelo indicado ao Oscar deste ano James Franco. Em muitos minutos, as situações transpõem a tela e simplesmente está em você

O resultado é um bom filme (um pouco apelativo), uma boa interpretação, mas distante de garantir qualquer prêmio notável. A produção, pela temática, nos faz lembrar de outro filme da safra, "Enterrado Vivo" (Buried), dirigido pelo espanhol Rodrigo Cortés e surpreendentemente muito bem interpretado por Ryan Reynolds. A história passa toda, toda, 1h30 minutos, dentro de um caixão. E consegue passar muito mais emoção, com nexo, que em 127 horas. Fez falta na lista de indicações para a premição de domingo.

Atuações abrilhantam o western-Disney dos Cohen


Ok, demorei para escrever sobre "Bravura Indômita" (True Grit), dos irmãos Cohen, e fui totalmente influenciado por um comentário de uma superamiga minha. Realmente, a releitura do clássico pela dupla de cineastas mais original dos EUA (em sua primeira história não original, já que é um remake) ficou mesmo parecendo um filme da Disney.

Isso pode ser pejorativo considerando a maioria dos filmes desta categoria (mas eu gosto muito de Seabiscuit), mas o que eleva o filme para um outro patamar são as atuações. Jeff Bridges, no papel do xerife-beberrão contratado por uma garota obstinada em vingar a morte e seu pai, está, com sempre, admirável, merecendo a indicação como melhor ator. Matt Damon se colocou como coadjuvante e coroou o seu ano de versatilidade depois de ficar um tanto marcado pelo incrível Jason Bourne.

Mas a estrela do filme é a atriz no papel da garota obstinada, Hailee Steinfeld, que concorre à estatueta de coadjuvante (?) no Oscar deste ano. Realmente aqui não dá pra entender porque Hailee é coadjuvante. Ela está em quase todos os segundos na tela, entregando suas falas com uma firmeza e eloquência impressionantes e fazendo do seu personagem Disney um marco nos westerns modernos. Hail to Hailee.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Coadjuvantes brilham no naturalista "O Vencedor"


Muitos podem falar que o filme favorito a dois Oscar nesta premiação é "mais um filme de boxe". Ok, o esporte está lá, o protagonista e seus coadjuvantes respiram este estilo de vida, mas, no meio do filme, você percebe que a história gira muito mais em torno de uma família desestruturada, ou se você preferir, uma família comum, que se sente importante devido ao esporte, mas está na verdade, se partindo devido às drogas e ao desinteresse por levar a vida realmente à sério.

Mark Wahlberg é o protagonista e produtor de "O Vencedor" (The Fighter), a história real da vida dos irmãos Micky Ward, que tenta caminhar no mundo do boxe treinado pelo seu irmão mais velho e viciado em crack, Dick Eklund (Christian Bale, mais uma vez fantástico e favoritíssimo ao prêmio de coadjuvante). A maior glória de Eklund foi ter nocauteado (?) Sugar Ray Leonard, em 1978. Desde então, ele e sua mãe (Melissa Leo, também incrível no papel de uma matriarca decadente e iludida e também favorita à estatueta de coadjuvante) acreditam que já fizeram o bastante e que os problemas se resolvem facilmente.

O conflito entre o mundo real, o qual Wahlberg quer alcançar, e a ilusão, partilhada por seus parentes, é o mais interessante neste filme em que o boxe é uma luta secundária.

PS: Amy Adams, que vive a namorada de Wahlberg, também foi indicada. Bale, além da grande atuação, chamou a atenção pela incrível transformação física para se parecer com um viciado em crack. Magro e alucinado, levou todos os prêmios de melhor coadjuvante até aqui.

"Amor e outras drogas" tenta escapar dos clichês


O diretor Edward Zwick, que ultimamente estava mais ligado à produção de filmes, está na minha memória como o diretor do drama de guerra (civil) "Tempo de Glória", o grande cartão de visitas de Denzel Washington, e o drama romântico "Lendas da Paixão", o grande cartão de visitas de Brad Pitt.

Agora, o diretor pega duas estrelas ascendentes de Hollywood para fazer um filme menor, com algumas pitadas de originalidade. A comédia romântica "Amor e outras drogas" (Love and Other Drugs) aposta no reencontro de Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway (que estiveram juntos, também como um casal, no drama gay/western "O Segredo de Brokeback Mountain"). Jake é um mulherengo descompromissado, cujo único talento parece ser vender; já Anne é uma jovem realista/pessimista diagnosticada com o mal de Parkinson.

Não há amor à primeira vista, não há cenas de sexo em que as partes pudentas são cobertas, não há a promessa de um "felizes para sempre". Mas, mesmo tentando escapar dos clichês do gênero, o filme não escapa de satisfazer a plateia com um encerramento tranquilizante e, como as meninas hoje em dia gostam de falar, "fofo".

Sábado com chuva e aquela preguiça? Vale assistir; e também se você é fã do casal central (acredito que quase todo mundo).

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Turnovers decidem SuperBowl XLV para o Green Bay Packers


Minha torcida valeu e como meu feeling indicava, após a vitória do Green Bay contra o Philadelphia no primeiro jogo dos playoffs, o time do QB mais inspirado e inspirador da NFL levou a melhor no SuperBowl XLV. Na vitória por 31 a 25, onde o time de Wisconsin ficou à frente do placar em todos os momentos, os turnovers foram decisivos. Foram três erros cruciais do valente Pittsburgh Steelers contra nenhum do Green Bay (duas interceptações aos lançamentos do Roethlisberger e um fumble de Mendenhall).

Aaron Rodgers converteu todos os erros dos Steelers em touchdowns. Mesmo assim, os Steelers conseguiram reverter um placar de 21 a 3 para 21 a 17. Depois disso, sempre ameaçou o troféu dos Packers até os 47s finais da partida.

Com 304 jardas no jogo, Rodgers foi eleito o MVP do maior espetáculo anual do esporte e se livra de vez da sina de ser a sombra da lenda de Brett Favre, ex-QB do Green Bay e um dos maiores da história. A Era Aaron está só começando.

PS: interessante este post no blog de onde tirei a foto... o cara previu que Aaron Rodgers seria o MVP em setembro... good call!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Natalie Portman entrega a alma em "Cisne Negro"


Finalmente. Um filme desta safra do Oscar que simplesmente me tirou do cinema, me fez torcer pela protagonista mesmo em sua esquizofrenica loucura em busca da perfeição e que me deixou na dúvida se na última meia hora de projeção eu sequer pisquei alguma vez. "Cisne Negro" (Black Swan) já havia me conquistado pela primeira vez em novembro, quando vi o trailer. É o melhor thriller-psicológico desde "Misery", com Kathy Bates.

O filme é o que eu esperava e muito mais. Lá estão os elementos que fez do diretor Darren Aronofsky um dos queridinhos do circuito cult: movimentos fechados e "irregulares" da câmera, a loucura dos protagonistas, a metamorfose como metáfora de seus desejos e aqui, mais do que talvez em qualquer um do seus filmes, uma atuação que é espetacular em todos os segundos.

Natalie Portman começa seu show demonstrando uma fragilidade ímpar da bailarina infantil e dominada pela mãe (interpretada por Barbara Hershey), Nina Sayers. Com o perigeu da bailarina principal de sua companhia (Winona Rider), o diretor (Vincent Cassel, ótimo) está prestes a escolher uma substituta.

Nina é escolhida, mas vê seu posto ameaçado por uma novata impulsiva e apaixonante, mas que não prima pela técnica de Sayers. A escolha de Mila Kunis para este papel e sua semelhança física com Portman não é mero acaso, e colabora para a asfixiante transformação da protagonista rumo ao seu objetivo final... não sem irreversíveis conseqüências.

Todos os prêmios vencidos por Portman até aqui são pouco para um trabalho tão brilhante. Screen Actors Guild e o Globo de Ouro já foram arrebatados pela jovem que é, de longe, favoritíssima ao prêmio de melhor atriz por um papel que não é só o destaque deste ano, mas talvez, da última década.

Centralização na protagonista é a força de "Inverno da Alma"


Jennifer Lawrence, de apenas 19 anos, surpreende ao carregar nas costas o filme naturalista "Inverno da Alma" (Winter's Bone). A interpretação da jovem de uma adolescente que tem que salvar sua mãe praticamente autista e seus dois irmãos menores das encrencas de um pai desaparecido e de um provável despejo é impactante.

Mas nem só da atriz indicada ao Oscar vem a força do filme que quase não dá tréguas para a platéia deixar de sentir aquele nó na garganta. O roteiro totalmente hermético na protagonista nos deixa também na ansiedade por entender quais situações levam a um patriarca colocar sua família naquela situação.

O filme também é um retrato de um interior dos EUA em que as atividades econômicas que fizeram estados distantes um tanto prósperos no passado (no caso o extrativismo vegetal no Missouri) entraram em decadência e fizeram do refino de drogas uma alternativa sombria para famílias inteiras.

Além de Lawrence, o filme também foi indicado pelo seu roteiro, como melhor produção e ator coadjuvante (John Hawkes). Confira lá, você sabe onde.

A beleza é o único motivo para ver "O Turista"


Paris, Veneza e Angelina Jolie. Três são os motivos para ver o filme "O Turista" ainda em cartaz nos cinemas. São três belezas únicas na Terra, mas será que valem perder o tempo em fila, aguentar o cheiro insuportável da pipoca (sim, eu odeio!) e ficar duas horas sentado esperando por um final previsível de uma história que tenta ser séria, tenta ser engraçada e tenta ser enigmática sem ao menos esbarrar perto de quaisquer destes objetivos?

A resposta para todos os "mistérios" do filme está em uma pergunta: quem escalaria Johnny Depp para o papel de um simples idiota?

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Screen Actors Guild reforça "O Discurso do Rei" para o Oscar


A singeleza genial do pitoresco "O Discurso do Rei" foi agraciada mais uma vez com o prêmio principal do sindicato dos atores de Hollywood, o Screen Actors Guild. O filme levou o esperado prêmio de melhor ator para Colin Firth, como o rei gago George VI, e o nem tão esperado prêmio de mlehor elenco para os também excelentes Helena Bonham Carter, como a rainha Elizabeth, e Geoffrey Rush, o terapeuta Lionel Logue.

Com este reconhecimento, "O Discurso do Rei" chega ao Oscar podendo destronar o favorito "A Rede Social". Além de ser o filme com mais indicações, 12, já venceu também no sindicato dos diretores e dos produtores. Se atores, diretores e produtores premiaram o filme inglês, boa parte dos votantes do Oscar indicam a vitória do pequeno filme do diretor Tom Hooper.

No restante da noite, nada de surpresas. Melissa Leo e Christian Bale, ambos do filme "The Fighter", venceram as estatuetas de coadjuvantes. Natalie Portman ganhou como melhor atriz e Modern Family, como comédia, e Boardwalk Empire, como drama, levaram por melhores séries da TV.

Ah, claro... a lista completa está lá... (IMDB) onde mais?

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Eastwood discute ceticismo diante do Além em "Hereafter"


"Hereafter" é o mais recente filme do melhor cineasta norte-americano, Clint Eastwood. Apesar de não estar entre seus mais marcantes trabalhos, sua assinatura está lá: emoção, no tom certo, atores desconhecidos aparecendo de maneira notável, sua trilha sonora marcada pelo piano, cortes clássicos de uma cena para outra e o seu olhar peculiar, instigante, sobre temas universais.

O filme tem três frentes: uma famosa jornalista francesa que quase morre no tsunami na Tailândia (interpretada por Cécile de France - foto), um menino londrino que perde seu irmão gêmeo (interpretados por Frankie e George McLaren) e o vidente americano que quer deixar o seu dom de lado (interpretado pelo astro Matt Damon).

As narrativas se cruzam e mostram como a morte, o anseio pelo contato com o "outro" lado ou até mesmo o contato com o Além podem afetar a vida das pessoas. A situação mais típica é a da jornalista, que era muito respeitada até assumir que teve uma experiência de além-vida. A pergunta deixada por Eastwood é por que não considerar tal hipótese, vista pela sociedade como sinal de loucura?

Um detalhe técnico a ser ressaltado é que os personagens franceses realmente falam em francês, um detalhe que na maioria dos filmes americanos seria prontamente mudado.

O filme teve uma indicação ao Oscar, que, para quem não viu, pode ser surpreendente: efeitos visuais. A reconstituição do tsunami é realmente de impacto.