quarta-feira, 22 de junho de 2011

David Cook exacerba o lado "Word Nerd" em "This Loud Morning"

Em sua segunda aparição nos programas ao vivo da sétima temporada de American Idol, David Cook se descreveu como um "Word Nerd". O polêmico Simon Cowell achou que aquilo não era um jeito midiático de se apresentar. Por fim, o lado "Word Nerd" de David Cook parece ser o que o realmente diferencia.

Seu segundo álbum, "This Loud Morning", ainda não foi lançado oficialmente (dia 28, semana que vem, chega logo!), mas os streamings já estão rolando por aí. As músicas não são as mais inovadoras da década, a voz de Cook realmente é quase sem paralelos, mas o que realmente faz do melhor fruto do programa de calouros de maior sucesso da história ser diferente é o seu talento para escrever letras inusitadas e quase nunca óbvias.

O novo disco parece discutir o tempo e seus efeitos em emoções humanas. Ainda não tive tempo para ouvir, ler e interpretar todas as letras, mas uma delas é especial: Circadian, que abre o disco. A tradução aproximada para o nome da faixa poderia ser relógio biológico. A letra fala de alguém que pede ajuda e que se desligará do mundo quando o sol nascer... seria um altista, um suicida, um apaixonado totalmente desesperado? Não há uma certeza, há apenas um conceito extramente complexo de uma palavra que não está nos dicionários mais comuns.

Fazer pensar e contar com a interpretação do receptor da mensagem para que exista um significado, e por vezes múltiplo, é o que faz de algo ser arte. E somente com a faixa de abertura de seu novo trabalho, David Cook faz isso com maestria. E para provar que é realmente um verdadeiro artista, a versão ao vivo é melhor que o estúdio... enfim, sem mais delongas, Circadian.

"First Class" sedimenta X-Men como mitologia moderna


X-Men parece ser a única história dos gibis de super-heróis famosos que transcende questões simplesmente fantasiosas para falar da humanidade em si e, principalmente, de preconceitos, conflitos e incompreensão. A famosa dualidade entre Charles Xavier e Erik Lensherr acompanhou os fãs da série nos comics, na TV e nos três primeiros filmes da "franquia" (não gosto desta palavra, mas enfim, isso realmente é uma indústria).

"First Class" visita os primórdios desta relação e mostra como suas personalidades foram forjadas, como a amizade foi iniciada e como foi o início de suas divergências. Não há lado totalmente correto, totalmente errado, totalmente ingênuo ou totalmente sagaz. Não há o bem ou o mal absoluto em X-Men e por isso, a história destes mutantes parece e é extremamente densa e relevante em quaisquer dos meios atuais de entretenimento em massa.

Além de ser bem escrito, "First Class" conta com a surpreendente boa atuação de Kevin Bacon como o vilão, a regularidade magnífica de James McAvoy como Xavier e a Oscar-nomining performance de Michael Fassbender. Duvida? Um judeu que caça e mata nazistas não ser indicado ao Oscar? Seria a vingança perfeita ao Oscar dado a Christoph Waltz por "Inglorious Bastards".... brincadeiras à parte, Fassbender sozinho já vale o ingresso... o filme vale até uma segunda ida ao cinema. "First Class" é o melhor blockbuster da temporada.