sexta-feira, 3 de abril de 2009

Está mais difícil fumar (ainda bem!)

Meu hábito de ler jornais da maneira tradicional acabou. No papel, acho que leio somente o Guia da Folha para saber os horários do cinema. No mais, visito sites meio que randomicamente, entre Folha, Globo e Estadão. Hoje, ao ler os editoriais da Folha, me deparei com algo que me intrigou: o texto reclama do aperto legislativo em São Paulo contra o fumo. Basicamente, só será proibido fumar em locais públicos abertos e nos domicílios.

Fine by me. Não entendi a indignação do editorial, que não imagino ter sido escrito por alguém que não seja fumante. "O juízo democrático, contudo, deveria buscar os meios de atingir esses nobres objetivos de saúde coletiva que menos constrangimento trouxessem aos fumantes." E daí o constrangimento aos fumantes. A minha teoria é que eu poderia andar com um revolvinho de água e atirar em quem fumasse, para tentar apagar o cigarro. Por que alguém pode atirar fumaça na minha cara e eu não posso atirar um jato d'água, que, além de evaporar, não faz mal à saúde?

Brincadeiras à parte, ninguém imagine que as leis contra o fumo são pura bondade de nossos governantes. Sim, são leis que favorecem à saúde pública, mas baseadas no simples raciocínio que as doenças causadas pelo fumo trazem gastos enormes aos cofres. Eles estão salvando o dinheiro e não exatamente às pessoas.

É o raciocínio análogo ao fim da escravidão. A Inglaterra não começou a dar fim à pratica mais condenável da história da humanidade em 1772 porque era feio. A prática simplesmente não condizia mais com a nova ordem mundial sacramentada por Adam Smith e o nascimento do liberalismo econômico. O mundo precisava de mais "pessoas" no mercado, ou melhor, mais participação, mais dinheiro no mercado. Mas já estou misturando laranjas e maçãs.

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