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segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Lars von Trier continua obcecado pelo Apocalipse com "Melancolia"
"Melancolia" reforça a fase de busca pelo apocalipse do diretor mais polêmico e criativo do cinema atual, Lars von Trier. O filme não é tão impactante quanto o anterior, "Antichrist", mas reforça a fase do dinamarquês em que o final dos tempos não sai de sua cabeça.
Se no último filme o universo minimalista do fim está no mundo das ideias e no sexismo, aqui, o final é literal. Melancolia, além de se referir ao sentimento, é um planeta que entra em rota de colisão com a Terra e vai alterando o comportamento da protagonista, Kirsten Dunst, que venceu (talvez não merecidamente) o prêmio de melhor atriz no festival de Cannes.
Assim que o planeta aparece, a personagem tem sua vida e humor afetados, justo na noite de seu casamento. Assim, von Trier parece reforçar que uma crença tida como lúdica nos dias de hoje, a Astrologia, poderia ou deveria ser levada a sério. Neste ponto ideológico, o filme relembra o anterior, que busca em ideias retrógradas (de que as mulheres são o pecado no mundo) e vanguarda de um século que talvez já tenha experimentado todas as "novas ideias".
Na segunda parte do filme, a protagonista e sua irmã, interpretada magnificamente por Charlotte Gainsbourg, recriam os sentimentos da sociedade humana diante do fim. Elas são acompanhadas pelo cunhado/marido metido a astrônomo Kiefer Sutherland (!), que neste microcosmo, seria todos os cientistas que garantiram, errôneamente, que o fim não chegaria. Enquanto a melancólia e depressiva Dunst fica mais cética e indiferente diante da aproximação inevitável do gigantesco astro, Gainsbourg se desespera e dá brilho a um filme menor de von Trier.
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domingo, 23 de agosto de 2009
"Antichrist" completa trilogia desmitificadora de von Trier

Assisti à preestreia de "Antichrist", o novo filme do cineasta mais polêmico dos últimos 15 anos, o dinamarquês Lars von Trier. Sou absoluto fã do diretor, e mais uma vez, ele faz um filme extremamente impactante, em que você pode gostar ou não, mas nunca ficar indiferente.
Confesso que levei algum tempo para digerir o filme, para voltar a me sentir bem. A sensação de desconforto e sim, terror, é muito forte. Situo o filme como parte de uma trilogia desmitificadora, junto a "Dogville" e "Manderlay". Nos três filmes, von Trier mostra que a natureza humana é má (quem me conhece, sabe que concordo totalmente com isso), mesmo nos guetos em que se acredita que não. Em "Dogville", a cidadezinha minúscula e pacata, esteriótipo do "bom selvagem" de Rousseau é a massacradora de uma fugitiva que vira escrava na mão dos "inocentes" caipiras; em Manderlay, os ideais abolicionistas caem por terra, mostrando que mesmo uma comunidade negra, sempre retratada como vítima pela sociedade, pode conter a sua dose de maldade.
Em "Antichrist", von Trier apresenta uma tese um pouco mais provocadora, e, gostaria de comentários, pois isso foi o que eu entendi: as mulheres, sempre retratadas como vítimas pela história, seriam diabólicas, filhas de satã e manipuladoras, assim como as bruxas dos séculos XV e XVI eram descritas. O final do filme mostra que não há saída para as artimanhas femininas... seriam elas, o anticristo da sociedade machista? A ironia é que hoje, no século XXI, a teoria mais chocante e manipuladora, de extrema esquerda digamos, seja a posição arcaica e de extrema direita de outrora.
Teorias à parte, as imagens do prólogo em superslow são belíssimas e as atuações de William Dafoe e Charlotte Gainsbourg, fantásticas. Destaque, é lógico, para Gainsbourg, possuída por uma psicose que ficará para os anais da história do cinema. Tenho medo dela só de lembrar... mas que voz sensual, ao mesmo tempo...
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