domingo, 27 de abril de 2014

Bonito espetáculo do rugby do Brasil na Arena Barueri

Por muitos anos, uns 60% das pessoas que me conhecem acham que eu joguei rugby... no metade do tempo em que isso foi afirmado com veemência, havia desistido de negar. Sempre soube que era muito diferente, já vi na televisão e tudo mais, mas nunca ao vivo. Hoje (26/04), tive a oportunidade de conhecer presencialmente tanto mais um esporte bretão quanto a Arena Barueri. Ambos me impressionaram de forma bastante positiva.

Não adianta neste relato eu tentar dar alguma opinião tática (técnica até poderia, mas vou passar) sobre a partida Brasil x Chile, válida pelo Campeonato Sulamericano da modalidade (algo que só soube horas antes de ir para o estádio), pois realmente rugby é muito diferente do futebol americano.

O Brasil derrotou o Chile pela primeira vez em jogos oficiais: 24 x 16. Foto: Victor Romualdo Francisco

O que gostaria de falar é sobre a ética inerente ao esporte. É algo em que uma lesão grave e uma grande jogada tem uma linha tão tênue entre si que somente a ética de quem o joga o torna algo absolutamente leal e feroz, ao mesmo tempo. A luta pelas jardas se parece muito com o futebol americano, mas o instinto kamikaze talvez seja ainda maior.

Outro detalhe é o público. Mais de 2 mil pessoas fizeram uma bonita festa na Arena Barueri. Aprendi que, assim como no futebol americano, há momentos em que a torcida deve fazer silêncio também - as conversões, que seriam como extra-points ou field goals. O que não sabia é que a torcida exige silêncio neste mesmos momentos quando o adversário está para pontuar. Desculpe, mas realmente, não parecia que estava no Brasil...

O que também estava acima da média corriqueira do Brasil é o estádio. Chegando em Barueri, placas o levam com tranquilidade à Arena, que conta com um bom estacionamento subterrâneo (R$ 30,00) e externo (sem flanelinhas!). O banheiro era mais limpo que o do estádio de Wembley na final da UEFA Champions League, mas perdeu para o Estádio da Luz, em Lisboa.

Ah, voltando a falar sobre o jogo, sou pé-quente: foi a primeira vez que o Brasil venceu o Chile em Campeonatos Sulamericanos: 24 x 16 para os Tupis (é assim que somos conhecidos, em vez de "canarinhos", para o futebol, ou "onças", para o futebol americano).

Saiba mais sobre a Seleção Brasileira de Rugby em sua página no Facebook. Foi por ela que soube da realização da partida.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

American Idol: A front-runner (at last)

Se a produção e a edição da edição 13 do reality-show de maior audiência dos EUA melhoraram e o programa teve como grande novidade a inclusão do afiado, técnico e divertido Harry Connick Jr., os participantes não são dos melhores castings já reunidos dos últimos anos do American Idol.

Jena Irene, 17, mostra muita confiança e personalidade e deve ser a vencedora da 13ª edição do reality. Foto: www.americanidol.com 

Mas chegando ao Top 6, finalmente já está claro quem são os dois candidatos mais fortes a vencer o programa. Vinda da repescagem e com apenas 17, Jena Irene tem uma voz incrivelmente moldada para cantar o pop-rock atual sem fazer feio. Melhorando semana a semana, ela já tem no mínimo uma grande apresentação para ficar para a história do programa, com um cover de Evanescence.

O provável desafiador da menina que tem um quê de Kelly Clarkson (a primeira vencedora do programa) é o chubby-rocker Caleb Johnson. Com uma voz poderosa, vai ficar faltando para ele a empatia que Jena tem tanto com meninos como meninas adolescentes, os principais votantes do reality. Se bem que ele tentou e conseguiu o melhor "tender-moment" da temporada até agora com "Faithfully".

O terceiro posto vai para o geek-hipster Alex Preston. Músico de escolhas, arranjos e rearranjos geniais, falta para Preston um pouco menos de Asperger para poder conquistar uma parcela do público e quem sabe ter a chance de ser o Kris Allen da vez (beeeeemmmmm difícil). Mas o cara sabe fazer com que qualquer música soe como dele... o que dizer desta versão de "Every Breath You Take"?

O restante dos concorrentes realmente já falharam bastante e ou já cairam fora ou estão apenas esperando a sua vez.... Jessica Meusse é antipática, fria e não consegue transparecer emoções; C.J. é apenas emoção; e Sam Wolf está lá apenas por ser "mais um rostinho bonito".

Vamos ver se estas previsões se confirmam em maio, na noite de maior audiência da TV americana, tirando o SuperBowl, é claro!


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Depois de movimentos sutis, Game of Thrones tem xeque-mate

A nova temporada de Game of Thrones estreou na semana passada com suas peças sendo posicionadas para mais drama, mais sangue, mais guerra. Enquanto Khaleesi (Emilia Clarke) continua se fortalecendo no além-mar, em Westeros, os Stark continuam perdidos e dispersos, e os Lannister seguem crescendo em poder.

No primeiro capítulo, nada de novo além da comprovação de que a produção e atuações continuam impecáveis; no segundo, um final surpreendente, mas aguardados por todos - finalmente, um dos personagens mais odiados da história da TV encontra o destino tão esperado.

O quanto Joffrey irá influenciar na carreira do jovem ator Jack Gleeson? Foto: impulsonerd.blogspot.com

O rei sádico infanto-juvenil Joffrey (Jack Gleeson) Baratheon-Lannister (ou é Lannister-Baratheon? - bom, na real, é Lannister-Lannister) é envenenado e o regicídio tem como principal suspeito o adorado Tyrion Lannister (Peter Dinklage - Emmy de ator principal neste ano?), seu tio.

Vamos viver um momento "Quem matou Odette Roitmann em Game of Thrones?" Eu não sei porquê, mas aposto na matriarca da casa Tyrell nesta. Acho que ela passou o veneno para Sansa, que colocou na taça e devolveu para Tyrion entregar para Joffrey... será que foi assim?

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Capitão América é o anti-Jack Bauer

Esqueça as explosões, as lutas milimetricamente coreografadas, o som perfeito das balas e mísseis, a edição impecável das cenas que fazem todos acreditar que Chris Evans é mesmo o Capitão América. O que a nova aventura do man-with-a-shield ("Capitão América 2: O Soldado Invernal/Capitain America 2: The Winter Soldier" - nome horrível aliás, parece que o subtítulo tem que trazer o nome do vilão, quando o filme é muito mais que isso) quer perguntar não é se você adorou o excelente filme de ação, mas sim, o que é realmente liberdade no século XXI (para todos nós) e se o que os EUA preconiza como política de segurança está realmente de acordo com os ideais de liberdade nos quais o país se vangloria ter sido fundado (para os americanos).

A identidade do Soldado Invernal é uma das surpresas do filme, que traz ecos do primeiro Capitão América - Foto: http://marvel.com/captainamerica#/gallery

Guantanamo, Talibã > Al-Qaeda > Bin Laden, Saddam Hussein, espionagem da Internet, são alguns dos exemplos das instituições ou ações realizadas pelos EUA em nome da segurança e estabilidade, que, como alguns dos exemplos citados, se mostram ineficazes ao longo dos anos e acabam se virando contra o criador.

O Capitão América simboliza todas as ações corretas, sem meias medidas, necessárias para que realmente haja liberdade, com seus ônus e bônus. No mundo buscado pelos vilões do filme, sobrariam no mundo apenas aqueles que não questionam, não pensam, não fazem contraponto ao status quo. O herói do filme é o anti-Jack Bauer, personagem da excelente série "24" (que está para voltar neste ano - YES!), que fazia de tudo, mesmo, até mesmo sacrificar amigos e familiares, em nome de "um bem maior". O que o novo "Capitão" nos convida a fazer é se perguntar: "bem maior" para quem?

O filme tem a excelente direção dos irmãos Russo (Anthony e Joe), que até agora eram famosos por dirigirem comédias, no cinema e na TV. Além disso, o real vilão do filme é ninguém menos que um dos maiores mocinhos da história de Hollywood, Robert Redford. Só isso já vale o ingresso.

E no final, temos uma introdução do próximo "Avengers", que finalmente trará um ator alemão personificando a tal organização nazista HYDRA: Thomas Kretschsmann. Mas "Age of Ultron" só estreia em 2015. Aguardemos!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

"Noé" discute livre-arbítrio à la Aronofsky

No começo do mais novo filme do (excelente) diretor Darren Aronofsky, o personagem central, Noé (Russel Crowe) ensina a seus filhos que somente o suficiente para a sobrevivência deve ser colhido da natureza. O filme também dá entender que os descendentes de Seth (filho de Adão e Eva) não eram carnívoros. Estes eram os descendentes de Caim (que matou Abel, ambos filhos dos primeiros da criação divina), que fundavam cidades, instauraram a cobiça e a ganância, que trouxeram o sofrimento e o caos para a humanidade, razão pela qual o Criador decidira por inundar a Terra e causar um "reboot" bastante traumático em todo o seu/nosso sistema.

Subliminarmente, o filme trás o conflito sobre o que deve ser feito e o que pode ser feito, testando os limites destas duas situações. Para o antagonista Tubal-cain (Ray Winstone), os animais e tudo que há na Terra estão ali para que sejam subjulgados pelo homem, feito imagem e semelhança do Criador, e com o poder de decisão para fazer o que quiser, quando quiser; Noé nos faz pensar se não somos apenas parte da natureza, e não o seu senhor.

O filme coloca várias dicotomias modernas e recentes em seus temas - veganos x onívoros, religiosos x ateus, hippies x yuppies, sustentáveis x consumistas - além de sentenciar que a ganância e a sede por sangue está intrínseca na humanidade todo tempo, em qualquer tempo (em cena de fantástica edição e montagem, o grande mérito técnico do filme).

Elementos de outros filmes de Aronosfky (do aclamado "Requiém por um Sonho", do underrated "The Fontain" e do quase-blockbuster-cult "Cisne Negro") estão em Noé: delírios, sonhos e alucinações, trabalhando para que uma mensagem metafórica e transcendental desafie nossos sentidos para enxergarmos além do que está sendo mostrado diante de seus olhos. O resultado pode não ser tão bom quanto os outros exemplos citados, mas, ainda assim, é válido.

A maçã e a serpente, os símbolos do pecado original - Foto: http://www.mtv.com/news/articles/1717553/noah-epic-gifs.jhtml



Viuvez marca a quarta temporada de Downton Abbey

Quatro meses depois que os britânicos já conferiram o último capítulo da série britânica de maior sucesso do século, os brasileiros vão poder conferir a quarta temporada de Downton Abbey, que estreia na próxima quinta-feira no canal GNT. A terceira foi encerrada de maneira traumática: um dos personagens mais queridos, o herdeiro Matthew Crawley (Dan Stevens), recém tornado pai, sofre um fatal acidente de carro, deixando a mocinha Mary Crawley (Michelle Dockery) viúva e desolada.

Os viúvos da série, Lady Mary e Tom Branson, embalam seus órfãos. Foto: http://www.hypable.com/2013/08/08/downton-abbey-season-4-lady-mary-love-interest/

Como Mary lida com a chocante perda (e com os possíveis nobres pretendentes) é praticamente o centro da questão nos primeiros capítulos, que mostra também como o coadjuvante Tom Branson (Allen Leech) ainda está em choque com a morte da caçula dos Crawleys, Sybil, por eclampsia. Neste sentido, a prima distante da família foi convocada para preencher o espaço. Prafrentex, Rose MacClare (Lily James) coloca na série várias questões feministas da década de 20 do século passado, agitando o meio e o final da quarta temporada. Obviamente que o casal da criadagem Anna-Bates (Joan Froggart-Brendan Coyle) estarão em mais um drama pesado que abalará o seu relacionamento.

A ausência de Sybil (Jessica Brown Findley) e Matthew aconteceu muito mais devido à vontade dos atores em apostarem suas chances em Hollywood do que exatamente por plano dos produtores da série. O vazio de ambos evidencia uma viuvez não tão óbvia da série: a de falta de rumo, conflitos e perspectivas. Embora a qualidade técnica da produção (fotografia e figurino, sobretudo) e as atuações sejam impecáveis (a eterna e mítica Maggie Smith ganhou o Screen Actors Guild esse ano pelo papel que garante o clássico humor ácido inglês ao melodrama), a série parece estar em sua crise de meia idade ao entregar a sua temporada menos interessante até aqui. Setembro (na Inglaterra) chegará para provar se Downton Abbey ainda terá fôlego ou não.