Subliminarmente, o filme trás o conflito sobre o que deve ser feito e o que pode ser feito, testando os limites destas duas situações. Para o antagonista Tubal-cain (Ray Winstone), os animais e tudo que há na Terra estão ali para que sejam subjulgados pelo homem, feito imagem e semelhança do Criador, e com o poder de decisão para fazer o que quiser, quando quiser; Noé nos faz pensar se não somos apenas parte da natureza, e não o seu senhor.
O filme coloca várias dicotomias modernas e recentes em seus temas - veganos x onívoros, religiosos x ateus, hippies x yuppies, sustentáveis x consumistas - além de sentenciar que a ganância e a sede por sangue está intrínseca na humanidade todo tempo, em qualquer tempo (em cena de fantástica edição e montagem, o grande mérito técnico do filme).
Elementos de outros filmes de Aronosfky (do aclamado "Requiém por um Sonho", do underrated "The Fontain" e do quase-blockbuster-cult "Cisne Negro") estão em Noé: delírios, sonhos e alucinações, trabalhando para que uma mensagem metafórica e transcendental desafie nossos sentidos para enxergarmos além do que está sendo mostrado diante de seus olhos. O resultado pode não ser tão bom quanto os outros exemplos citados, mas, ainda assim, é válido.
A maçã e a serpente, os símbolos do pecado original - Foto: http://www.mtv.com/news/articles/1717553/noah-epic-gifs.jhtml |
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