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O Canadá sempre me pareceu um tanto sem graça e parte integrante e totalmente passiva dos EUA. Seria o maior e mais pacato estado americano. No entanto, no último ano, venho tendo contato com coisas do Canadá. Primeiro foi o Canadian Idol, onde soube que o país tem forte presença de imigrantes de todos os lados do mundo, europeus, africanos e asiáticos, e, aparentemente, a xenofobia é muito mais tênue que nos EUA ou Europa.
Agora, acabo de ler um livro que me chamou a atenção pelo tema, pela capa. "O clube do filme - Um pai, um filho. Três filmes por semana". Como repararam, sou cinéfilo e adoro tudo o que é relacionado à sétima arte. No livro, o autor David Gilmour faz uma proposta indecente ao filho que não gostava da escola - ele poderia deixar o colegial se assistisse junto ao pai três filmes por semana.
No decorrer da obra, temos um panorama do que parece ser a classe média canadense. Na verdade, talvez o Canadá pareça ser um lugar estramamente pacato por ser formado em sua maciça maioria por uma classe média despreocupada com problemas comuns no Brasil: aluguel, carro, trânsito, dificuldades no sistema de saúde. Lá, nada disso é um problema. Os canadenses parecem ser ingleses sem a empáfia, franceses sem a arrogância e americanos sem a violência.
Gilmour está no segundo casamento e troca de casa com a mãe de seu filho para poder cuidar do rebento adolescente que está dando trabalho. As duas mulheres se dão muito bem e todos vivem harmoniosamente. Algo impensável em uma cultura latina, onde as mulheres se degladiariam e o filho simplemente seria deixado de lado.
O cinema e as sessões dos filmes são meros temperos na história. O que realmente toca é a relação pai e filho e onde vai dar esta ideia maluca de deixar a escola para viver a vida de celulóide (se quiser ter uma idéia do que acontece com o filho no final, clique aqui). O livro é um ótimo passatempo para o fim de noite e/ou aquelas horas perdidas no trânsito, dentro do ônibus.
PS: Ah, e por falar em Canadá, minha amiga Clara Quintela está por lá e conta suas aventuras em seu blog e tem impressões muito interessantes do país. Como diria ela, "bora ler o meu blog?"