terça-feira, 31 de agosto de 2010

"Modern Family" renova comédia sitcom


Os 82th Emmy Awards premiaram a série que assisti na entresafra do final de Lost e a nova temporada de House. Hilária, inovadora e muito bem produzida, "Modern Family" vem inaugurar uma nova fase de comédias americanas após a viuvez de "Seinfeld" e "Friends".

Bem que a sucessora poderia ser "The Big Bang Theory", mas ali só há uma estrela, Jim Parsons, que foi agraciado com o Emmy de melhor ator de comédia neste domingo, e apesar da temática inovadora (o mundo dos nerds da física quântica), "Big Bang" não inova no formato.

E e aí que "Modern Family" mostra seus atributos. Adeus risadas gravadas, que mostravam as pausas para a plateia ir (muitas vezes, nem graça há), que foram substituídas por um roteiro afiado; bem-vindas às gravações in loco, adeus estúdio; e finalmente, bem-vindo também um elenco entrosadíssimo, multi-indicado na noite de domingo. Ty Burrell, Julie Bowen, Sofia Vergara e Jesse Tyler Fergunson concorreram, mas quem levou o prêmio de coadjuvante em comédia foi o gordinho Eric Stonestreet (foto), pela interpretação de um dos pais gays da pequena Lilly (também na foto).

A segunda temporada começa em setembro. Para uma série encarada como entresafra por mim, "Modern Family" já é a minha comédia favorita e está pronta para fazer história!

sábado, 28 de agosto de 2010

Abertura da Copa em Itaquera é como Olimpíada no Rio


A Abertura da Copa em Itaquera é boa para São Paulo e não para o São Paulo. Brincadeiras a parte, obsessões do presidente corintiano também, ter o show e o jogo inaugural do Mundial de futebol na zona leste da maior cidade do Brasil segue a mesma lógica do Rio de Janeiro ter sido escolhido como palco dos Jogos Olímpicos de 2016.

Assim como Madrid ou Chicago, a zona sul de São Paulo não terá a mesma valorização e ganho em infraestrutura que a zona leste terá com um evento mundial. Melhorias no metrô, uma provável ligação direta com o aeroporto internacional de Guarulhos, valorização imobiliária, comércio renovado e ativo até lá, rede hoteleira mudando de eixo. Ou seja, toda uma valorização que dificilmente ocorreria naturalmente, como pode ocorrer na região do Morumbi.

Obviamente, resta saber se este estádio do Corinthians terá investimentos públicos ou não. Tudo aponta que sim, apesar das promessas. A realidade é que o Brasil tem outras prioridades em vez de megaeventos esportivos, mas se em tudo neste século o que vale é a imagem e o marketing, o país está neste caminho. Resta rezar para o cronograma apertado não virar vexame na realização da Copa e Olimpíada.

Remake coloca "Karatê Kid" no século XXI


Na era Obama, o Kid do novo filme é negro; neste começo de século, sai o estagnado Japão (do segundo filme dos anos 80) e entra a pujante China; na época em que o cinema tenta se tornar 3D, a ação é mais real e acrobática, saindo o objetivo Karatê para dar lugar ao artístico Kung Fu.

A nova geração que nasceu depois dos anos 2000 já terá a sua versão do filme que encantou as tardes da minha geração. "Karatê Kid" consegue manter e em alguns pontos superar o filme original, como por exemplo, o protagonista Jaden Smith, filho de Will Smith, que supera e muito o desempenho de Ralph Macchio. As lutas também são mais emocionantes. Taraji P. Henson empresta seu quase infinito talento (como mostrado em Benjamin Button) em um papel menor, da mãe do novo Daniel, que agora se chama Dre.

Mas a série de filmes da década de 80 tem dois trunfos imbatíveis: a trilha sonora que se tornou quase ou maior que o próprio filme (quem não se lembra da inesquecível "Glory of Love", do Peter Cetera?) e do saudoso e infinitamente mais carismático que Jackie Chan, o sr. Miyagi, interpretado por Pat Morita (indicado ao Oscar no primeiro filme). É... realmente estou ficando velho.

PS: Pra quem não se lembra (ou nem conhece), olhaí a música.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Corinthians colocou o São Paulo na...


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"The Last Airbender" reabilita M. Night Shyamalan


Não, o filme não é uma obra-prima e não está aos pés de "The Sixth Sense", mas perto de tudo de ruim que o ex-diretor revelação de Hollywood fez (com o rés-do-chão sendo "A Dama da água"), a aventura "The Last Airbender" (O Último Mestre do Ar) reabilita M. Night Shyamalan como um bom contador de histórias.

O filme tem seus defeitos, como o racismo de colocar todo os vilões, o povo do Fogo, representados por atores de origem árabe (o vilão-mor Cliff Curtis é maori, mas se parece com árabe), diálogos pobres e interpretações sofríveis, os efeitos especiais, acertada trilha sonora e a ótima produção (direção de arte e fotografia), além de uma razoável condução do diretor indiano, tornam o filme uma boa sessão da tarde.

O outro ponto ruim é que este é mais uma produção que chega ao Brasil sendo legendada em 3D, pois nada mais ali na verdade ganha este efeito. "Avatar" e algumas animações, como "Coraline", continuam sendo os únicos filmes em que este efeito traz algo de novo. Se houve um movimento "Abaixo ao 3D", estou assinando...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Seleção Brasileira: A new hope


Depois que os esforços de Darth Dunga nos levam à estrela da morte e não a do hexa na Copa do Mundo, restou apostar nos Skywalkers de Mano Menezes. E não foi preciso ir a uma galáxia muito, muito, muito distante para ver o futebol brasileiro renascer, mas sim na renegada, mas florida New Jersey, a Guarulhos de Nova York.

Depois de um começo titubeante contra os donos da casa, a boa seleção dos EUA, onde quem mais errou foi o mais experiente da defesa, o lateral-direito Daniel Alves (dois passes que deram contra-ataques), o Brasil surpreendentemente encaixou rápido o seu jogo. Para uma seleção que estava jogando junta a poucos minutos pela primeira vez na vida, o entrosamento, calma, técnica e controle de jogo foram as boas e grandes notícias desta promissora Seleção do ex-comandante corintiano.

Muitos falarão da boa partida do quarteto Santástico, do gol de Neymar, dos dribles de Robinho, da visão espetacular de Ganso, do bom retorno de Alexandre Pato e seu gol. Mas prefiro destacar a atuação firme e técnica dos volantes, que deram opção de saída de bola e até passe para gol, como Ramires serviu a Pato. Em vez do truculento Felipe Melo, temos o seguro e leal Lucas.

domingo, 8 de agosto de 2010

“A Origem” é especialização de DiCaprio em subconsciente


Leonardo DiCaprio protagonizou os dois melhores filmes da safra Oscar 2011 até agora. E os dois têm a temática do subconsciente como vital para suas histórias envolventes e enigmáticas. Mas se “Shutter Island” (Ilha do Medo) de Scorcese é superior nos planos, trilha sonora e atuações, o novo Inception aposta em um roteiro aberto para intrigar os telespectadores, além de efeitos visuais que aproximam a ação da temática da produção: os sonhos.

O que irá mover todos a assistir este grande filme não são exatamente os 148 minutos do filme, mas a discussão sobre o que fica para cada um no final. Muitos podem entender que o peão caiu e tudo era realidade; outros podem ficar com o final mais romântico, em que nada mais importa, somente que o mocinho encontre sua família. Mas ainda há uma terceira opção, que é interpretar a própria narrativa do filme, uma espécie de manual de um jogo que se explica somente quando é jogado.

No filme, nos é ensinado que nunca sabemos quando um sonho começa (e o filme começa assim); que a ideia implantada na mente de alguém vira uma obsessão (DiCaprio precisa encontrar os filhos); a ideia para parecer original deve parecer ser sugerida pelo protagonista (DiCaprio procura o pai para ajudá-lo a desenhar o mundo dos sonhos os quais quer interferir). É aí que entra minha interpretação. Para salvar o filho e deixá-lo em paz após a morte da mulher, o personagem de Michael Caine criou o sonho que vemos como filme para salvar DiCaprio.

Interpretações à parte, dizem que uma obra de arte só se completa com o entendimento subjetivo do receptor. E quanto mais essa subjetividade é legítima nos diferentes receptores, mais artística é a obra. Pois bem, “A Origem”, do excelente diretor Christopher Nolan, é um bom exemplo para tal.

Angelina Jolie cria novo ícone da ação em “Salt”


O que Jason Bourne representou para os agentes secretos masculinos no começo do século XXI, Evelyn Salt trouxe para acabar de vez com qualquer diferença entre os sexos. Eu, pessoalmente, não ficaria em uma mesma sala que a agente vivida por Angelina Jolie nem se ela estivesse em um caixão de titânio lacrado.

No filme de ação, a agente começa na CIA, mas sabemos logo depois que na verdade é uma espiã russa muito bem treinada. No entanto, as várias atitudes dúbias da personagem fazem o filme ficar intrigante, confundindo os espectadores rumo ao final um tanto surpreendente. Além disso, as cenas de ação são muito bem feitas.

A produção termina com uma chamada para o segundo filme, que terá um grande desafio de tentar manter o ritmo deste primeiro, cuja força estava na dúvida da identidade da personagem título. Em uma segunda visão, este enigma se perderá e com ele, um certo tempero que “Salt” trouxe ao previsível gênero de ação.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Knight and Day beira à catastrofe


O novo filme de Tom Cruise e Cameron Diaz nos remete um pouco famoso Mr. and Mrs. Smith, com Brad Pitt e Angelina Jolie: um casal em meio a tiros e missões secretas e situações engraçadas. Mas ao contrário da produção em que Pitt e Jolie se conheceram, onde uma metáfora muito bem construída do casamento era a história por trás da alegoria e o que ficava de fio condutor, em "Knight and Day" (em português "Dupla Explosiva" - prontinho para o Super Cine) não há nada. Não há história, não há interpretação e por vezes há piadas que arrancam sorridos, mas não o suficiente para que se possa chamar de filme.

Resta a Tom Cruise tentar recuperar o caminho que tomava em Magnólia, quando se colocou em um papel diferente, que desafiava seu talento. Mesmo em outros filmes não tão desafiadores, como Minority Report, o Último Samurai e Operação Valquíria, havia uma produção e havia diretores que davam credibilidade ao ator.

A fase do rostinho bonito já está indo embora e o que ficará é a sua capacidade de atuar. Isso será o suficiente, Mr. Mapother?