sexta-feira, 31 de julho de 2009

Livro: "O Clube do Filme" é um panorama do pensamento canadense


O Canadá sempre me pareceu um tanto sem graça e parte integrante e totalmente passiva dos EUA. Seria o maior e mais pacato estado americano. No entanto, no último ano, venho tendo contato com coisas do Canadá. Primeiro foi o Canadian Idol, onde soube que o país tem forte presença de imigrantes de todos os lados do mundo, europeus, africanos e asiáticos, e, aparentemente, a xenofobia é muito mais tênue que nos EUA ou Europa.

Agora, acabo de ler um livro que me chamou a atenção pelo tema, pela capa. "O clube do filme - Um pai, um filho. Três filmes por semana". Como repararam, sou cinéfilo e adoro tudo o que é relacionado à sétima arte. No livro, o autor David Gilmour faz uma proposta indecente ao filho que não gostava da escola - ele poderia deixar o colegial se assistisse junto ao pai três filmes por semana.

No decorrer da obra, temos um panorama do que parece ser a classe média canadense. Na verdade, talvez o Canadá pareça ser um lugar estramamente pacato por ser formado em sua maciça maioria por uma classe média despreocupada com problemas comuns no Brasil: aluguel, carro, trânsito, dificuldades no sistema de saúde. Lá, nada disso é um problema. Os canadenses parecem ser ingleses sem a empáfia, franceses sem a arrogância e americanos sem a violência.

Gilmour está no segundo casamento e troca de casa com a mãe de seu filho para poder cuidar do rebento adolescente que está dando trabalho. As duas mulheres se dão muito bem e todos vivem harmoniosamente. Algo impensável em uma cultura latina, onde as mulheres se degladiariam e o filho simplemente seria deixado de lado.

O cinema e as sessões dos filmes são meros temperos na história. O que realmente toca é a relação pai e filho e onde vai dar esta ideia maluca de deixar a escola para viver a vida de celulóide (se quiser ter uma idéia do que acontece com o filho no final, clique aqui). O livro é um ótimo passatempo para o fim de noite e/ou aquelas horas perdidas no trânsito, dentro do ônibus.

PS: Ah, e por falar em Canadá, minha amiga Clara Quintela está por lá e conta suas aventuras em seu blog e tem impressões muito interessantes do país. Como diria ela, "bora ler o meu blog?"

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ele vale tudo isso?


O sueco Zlatan Ibrahimovic é o melhor centroavante do mundo. Ponto. Mas ele vale o excelente atacante camaronês Samuel Eto'o mais 45 milhões de euros? Eu acredito que não. Ibrahimovic é mais técnico e tem muito mais jogo aéreo que Eto'o, mas não é mais rápido e nem mais passional que o africano. E talvez aí resida um problema junto à torcida do Barça, que é pura paixão.

Nos últimos anos, o Barcelona vem expelindo seus principais ídolos com a mesma energia que os idolatrou. Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho sentiram na pele e se refugiaram no Milan. É a chance do sueco fazer a viagem contrária, de Milão para Barcelona rumo ao último passo ao estrelato: falta a Zlatan o título da Liga dos Campeões.

E foi justamente falando deste título que Eto'o chegou a Milão. Sorte da Internazionale, que saiu lucrando muito com a transação.

sábado, 25 de julho de 2009

Public Enemies é o favorito ao Oscar


Expectativa cumprida. Sim, já aposto nisso no meio do ano. O filme de Michael Mann, Public Enemies, é o favorito ao Oscar. É uma película digna da melhor tradição do cinema americano: narrativa clássica (começo, meio, fim), câmeras fixas, planos inteligentes e artísticos, mas no american way of filming. E talvez, com uma pitada de modernidade: não há maniqueísmos, já que os antagonistas parecem simplesmente cumprir os seus destinos rumo ao inevitável.

O centro da história é o personagem de Johnny Depp, John Dillinger, um gângster que infernizou o meio-oeste americano, roubando bancos especialmente em Chicago. Melvin Purvis, interpretado por Christian Bale, é o caçador do mitológico superstar da época pós-Al Capone. Dillinger foi tão emblemático que seus crimes interestaduais precipitaram a criação de leis criminais federais nos EUA e as células policiais que o perseguiram deram origem ao famoso FBI.

O primeiro grande trunfo do filme é o diretor, Michael Mann, que treinou em realizar clássicos modernos em Heat e Collateral e agora finalmente conseguiu. Depois, o elenco internacional liderado por Depp, Bale e a francesa Marion Cotillard, vencedora do Oscar por Piaf. Desta vez, o prêmio máximo do cinema não deve escapar de Johnny Deep, que ano após ano brinda às platéias alternativas e dos multiplex com interpretações impecáveis, seja como o pirata Jack Sparrow, seja neste filme mais sério, como o gângster Dillinger.

Nos aspectos técnicos, edição, som e edição de som devem catapultar as indicações da premiação da Academia no próximo ano. Esperemos os concorrentes ao favorito!

Harry Potter com um ar de Senhor dos Anéis


A sexta aventura de Harry Poter nas telonas não pode mais ser chamada assim. Desde que a franquia foi assumida pelo diretor David Yates, tudo ficou mais sério, mais sombrio e melhor. Aspectos técnicos fazem parte do filme para enriquecer a história e não mais para ser apenas artifícios pirotécnicos que embelezam a tela. A nota alta fica por conta da fotografia do francês Bruno Delbonnel. Consultando o seu currículo no IMDB (O MELHOR SITE DA INTERNET), não é à toa que isso tenha me chamado a atenção: ele é o responsável nada mais, nada menos, pela fotografia de Amelie Poulain.

A trama de Harry Potter and the Half Blood Prince gira em torno de uma missão cujo o antagonista de Harry em Hogwarts deve realizar. Draco quase não fala até a metade do filme, mas o mistério intriga a todos. O ápice do filme é surpreendente e só será totalmente desvelado no epílogo cinematográfico que será dividido em duas partes, sob o título de Harry Potter and the Deathly Hallows Part I and II.

Não sou um leitor de nenhum dos livros, mas os ávidos fãs que conheço, meus amigos pessoais, reclamaram da infidelidade quanto aos aspectos emocionais do trio principal (Harry, Hermione and Ron). Sinceramente, estou mais interessado na trama principal, que cativa e instiga. Até 2011 saberemos como tudo termina na grande tela.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Fim de semana da gripe suína


Thank God, its Friday! Mas e daí? Com a gripe suína, somos orientados a evitar aglomerações. Mas como se divertir em São Paulo evitando aglomerações? Shoppings, cinemas, teatros e as tais baladas, nem pensar... estamos enjaulados, e ainda ajudados pelo frio e chuva.

Estava nos EUA quando os casos em Nova York eram apenas oito. E já tinha ficado com medo. Hoje, só no estado de São Paulo, as mortes já são o dobro disso. Tudo bem que são ínfimos os casos fatais, mas entre o grupo de risco estão os obesos e hipertensos. Ou seja, o jeito é ficar em casa, assistindo filmes, jogando videogame e assistindo futebol. Que pelo menos o Corinthians vença o Palmeiras rumo ao penta do Brasileirão!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

La Liga de las estrellas vuelve a molar mogollón*


O Campeonato Espanhol nesta temporada 2009/2010 volta a ser o principal centro de futebol do mundo. Tudo isso graças ao Barcelona. A arrasadora performance na temporada passada, com os títulos espanhol, da Copa do Rei e da Liga dos Campeões, além da humilhante goleada sobre o Real Madrid por 6 a 2 em pleno Bernabéu.

Com isso e a eleição do megalomaníaco Florentino Perez, o time da capital resolveu ser galáctico novamente. Contratou Kaká (por 65 milhões de euros), Benzema (por 35 milhões) e a estratosférica e midiática contratação do atual melhor do mundo, o português Cristiano Ronaldo, pelo recorde da história do futebol, 96 milhões de euros. Ainda podem chegar o volante espanhol Xabi Alonso e o habilidoso ponta francês Franc Ribery.

Como toda ação tem uma reação, o Barcelona quer melhorar o seu plantel que já conta com Iniesta, Daniel Alves, Xavi, Henry e Messi, talvez o atual melhor do mundo. O veloz camaronês Samuel Eto'o deve sair para a chegada do melhor centroavante do planeta, Zlatan Ibrahimovic.

Resta a nós, brasileiros, saber se o superclássico passará somente na Sky, que poucos têm, ou na ESPN ou até mesmo em algum canal aberto. Torçamos!


*"A Liga das estrelas volta a ser legal pra caramba", em gíria madrilenha.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Série A Bandeirante

O Campeonato Brasileiro da Série A pode ter em alguns anos a maioria de suas equipes vindas do estado de São Paulo. No atual campeonato, seis delas são paulistas. Além dos quatro tradicionais (Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo), Grêmio Barueri e Santo André estão fazendo bonito.

Vindos da Série B com o Corinthians, as duas equipes da Grande São Paulo estão ocupando posições dianteiras na tabela e o objetivo de permanece na elite do futebol brasileiro firma-se a cada rodada.

Se Série A e B terminassem hoje, Guarani, Ponte Preta e Portuguesa também subiriam, o Campeonato Brasileiro de 2010 teria já nove equipes paulistas. Uma tendência que no longo prazo pode se acentuar.

Qual será a resposta da CBF e dos clubes de outros estados a este quadro? Haverá uma artimanha tal qual a produzida pela Conmebol na Libertadores para evitar finais de equipes do Brasil limitando a cota paulista? O tempo dirá e, espero, poupe-nos de qualquer "jeitinho".

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Transformers reafirma cinema próximo ao videogame

Transformers 2 é um espetáculo somente para o cinema. A grande atração do filme é novamente os efeitos cada vez mais espetaculares dos robôs-caminhões-carros-aviões mutantes e suas batalhas (e é claro, Megan Fox!). Fora da grande tela, os efeitos se apequenam e talvez seja melhor jogar o filme e não vê-lo. Assim como outros blockbusters do verão americano, os efeitos e lutas aproximam o cinema dos consoles, que por vezes, suplantam a fonte em enredo e envolvimento do público com o tema.

A história é talvez um pouco mais consistente que a do primeiro filme, pois aqui, o protagonista Sam tem sua existência e importância um pouco mais detalhada. Em seu cérebro estão as informações vitais para que os robôs vilões continuem a perpetuar sua maldade pelo universo. O final, como todo filme, é previsível e dá brechas para a terceira aventura. O que interessa é a bilheteria e não críticas positivas. E na bilheteria, Transformers vai bem à beça.

sábado, 11 de julho de 2009

A agonia em forma de obra-prima


Filmes americanos sempre tratam do drama, do acontecimento que muda a vida do personagem central para sempre. Mas e depois, depois do fim, depois de tudo, o que acontece? Este é o ponto de partida do "Há tanto tempo que te amo" (Il y a longtemps que je t'aime), filme francês estrelado pela inglesa Kristin Scott Thomas (radicada na França desde os 19 anos).

O filme é uma mistura de "Mar Adentro" e "O quarto do filho", sem o melodrama excessivo do primeiro e contando com uma atuação espetacular, o que falta no segundo. Kristin nos brinda com um turbilhão de emoções. Entre a terra arrasada do começo até a redenção, lágrimas são raras, pontuais, certeiras e envolventes.

E o final, catártico, parece ser algo feito pelo melhor dos alfaiates, sob medida. Bravo, Philippe Claudel!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Mensagem ao senador Mercadante

Acabo de deixar uma mensagem no site do senador Aloizio Mercadante. Deixo o texto aqui, como registro:

"Senador. Em 1996, me lembro de estar descendo as escadas do Objetivo, na Paulista, e ter, com orgulho, ter apertado a sua mão. Gostaria de repetir este gesto nos dias de hoje, e com orgulho, apertar sua mão novamente. Mas para isso, se o senhor realmente é Senador por São Paulo, como diz aí em seu site, gostaria muito de ver sua reação diante do contínuo apoio do PT ao jurássico José Sarney. Sei que sua consciência clama pela deposição deste que é um ícone de tudo o que não queremos mais pelo nosso país. Tome a decisão que deixará o sr., a sua família e o nosso estado orgulhosos. Obrigado!"

A quem interessar possa, o endereço é www.mercadante.com.br.

Deu a louca nos senadores do Brasil

José Sarney, um dos ícones do coronelismo no Brasil, pode ser a única coisa a abalar a imagem quase divina do presidente Lula junto à maioria da população. Afundado em escândalos de nepotismo e tráfico de influência, Sarney reconquistou o apoio do PT para permanecer na presidência do Senado Federal graças ao apoio de Lula.

Nos próximos dias, a situação será resolvida. No entanto, será que a população aceitará a decisão de tudo acabar em pizza mais uma vez? Não seria o caso de todos nós não votarmos em mais nenhum senador e deputado que tenha ou já tenha tido um mandato em Brasília?

Fico decepcionado mais e mais, ano a ano, com os ícones da ética do PT, caso dos Senadores Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante. O primeiro se omite diante da lama na qual o seu partido se meteu; o outro, claramente desconfortável, faz o jogo que lhe é mandado.

Infelizmente, no caso do Brasil, a decisão do PT e dos senadores não é um clássico tiro no pé, com a decisão de Sarah Palin. Aqui, o Bolsa Família e os programas sociais compram a estabilidade política de um povo cuja a ética é ter um prato de comida diário na mesa.

Deu a louca nos governadores dos EUA

A folclórica Sarah Palin acaba de dar um tiro no pé. Resta saber se foi de escopeta ou de um reles 38. A governadora do Alasca deixará o cargo ao termino do mês. A especulação é que Palin já começará a campanha para ser a candidata democrata a presidente para a eleição de 2012.

Durante a última eleição, pela qual disputou como vice-presidente do derrotado John McCain, Palin foi criticada por sua pífia experiência admnistrativa, já que governava um dos estados menos populosos dos EUA, além de ser pouco conhecida.

Palin dá munição para a desconfiança que já paira sobre sua personalidade. Em sua única experiência, ela abandona o cargo. Como comentou um leitou do New York Times "é um ótimo jeito de deixar o governo do estado em um momento de instabilidade econômica (...) esta é uma liderança em que podemos confiar".

Pior do que a governadora do Alasca, que já alegou ter experiência em política internacional por conseguir ver a Rússia da sua casa, foi o governador da Carolina do Sul. Na semana retrasada, Mark Sanford sumiu do trabalho e de casa por uma semana para passar os sete dias em Buenos Aires com a amante. Será que ele não esperava nenhuma conseqüência pelo seu ato insano?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Libertadores é obrigação?

Sim, sou chato. Em vez de fazer um post comemorando, vou fazer sobre o futuro do Corinthians. O que mais está sendo afirmado nesta festa de conquista da Copa do Brasil é o "objetivo atingido de disputar a Libertadores no ano do centenário". Ou seja, a pressão pela conquista do único titulo que o Corinthians não tem começa desde de já.

E com esta pressão, todas as vezes o Corinthians sucumbiu, mesmo quando era melhor tecnicamente a todos os times da Libertadores, como em 2000. O que o Corinthians deve fazer quanto a Libertadores é simplesmente disputá-la todos os anos. Este sim, e não a Copa do Brasil, é o jeito mais fácil de ganhar o torneio continental.

Além disso, a concentração no Campeonato Brasileiro deve aumentar, já que a Copa do Brasil já está conquistada. Pois antes da Libertadores, podemos ser pentacampeões nacionais. E quem não quer mais esta taça?