O diretor canadense David Cronenberg, um dos meus favoritos, sempre teve a metamorfose como seu tema principal. Seja em seu tipo mais bizarro e literal, como no clássico da ficção "A Mosca" (que mostrou ao mundo o ator Jeff Goldblum), seja em seu sentido mais humano e sensível, como em "M. Butterfly" (com Jeremy Irons, um dos meus atores favoritos), seja em seu sentido mais intríseco e psicológico, como seus últimos filmes vem revelando ("Senhores do Crime" e "Marcas da Violência").
Assim como os dois últimos filmes citados, o mais recente Cronenberg traz o ator Viggo Mortensen no elenco, no papel do papa da psicanálise Sigmund Freud. A amizade e o antagonismo crescente como o protagonista do filme, Carl Jung, (interpretado pela estrela mais ascendente de Hollywood no ano, Michael Fassbender), é o centro de uma batalha literalmente bem escrita, dirigida e filmada na produção "Um Método Perigoso".
Além dos aspectos técnicos e artísticos destacados pelos dois atores, há também a surpreendente atuação de Keira Knigthley, sempre mocinha sofredora em outros filmes e que neste tem que revelar seus mais obscuros ângulos ao ser o objeto de estudo do psicanalista suíço.
Na fonte da raiz da psicanálise, o estudo das mais diferentes metamorfoses, Cronenberg entrega um dos melhores filmes de sua excelente lista de obras instigantes.
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