terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Ele faz história e conhece a História

Barack Obama é sim um político especial. Em seu primeiro discurso no Congresso Americano, ficou claro que o plano de estímulo à economia, arrasada por George W. Bush e pelos bancos e seguradoras com práticas pouco sustentáveis, veio para ser mais uma oportunidade de uma nova onda de criatividade tecnológica aos EUA.

O plano pretende criar, incentivar e educar através da criação de novas tecnologias, como energia solar, eólica e também a expansão da internet banda larga em todo o país, dentre outras iniciativas. Com isso, vários coelhos são arrebatados em uma única cajadada: criação de empregos, ganho de conhecimento de tecnologia por parte daqueles que trabalharão nestas iniciativas, criação de riqueza e royalties.

Usando exemplos de como os EUA responderam à crises ao longo da história (como a criação de ferrovias no século XIX, o New Deal na Grande Depressão e a chegada do homem à lua, na década de 60), Obama reafirma o pioneirismo dos EUA diante de algo que no Brasil parece uma miragem: a inovação. Somente com a inovação, que necessita de investimentos em pesquisa e educação, um país pode criar riquezas e mudar sua situação muito rapidamente. A inovação é o melhor e mais rápido atalho para o desenvolvimento.

Enquanto isso, o Brasil, talvez o país com maior potencial de criação de novas energias, ainda tem em sua agenda um problema do século XIX na maioria dos países desenvolvidos: analfabetismo e saneamento básico, para citar os mais palpáveis. Obama aproveita a chance que a história lhe dá, enquanto o Brasil se perde em picuinhas e deixa uma grande oportunidade passar, mais uma vez. Somos o país do futuro.... do futuro muito, muito longínquo.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Oscar premia diversidade

Uau! Tirando as últimas cinco categorias (das quais eu só vi o curta Presto), os meus palpites estiveram afiados este ano. De 19 possíveis acertos, consegui 17 no total. E para mim, este ano, o melhor filme levou a maior parte dos prêmios, inclusive melhor filme e melhor direção.

Slumdog Millionaire aponta para uma maior interação entre todas as partes do mundo na produção cinematográfica. Além disso, o filme traz uma mensagem de perseverança e esperança, tudo o que um ano em que Barack Obama foi eleito nos EUA trouxe.

Além da diversidade étnica, 2008 também foi um ano de debate sobre os direitos civis dos homossexuais nos EUA. E os dois Oscar para Milk (roteiro e ator, para Sean Penn), também refletem isso.

Na tabulação, a premiação ficou assim:

8 Oscar - Slumdog Millionaire
3 Oscar - Benjamin Button
2 Oscar - The Dark Knight
2 Oscar - Milk

Sim, ele venceu!

Yes... eu não errei e ele venceu! Realmente, a melhor interpretação do ano foi agraciada com o Oscar. Além da grande atuação de Sean Penn, a questão política logicamente deve ter influenciado.

Em um ano em que o casamento gay foi retirado da Califórnia, base da indústria cinematográfica, a premiação de Sean Penn deve servir para continuar a discussão sobre o assunto nos EUA e também no mundo. "We've got to have equal rights for everyone!", disse o próprio, o grande, Sean Penn.

Sim, ela venceu!

Kate Winslet ganhou o seu Oscar, finalmente. Em sua sexta indicação, ela caminha para ser talvez a atriz mais indicada de todos os tempos. Sim, porquê em sua idade, a ultra-campeã Meryl Streep, que conseguiu o recorde de 15 indicações agora por Doubt, não tinha seis indicações.

Apesar de achar que Meryl estava melhor no head-to-head, Winslet merece e merece muito mais. Ela é a favorita de todos e a minha também. Acertei meu palpite na atriz... vamos ver no ator...

Danny Boyle garante noite de Slumdog Millionaire

Por segundos eu achei que David Fincher, que também merece um Oscar (o cara fez Seven e Clube da Luta... tem que ganhar), pudesse tirar a festa de Slumdog, mas Danny Boyle levou. Este é o seu melhor filme desde o incrível Transpointing, de onde podemos ver a maior influência no atual, além de Cidade de Deus, como já falei em outro post.

Agora faltam os prêmios mais excitantes... os atores principais, dos quais não tenho plena certeza de quem irá levar, e o filme, do qual todos agora já tem a certeza.

Barbada do Oscar, Heath Ledger leva prêmio póstumo

Nunca saberemos o quanto a morte de Heath Ledger afetou todas as premiações que o ator levou pelo seu fantástico coringa. De todos os indicados, eu só não vi Robert Downey Jr.

Heath Ledger, na minha opinião, mereceu sim, apesar da forte concorrência do inesperado Michael Shannon e do gênio Phillip Seymour Hoffman. A lamentar a sua estúpida morte e a privação que todos teremos do talento desse cara que era mais novo do que eu... que pena.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Penélope Cruz leva o primeiro

A Academia encontrou um jeito muito mais humano de apresentar os indicados, falando e elogiando cada um deles... será assim para todos, inclusive o pessoal técnico, como som e efeitos visuais? Vejamos...

A vencedora da primeira categoria foi a favorita Penélope Cruz. Ótima atriz, mas de todas (e essa categoria eu vi todas), acho que o trabalho de Amy Davis era o melhor... mas ela ainda tem muito tempo para ganhar o seu prêmio, que com certeza virá.

ah, meus palpites...


Tinha esquecido... antes do primeiro Oscar, seguem meus palpites.

Hugh Jackman detonou na abertura

Muito boa a abertura tabajara do Oscar (devido à crise). E o galã australiano-Wolverine deve receber inúmeros convites da Broadway após dançar e cantar perfeitamente em toda a grande piada... logicamente acompanhado da lovely Anne Hathaway. A noite promete!

Sean Penn brilha em Milk

O ator e conhecido ativista de direitos humanos Sean Penn foi a escolha perfeita do diretor Gus Van Sant para interpretar o papel título de Milk. Penn nos dá a interpretação do ano no filme que retrata o primeiro político abertamente gay a um cargo eletivo nos EUA: o equivalente a um vereador em São Francisco, na década de 70.

O filme retrata principalmente a luta de Harvey Milk contra a Proposition 6, que permitiria aos governos locais a demitirem profissionais que fossem homossexuais. Em tempos em que a Proposition 8 foi aceita na Califórnia (lei que proíbe o casamento entre homossexuais), o filme é bem atual em mostrar que os preconceitos da década de 70 e os argumentos contra a causa homossexual (que em última estância coincide com os direitos humanos de todas as minorias) ainda são os mesmos.

As chances de Penn no Oscar de hoje à noite só ficam diminuidas pela comovente interpretação de Mickey Rourke, que pode ser laureado pela academia pela reviravolta em sua carreira. Mas, na minha opinião, Penn deve(ria) ser o premiado. Vamos ver...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Slumdog Millionaire é o novo Cidade de Deus

Se Benjamin Button é o novo Forrest Gump, Slumdog Millionaire é sim o novo Cidade de Deus. As tomadas, o ritmo, a fotografia e o enredo são muito, muito parecidos. Assim como o resultado: fantástico!

Pensei que não iria ver o provável vencedor do Oscar antes da cerimônia deste domingo, já que a estréia está marcada para o dia 6 de março. Mas ainda bem que existem as pré-estréias.

Finalmente entendi porquê o filme venceu todos os principais prêmios até agora. Ele simplesmente é o melhor. A disputa no domingo será entre o clássico (Benjamin Button) e o moderno (Slumdog). São dois ótimos filmes, mas enquanto Button revive a magia de outrora com primazia, Slumdog reforça uma tendência inaugurada com Cidade de Deus. Se o futuro está no BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), faltam os gigantes Rússia e China apresentarem também o seu Cidade de Deus.

O único ponto contrário à vitória no domingo é justamente este: o filme não é nada americano, apesar da referência ao show de TV "Who Wants to be a Millionaire". Já Benjamin Button é um manual de como se fazer um grande filme americano. Prova disso também é a não indicação do ótimo ator Dev Patel, em seu primeiro papel na telona, o que não dá pra acreditar.

Em que Slumdog realmente é diferente de Cidade de Deus é na trilha sonora, extremamente superior e que também deve levar a estatueta neste domingo. Alguém sabe onde eu posso comprar esse CD?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Kate Winslet: atriz principal ou coadjuvante?

Concordo com o Globo de Ouro. Na premiação da imprensa estrangeira de Hollywood, Kate Winslet foi indicada como coadjuvante por The Reader e como principal em Revolutionary Road. E levou os dois prêmios. Já no Oscar, Winslet só foi indicada como principal por The Reader.

No filme em que faz uma mulher mais velha que se envolve com um garoto e posteriormente tem seu passado como guarda de campo de concentração revelado, Winslet a principal atriz do filme, mas seu personagem não é o principal. Não, não estou sendo contraditório... o nome da categoria é "actress on a leading role". O "leading role" no filme é o personagem do leitor, interpretado por David Kross e Ralph Fiennes.

Já em Revolutionary Road, Winslet é a atriz com um papel principal juntamente com Leonardo DiCaprio. E para mim, aqui, Winslet está melhor. Na minha opinião, é muito mais desafiador interpretar uma comum dona de casa angustiada.

E entre os filmes, também fico com Revolutionary Road. O diretor Sam Mendes, marido de Winslet, aplica outro soco no estômago das pessoas comuns, ainda mais forte do que American Beauty. É impossível não ficar pensando, mesmo horas depois do filme, sobre "o vazio da desesperança". Triste...

Mickey Rourke interpreta metáfora de si mesmo

Um profissional da luta livre que viveu seu auge nos anos 80 e está prestes a reeditar um pouco de sua fama em uma revanche de um embate de seus tempos áureos; um ator que viveu seu auge nos anos 80, ficou no ostracismo das drogas e consegue a sua primeira indicação ao Oscar em um papel que lhe parece muito familiar.

The Wrestler é um deprimente (e competente) retrato da vida destes profissionais que não estão preparados para o "depois da fama". Rourke mereceu a indicação e pode vencer no domingo... com Brad Pitt correndo forte por fora.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Câmera temática marca "O casamento de Rachel"

Jonathan Demme, diretor de um dos maiores filmes da história, O Silêncio dos Inocentes, virou de vez alternativo com "O casamento de Rachel". Intimista, o filme usa uma handycam como se fosse todo filmado ao estilo de um casamento. Mas na verdade, é a maior DR (discussão da relação) que eu já vi em um filme.

Tudo está centrado no final de semana em que a personagem de Anne Hathaway, indicada ao Oscar, volta de uma clínica de reabilitação para o casamento de sua irmã mais velha. Nestes dois dias, a personagem tem que lidar com a barra de encarar a família e o trauma de ter provocado um acidente automobilístico que causou a morte de seu irmão mais novo. O contraste entre o sucesso e a felicidade da irmã mais velha só aumenta a pressão sobre Kym.

Sobre a indicação, ainda não será a vez de Hathaway, que apesar disso, teve uma grande ascensão na carreira.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Até quando vamos ter que aturar a impunidade?

Hoje eu fui fazer um concurso público. Você praticamente não pode se mexer ou estará cometendo algum ato para burlar o concurso e colar, de alguma maneira. Celulares devem ficar dentro da sua bolsa, amarrada por um saco plástico; se algo seu cair no chão, você deve chamar a monitora para pegar e não levantar da cadeira em nenhum momento; após o término da prova, você só pode retirar sua bolsa do saco plástico e ligar seu celular após já estar fora do local de prova.

Para realizar uma simples prova para um cargo público você está praticamente amarrado na cadeira. Como é que um deputado (poderia ser uma senador, ministro) consegue burlar o fisco a ponto de construir um castelo e ainda é escolhido como corregedor da Câmara? Só pode ser piada... muita gente corroborou para que ele conseguisse obter recursos para ter esse castelo, no mínimo...

O que revolta é que a punição máxima aplicada é, para mim, um prêmio. Hoje, foi confirmado o seu afastamento do cargo de corregedor. Mas isso é muito pouco... é um prêmio. Ele deixa toda a pressão da mídia para trás e pode gastar o seu dinheiro obtido ilegalmente em paz. Que mensagem é passada para a sociedade? De que vale a pena roubar, ser político e conseguir o seu ganha-pão no vale-tudo.

Muitas mensagens na notícia do Estadão pedem cassação, o que também é pouco... nestes casos, o funcionário público deveria ser cassado, devolver o dinheiro com juros e ir para a cadeia, como qualquer outro ladrão comum, com a diferença que ladrões comuns nunca prometeram rezar pela boa administração do erário público.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A vida como ela é

Doubt traz um show de um elenco fantástico. Meryl Streep é a favorita ao Oscar deste ano, o que frustrará a ótima Kate Winslet; Philip Seymour-Hoffman continua afiado depois do seu Oscar por Capote; Amy Adams, para mim, merecia a estátua de coadjuvante (que deve ir para Penélope Cruz); e Viola Davis aparece por 5 minutos e de forma impactante.

No entanto, a indicação mais importante é do escritor-diretor John Patrick Shanley, autor também da peça de teatro na qual o filme se baseia. Shanley dá vida a uma história sem maniqueísmo. Para quem vê o trailer, a personagem de Streep parece a megera malvada que, talvez, acuse injustamente o personagem de Hoffman de molestar um aluno.

O filme, porém, mostra que as megeras nem sempre são malvadas ou simplesmente amargas. A vida é muito mais complexa do que as novelas e filmes comuns costumam mostrar. Nela, as pessoas não são totalmente más ou boas... apenas tentam sobreviver da melhor maneira possível.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ele tem que morrer!

Sei que ele é um dos melhores personagens da série, que o ator que o interpreta é fantástico (Michael Emerson), que sem ele Lost perde a graça... mas se eu sou a Sun, eu quero muito matá-lo... aliás, se eu estivesse lá, ele já teria morrido... que ódio desse fantástico desgraçado Benjamin Linus!

O capítulo de ontem só trouxe mais perguntas para a história, e ainda terminou respondendo duas perguntas, que só trazem outras: Jin está vivo e Rousseau terá a sua história continuada... pelo começo!

Eu amo essa série e para mim, o alívio que todos querem ao ter todas as suas respostas respondidas só nos leva a uma coisa: ao fim da brincadeira. Que pena!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

All ends well, when ends well

Ok, eu não sou Shakespeare e nem os escritores da série House... mas os caras são bons. O mais recente capítulo, "The Greater Good", é pura poesia. Me lembrou e muito ao filme Irreversível, não pelo tema pesado, mas pelo o que o filme quis passar com a sua câmera indigesta e a narrativa em flashbacks contínuos. Ali, o começo é o fim, onde tudo está mal, mas o fim é o começo, onde tudo está bem.

No capítulo de House, tudo começa bem; todos passam por grandes turbulências, mudam com suas experiências e voltam à estabilidade. Eles não são mais os mesmos, estão evoluídos. Logicamente que isso se aplica ao novo casal da série, Foreman e Thirteen, ao fiel escudeiro Wilson e ao quarentão Taub, superando uma crise em seu casamento.

House e Cuddy, o casal central (ou melhor, o tão esperado casal central), protagonizaram uma paródia de outro filme, não francês, mas sim americano: a Guerra dos Roses. A cena do tropeço de House foi hilária... mas o que queremos é uma definição para estes dois... como será e quando será que isso vai acontecer?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O jogo mais emocionante do mundo!!!

Não, não estou falando exatamente do Super Bowl. A final vencida pelos Steelers contra os Cardinals por 27 a 23 agora a pouco apenas vem ratificar a minha opinião. Apesar de ser apaixonado pelo nosso futebol, o americano é o mais cerebral, o mais emocionante, o mais tático e o mais cruel esporte coletivo do mundo!

E falando do jogo, apesar de Larry Fitzgerald ter feito uma pós-temporada fantástica, com dois touchdowns no jogo de hoje e ter vencido a defesa dos Steelers (o ponto alto do time), o ataque do time da Filadélfia apareceu, com uma jogada fantástica e crucial do QB Big Ben Roethlisberger e do atlético WR Santonio Holmes. Breathtaking!!

PS: Ok, a minha final era Chargers e Eagles... errei, mas o palpite da final eu acertei!