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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
"A Fita Branca" tenta delimitar o fim da inocência
Um vilarejo do início do século XX da então rural Alemanha é o cenário do excelente filme de Michael Haneke, "A Fita Branca", indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor fotografia. O cotidiano aparentemente bucólico do local começa a ser perturbado por contudentes acidentes e agressões que em um filme americano seria um thriller se suspense em busca do culpado.
Mas Haneke está muito mais interessado nas causas que levam todos nós, os culpados, a sentirmos ódio, luxúria, egoísmo, ganância, vingança em vez da pura e simples compaixão.
A tal fita do título é um instrumento usado para lembrar as crianças do tempo de inocência. E através das várias relações humanas demonstradas em perfeita fotografia em preto e branco, a história tenta delimitar quando a fita é retirada de nós, não fisicamente, mas metaforicamente, direto de nossas almas.
Uma interessante metáfora do filme é com o limiar da Primeira Guerra Mundial, pois a história se passa pouco antes do fato: em todas as casas, há sempre cinco, seis, sete crianças, prontas, para uma após a outra, perderem suas "fitas brancas" e sentirem, como várias bombas em série, todos os sentimentos citados acima.
Seria a explosão demográfica o mal do século? Ou melhor, dos séculos? Ou talvez um prenúncio da geração que tornaria o nazismo real? Bem-vindo de volta ao circuito do cinema europeu, onde o filme só acaba com a sua interpretação da história e não há uma só ou certeira resposta.
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Um comentário:
Ah, depois passa lá no meu blog ver o que perdeu no sábado. rsrsrs
Acho que teria gostado. ;-)
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