sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Austrália é cartão postal de três horas

Belas imagens e uma história contada de uma maneira um tanto esquizofrênica. Ok, isso pode valer para outros filmes de Baz Luhrmann, como Romeu e Julieta e Moulin Rouge. Mas nestes dois sucessos, a esquizofrenia estava presente desde o começo e se mantinha, como um estilo. Talvez o estilo musical seja mais a cara do diretor.

Nesta tentativa de criar um épico australiano, Luhrmann misturou comédia, aventura e drama de guerra, causando diferentes emoções na platéia. A comédia, no começo do filme, causa constrangimento; a aventura, principalmente na cena do estampido do gado, grande impacto visual; e o drama romântico de guerra por vezes causa ainda mais constrangimento.

No entanto, a emoção que mais impacta a platéia é a distração. O filme não consegue prender a atenção na história e serve mais como um belo cartão postal, mas longo demais.

No elenco, Nicole Kidman e Hugh Jackman (que deixa Wolverine um pouco de lado em sua carreira) estão ok, mas quem rouba a cena é o garoto aborígene Brandon Walters no papel de Nullah. Seu personagem traz relevância ao filme, ressaltando a política em vigor no país até 1973, que determinava que crianças mestiças deveriam ser retiradas das famílias aborígenes e serem criadas em missões, para "purificar o sangue". A catequese à jesuítas parece ter perdurado muito tempo na Austrália.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Palpites para o Oscar (mesmo sem ter visto quase nada ainda)

Ok, ainda não escrevi sobre as indicações ao Oscar, e aproveito agora, no embalo do post sobre Meryl Streep. O prêmio de melhor filme deve ficar entre Slumdog Millionaire e Benjamin Button, com surpreendente vantagem para o filme "indiano". É muito chato que nós, do Brasil, ainda não possamos ver a maioria dos indicados antes de fevereiro, quando todos são lançados na esteira (adora esse clichê, hhahahahhaha) da premiação.

Dos principais indicados, só pudemos ver até agora Benjamin Button... um grande filme americano, que para mim, mesmo sem ter visto os outros, pode bater o favoritismo de Slumdog Millionaire (que levou o SAG desta noite de melhor elenco). Button deve ficar com a maioria dos prêmios técnicos, o que reforça as suas chances.
Na direção, o filme vencedor deve levar Danny Boyle ou David Fincher ao caneco... ou vice-versa, como queiram...

Nos atores, Sean Penn deve levar, apesar de Mickey Rourke ter ganho o Globo de Ouro; Heath Ledger é a barbada da noite entre os coadjuvantes; já entre as mulheres, Kate Winslet levou dois Globo de Ouro (Revolutionary Road - como principal; e The Reader - como coadjuvante). No Oscar, a britânica só foi indicada como principal por The Reader, e pode perder a sua sexta chance de levar o Oscar para Meryl Streep, indicada por Doubt. Pelas coadjuvantes, a favorita é Penelope Cruz, por Vicky Cristina Barcelona, mas a única que parece não ter nenhuma chance ali é Marisa Tomei, já vencedora do Oscar (na minha opinião, precocemente e, talvez, injustamente).

Esperemos pelo dia 22 de fevereiro!

Humildade até entre os deuses

Quem viu a emoção com a qual Meryl Streep, sim, a Grande, recebeu o prêmio do Screen Actors Guild não pode nunca, nunca mesmo, pensar que a humildade não é uma das grandes qualidades de um ser humano, mesmo ele tendo atingido o máximo em sua atividade.

Ao ouvir seu nome como vencedora da categoria principal, Meryl vibrou, saiu correndo, e em seu discurso, estava tremendo... sim, ela, a mais vezes indicada ao Oscar, vibrava como uma novata... e como lição de moral, ainda deixou a frase: "Theres no such thing as the greatest living actress..."

Para todos pensarmos...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Empate corintianíssimo

O Corinthians, time mais badalado do campeonato paulista até aqui, com a pré-temporada mais bem planejada e os melhores resultados nos amistosos, foi o pior time da primeira rodada, considerando os rivais Palmeiras e São Paulo.

Olhando para o lado bom, mesmo jogando muito mal, com Douglas abaixo da média (assim como todo o time), os dez minutos finais bastaram, com boas atuações dos reservas Otacílio Neto e Eduardo Ramos.

Mas quem chama a atenção no início da temporada é o ex-botafoguense Jorge Henrique. Com fama de quase-gol, assim como o xodó da temporada passada Herrera, o atacante marcou quatro gols em quatro jogos: um contra o União Barbarense, dois contra o Estudiantes e um hoje, o que realmente valeu e garantiu o empate mais do que corintiano para a Fiel no Pacaembú - Corinthians 2 x 2 Barueri.

Lost volta com tudo

Uma das questões causada por Lost é onde fica a maldita ilha. E desde a segunda temporada, para mim, a questão é QUANDO está a ilha, e não ONDE. Nos capítulos de ontem, a teoria finalmente foi confirmada.

E como os spoilers da internet indicavam, a quinta temporada será sobre PORQUE os Oceanic 6 terão que voltar para a ilha. Sem contar mais, mas garantindo que a série realmente está de volta e com tudo, digo que o capítulo (o segundo) termina com a reaparição de uma personagem que só havia visitado a história uma vez, mas que parece ser muito importante para a definição do mistério.

Aqueles que abandonaram a série por falta de paciência ou por acharem que nada faz sentido estão errados. Em Lost, nenhum ponto parece sem nó e só compreenderemos tudo em 2010. Muitos estão ansiosos por um fim... eu já começo a ficar triste por saber que estamos próximos dele.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Benjamim Button é o Forrest Gump dos anos 2000

Grande filme. Benjamim Button é uma produção impecável, que prende a atenção durante todo o tempo, que o leva a ficar mais e mais curioso diante do caso do protagonista. Um cara que nasce velho e vai rejuvenescendo... ótima idéia do escritor F. Scott Fitzgerald que foi transposta às telas pela dupla Brad Pitt e o diretor David Fincher. Até agora, eles só fizeram filmes que sobreviveram e ficaram melhores com o tempo (Se7en e Fight Club são fantásticos).

As semelhanças com Forrest Gump está no título com protagonista; na forma narrativa; na utilização de efeitos especiais; em um protagonista com uma característica peculiar (Forrest era autista); na duração do filme (quase três horas).

As diferenças estão: Brad Pitt nunca será Tom Hanks; no entanto, os coadjuvantes de "Button" são melhores (Taraji P. Henson bate Sally Field no papel da mãe dedicada e Cate Blanchett, Oh My God!, coitada de Robin Wright Penn no papel da amada); e finalmente, nas changes para o Oscar. Enquanto Forrest era barbada e arrebatou 6 prêmios, Button deve ficar com os prêmios técnicos, como direção de arte, efeitos especiais, figurino e maquiagem... mas quem sabe não vença também filme, direção e roteiro... pode acontecer, o tempo dirá.

Tempo... esse sim é o protagonista da história, e não Brad Pitt. Seu personagem está à mercê dele, como todos nós, mas na contramão. E isso, é determinante no decorrer da história. E também, será determinante para dizer se Button é melhor que Forrest Gump. O protagonista dos anos 90 é muito mais carismático, mas filme por filme, prefiro Button.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

"A Troca" é ode à liberdade e à democracia

Clint Eastwood é o maior cineasta americano. Ponto. É isso... ele tem um estilo clássico, puro, sem rodeios, sem flashbacks, sem câmeras mirabolantes, sem efeitos especiais e ainda sim, gênio!

Não assisti a todos os seus filmes como diretor, mas nenhum foi abaixo de ótimo... Pontes de Madison, Iwo Jima, Million Dollar Baby... e Changelling não é diferente. Reconstrução histórica perfeita, o filme conta a história do desaparecimento do filho da personagem de Angelina Jolie, ótima no papel da mãe desesperada e obstinada até às últimas conseqüências.

O fato determinante que reafirma a genialidade de Eastwood é a interpretação do jovem Eddie Alderson. Seu personagem foi cúmplice de uma série de assassinatos e a confissão feita pelo ator de 14 anos foi extremamente convincente. Méritos do diretor, que consegue extrair o melhor de tudo o que toca.

O filme é uma ode à justiça e à democracia. Se a frase soar clichê ou pedante, ótimo... sinal que estamos vivendo tempos melhores os que o retratado em Changelling (a Los Angeles dos anos 20/30).... será mesmo?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A Globo também copia

Se até causa constrangimento a estratégia da Record de copiar a Globo, a Vênus Platinada também mostra que pode aprender com os concorrentes. Os mais variados programas programas esportivos da hora do almoço, tanto na TV aberta, quanto na fechada, adotaram um formato mais aberto, que dialoga com os telespectadores, ao invés do formato fechado de âncora-bancada. Sinal dos tempos.

Sofrendo com a audiência do Globo Esporte, a Globo mudou e chamou o repórter-revelação do SporTV, Tiago Leifert, para apresentar a versão paulista. Como é sabido, a Globo não é um primor com coberturas ao vivo. Na edição de hoje, vários erros de áudio e até mesmo no espelho da programação. Mas para isso, a Globo mostrou que acertou na escolha do apresentador. Leifert tem jogo de cintura suficiente para superar problemas técnicos e manter o ritmo do programa como se fosse uma conversa comum do dia-a-dia, bem próximo de um verdadeiro diálogo com quem está do outro lado da tela.

Melhor para a Globo, pior para o SporTV, que já perdeu seu melhor repórter para a TV aberta, Bruno Laurence, e o seu substituto, Leifert, também já está por lá. Vamos ver se a resposta nos números do Ibope são favoráveis.

Ah, o cara tem um blog, clique aqui para acessar.

American Idol, Season 8

Bom, a única edição que assisti até hoje foi a anterior, e o meu favorito, David Cook, foi o vencedor. Não sei porquê, mas a edição brasileira não me chamou a atenção sequer para ver um único comercial. Quem sabe no próximo ano...

No primeiro programa, o formato das "auditions" é o mesmo, com momentos hilários de alguns canditados histéricos e que não têm amigos ou família para lhes dizer para não fazerem papel de ridículos. O que pareceu, na verdade, é que Phoenix, Arizona, é uma terra realmente árida em talentos musicais.

A nova juíza, Kara Dioguardi, parece ter critérios e não é perdida como Paula Abdul. Rumores indicam que na próxima temporada, a decadente estrela dos anos 80 irá rodar. Randy Jackson continua Ok, Ryan Seacrest é um bom apresentador, mas a única singularidade que realmente brilha no programa é Simon Cowell, um misto de House com Tony Blair, cuja a sinceridade fere, choca e diverte ao mesmo tempo.

Continuemos a nos divertir até o circo realmente ficar interessante na fase de Hollywood.

sábado, 10 de janeiro de 2009

O dia em que o cinema parou para ver Jaden Smith

"O Dia em que a Terra Parou" não é um filme sequer de parar o trânsito, mas será um clássico da sessão da tarde, com certeza. Mesmo sem empolgar, está longe de ser um fracasso: primeiro, pelo primor técnico e segundo, por um elenco que faz inveja, com o eterno Monty Phyton John Cleese e a premiada Kathy Bates em papéis coadjuvantes, e liderado pela ótima Jennifer Connelly e o muso-Matrix da ficção científica, Keanu Reeves.

Enquanto o eterno Neo tem a "difícil" tarefa de interpretar um alienígena pratimente alheio às emoções, é o filhote de Will Smith, Jaden Smith, que rouba o filme para si. O seu personagem consegue sintetizar todas as emoções humanas no decorrer da história e é a peça-chave para mudar o destino da espécie dominante do planeta.

Fora isso, o moral da história fica próximo de outro recente sucesso da ficção científica, "O Dia Depois de Amanhã". Ambos os filmes alertam para a consciência ecológica ao dizer que a Terra está farta de tanta exploração, já que os recursos naturais são finitos. Um livro muito bom sobre o tema é "Colapso", de Jared Diammond. Para quem gosta do tema, vale a pena conferir filmes e livro.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Eagles-Fênix

Grandes jogadores têm (é com acento ou não, nessa coisa de nova regra gramatical?) o dever de aparecer em grandes jogos. E foi isso que a dupla Donovan McNabb e Brian Westbrook fizeram hoje. Bastou uma grande jogada, uma finta incrível e uma recepção para uma corrida de 71 jardas do polivalente Westbrook para os Eagles começarem a escrever uma incrível pós-temporada.

Adrian Peterson, o melhor corredor da temporada, fez a sua parte pelos Vikings, anotando dois touchdowns. Mas a diferença ficou no inexperiente Quarterback de Minnessota, Tarvaris Jackson, que foi interceptado pelo terceiro grande jogador dos Eagles, o cornerback Asante Samuel. No final da partida, 26 a 14, grande vitória!

O time da Filadélfia renasceu das cinzas e passou para a fase final com resultados improváveis no final da temporada regular, digno de uma verdadeira Fênix. Agora é o clássico contra os favoritos Giants para caminhar para o título da NFC e quem sabe, fazer o SuperBowl contra os Chargers, que venceram os Colts do queridinho Peyton Manning na prorrogação ontem (23 a 17).