quarta-feira, 23 de maio de 2012

"House" acaba com happy ending com data de validade

A série "House" chegou ao fim na noite de segunda-feira depois de oito temporadas de grande sucesso mundial. O especial de duas horas da Fox americana trouxe na primeira hora um documentário do que foi os oito anos de show e seus bastidores: câmeras, roteiristas, motoristas, figurinistas, produtores e atores. A segunda hora trouxe em si o último episódio, uma espécie de divã no próprio subconsciente do médico mais controverso que jamais habitou a telinha.

Se alguém achar que os oito anos da série foram sobre desvendar os mistérios da medicina, esta pessoa está enganada. Sempre a série dizia mais pelos olhares e ações de seus protagonistas que pelo texto e a análise profunda dos mistérios da existência humana, principalmente através de um personagem complexo e fora do comum como o brilhantemente interpretado por Hugh Laurie - vencedor de dois Globos de Ouro e dois Emmys pelo papel.

Laurie foi agraciado com prêmios, mas a série não. Desde a sexta temporada a mesma fórmula se repete: capítulos iniciais onde House está deslocado de sua realidade, seguidos por capítulos um tanto desinteressantes e episódios finais impactantes (os realmente marcantes e relevantes). A oitava temporada não foi diferente: Wilson descobre que tem câncer terminal e House, surpreendentemente, dedica todos seus esforços e atenções para salvar o único ser humano que realmente o entende e/ou o suporta.

Fiel ao espírito da série em que a realidade nua e crua, sem piedades, sempre aparece, não há cura milagrosa para Wilson e a saída é mostrar os dois em clima de "carpe diem" até que a morte, em meses, os separe.

A nota triste ou de alguma repreensão do término da série é a não-visita de Lisa Cuddy no capítulo. Todos os principais personagens da série foram revisitados, menos o grande amor de House. A briga dos produtores com a atriz Lisa Edelstein (se é que isso aconteceu), deve ter sido realmente feia.

No mais, House entra para a história como um dos maiores sucessos da TV e futuro recordista de vendas de DVDs (ou Bluerays): rever os episódios nunca será demais (quanto tempo demorará para sair o box completo, hein?).

sexta-feira, 18 de maio de 2012

American Idol: The Truth is out there



"We have three different voices in this finale, each one beautiful in their own way. But the performance quality, the way you are willing to dig deep into the words and the meaning through the music, it that makes you very special. That's take courage and a different kind of strength. It’s just a beautiful thing to watch and I really love to watch you".

That was kinda the exact words that Jennifer Lopez said about the second song of Joshua Ledet on the Top 3 show of American Idol 11, the one that brought tons of very special talents on the big TV show of the last 10 years. Even being the biggest voice I seen on American Idol (I watch since season 7), the soulful machine of the most amazing runs had his journey ended.

The majority of votes went to the blue-eyed-coolest-guy-next-door-with-the-guitar with a repetitive name, Phillip Phillips, and the Mexican-Asian doll with a software that delivers the most pure and perfect sounds (but kinda without emotions), Jessica Sanchez.

Idol history had shown that the biggest stars not always win the title, aka Jennifer Hudson or Chris Daughtry. And for sure, this will happen with Joshua with a long and very successful career showing the world his amazing voice and sweating his soul on the stage.

David Cronenberg visita sua fonte de inspiração em "Um Método Perigoso"

O diretor canadense David Cronenberg, um dos meus favoritos, sempre teve a metamorfose como seu tema principal. Seja em seu tipo mais bizarro e literal, como no clássico da ficção "A Mosca"  (que mostrou ao mundo o ator Jeff Goldblum), seja em seu sentido mais humano e sensível, como em "M. Butterfly" (com Jeremy Irons, um dos meus atores favoritos), seja em seu sentido mais intríseco e psicológico, como seus últimos filmes vem revelando ("Senhores do Crime" e "Marcas da Violência").

Assim como os dois últimos filmes citados, o mais recente Cronenberg traz o ator Viggo Mortensen no elenco, no papel do papa da psicanálise Sigmund Freud. A amizade e o antagonismo crescente como o protagonista do filme, Carl Jung, (interpretado pela estrela mais ascendente de Hollywood no ano, Michael Fassbender), é o centro de uma batalha literalmente bem escrita, dirigida e filmada na produção "Um Método Perigoso".

Além dos aspectos técnicos e artísticos destacados pelos dois atores, há também a surpreendente atuação de Keira Knigthley, sempre mocinha sofredora em outros filmes e que neste tem que revelar seus mais obscuros ângulos ao ser o objeto de estudo do psicanalista suíço.

Na fonte da raiz da psicanálise, o estudo das mais diferentes metamorfoses, Cronenberg entrega um dos melhores filmes de sua excelente lista de obras instigantes.