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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Metafórico e com várias citações cinematográficas, "No Limite do Amanhã" surpreende

O trailer do novo filme de Tom Cruise (e a talentosa Emily Blunt - mais conhecida como a "Emily" de "O Diabo Veste Prada" - preciso ver "Young Queen Victoria" - shame on me) não parece vender muito bem a produção. Em uma era em que o cinema está infestado de CGIs e não muito repleto de bons roteiros, o que esperar de um filme em que o protagonista está em uma guerra contra alienígenas que invadem o planeta e em que ele morre repetidas vezes, até aprender a derrotá-los? Praticamente é entregar-se a tendência onde videogames e cinema só vão ter uma diferença: um você controla, o outro, você apenas assiste.

Essa era a minha expectativa sobre "No Limite do Amanhã/Edge of Tomorrow". Que bom que foi assim. Esqueci de apenas alguns detalhes: um dos roteiristas é Cristopher McQuarrie (do marco "Os Suspeitos/Usual Suspects - ok, ele também escreveu a bomba "O Turista/The Tourist) e, principalmente, o diretor é Doug Liman. Isso fez toda a diferença entre uma baixa expectativa e um ótimo filme.

Emily Blunt e Tom Cruise revivem o Dia D no século XXI no excelente "No Limite do Amanhã". Foto: cinemablend.com

As credenciais de Liman tem dois grandes filmes (que eu tenha visto): o primeiro "Bourne" (a Identidade), o filme que praticamente redefiniu os filmes e os heróis de ação (sérios) do século XXI, e o subestimado "Sr. e Sra. Smith". E é com o filme que reuniu, em todos os sentidos, o casal mais famoso do cinema atual (Brad Pitt e Angelina Jolie), que "No Limite do Amanhã" mais se aproxima. Se aquilo que parecia uma guerra de agentes secretos era na verdade uma metáfora para uma crise matrimonial em "Sr. e Sra...", "No Limite..." é uma releitura do Dia D, a invasão da Normandia, na Segunda Guerra Mundial, trazida para o século XXI (e se tornando uma possível releitura de "O Resgate do Soldado Ryan/Saving Private Ryan").

O começo do filme já quebra as pernas de qualquer preconceito que você possa ter contra o filme, com um Tom Cruise covarde diante de um duro coronel interpretado por Brendan Gleeson. Toques de humor, negro por vezes, como o atropelamento de Cruise por um caminhão, afastam o filme de qualquer tom de patriotada esperado. E o desespero dramático da repetição exaustiva de um mesmo dia, em oposição à comicidade do melhor filme sobre um eterno dejà vu ("Feitiço do Tempo/Groundhog Day"), também alijam "No Limite..." de qualquer semelhança com videogames.

No final, há ainda um dejà vu de "O Código DaVinci", mas não vou falar mais... até porque, tudo o que escrevi pode ser apenas o que eu li do filme. Talvez o filme seja apenas um retrato de situações em que não importe quem você seja, você apenas tem que fazer, a todo o custo, o que deve ser feito.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Cineastas de "Bourne" revisitam a farsa do Iraque


Nestes últimos dias, assisti a dois filmes que tem algumas ligações entre si: na TV a cabo, vi "Zona Verde" (Green Zone), dirigido por Paul Greengrass e estrelado por Matt Damon, sobre a farsa das armas de destruição em massa que o Iraque supostamente possuía. No cinema, estreou "Jogo de Poder" (Fair Game), dirigido por Doug Liman e estrelado por Naomi Watts e Sean Penn (foto), sobre a a farsa das armas de destruição em massa que o Iraque supostamente possuía.

Se a temática é a mesma, os cenários são diferentes: enquanto Greengrass abordou o pretexto falso do início da Guerra do Iraque in loco, num misto de documentário com filme de ação, em meio aos militares e o comando americano em Bagdá, Liman escolheu Washington e a CIA como cenário, em um filme que mistura thriller político com o gênero de espionagem.

Além das handcams comuns nos filmes de ambos, Liman e Greengrass também dividem o passado da Trilogia Bourne: o primeiro filme foi dirigido por Doug, que deu vida ao personagem literário de Robert Ludlum e mudou o jeito de se pensar os agentes secretos na telona, Greengrass aprimorou a experiência com raras duas sequências ainda melhores que o original.

Voltando aos dois filmes em questão, ficam duas interrogações: quando será a próxima vez que a opinião pública americana será enganada por um engodo do governo e a mídia o ajudará e quando será que Sean Penn se colocará fora de um papel de si mesmo - um ativista politicamente correto radical? Não me entendam mal, sou a favor de tudo o que Penn defende... só gostaria de vê-lo, como ator, em um papel de um vilão... que tal um Senador Republicano ao estilo Joseph McCarthy?