Mostrando postagens com marcador Christian Bale. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Christian Bale. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Questionamentos quase validam o medíocre "Exodus"

"O Deus do Antigo Testamento é talvez o personagem mais desagradável da ficção: ciumento, e com orgulho; controlador mesquinho, injusto e intransigente; genocida étnico e vingativo, sedento de sangue; perseguidor misógino, homofóbico, racista, infanticida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, malévolo." O trecho do livro "Deus, um Delírio", de Richard Dawkins, deve ter inspirado e muito o diretor e produtor Ridley Scott quando concebeu uma nova versão para uma das histórias mais marcantes da bíblia: o Êxodo.

Sim, pois o risco de se mexer com um épico do cinema como "Os 10 mandamentos" é enorme. Não há dúvidas que Ridley Scott quis novamente fazer um épico com "Exodus". Quase conseguiu com "Gladiador" (tentando seguir "Spartacus"), mas com certeza falhou em sua nova superprodução. No elenco, se Christian Bale não comprometeu, também não brilhou; os veteranos-deuses Sigourney Weaver e Ben Kingsley foram subaproveitados; e a nova safra de atores, como Aaron Paul, parece ter sofrido com a evidente má edição do filme, que deve ter perdido no mínimo uma hora da versão do diretor por razões comerciais. 

Fora a maquiagem ruim em um elenco caucasiano demais para retratar o Egito antigo. Ponto para Mel Gibson, que com "A Paixão de Cristo", além de escolher um elenco etnicamente crível, fez todo mundo falar aramaico e latim. Espetáculo!

Mas voltando ao início e ao título da postagem. Apesar de não conseguir retratar tão bem historicamente a passagem bíblica como o filme de Cecil B. De Mille (o mestre dos épicos) ou a relação fraternal de Ramsés e Moisés como a animação "O Príncipe do Egito" (onde Ralph Fiennes, dublando Ramsés, teve uma atuação melhor que qualquer ator de "Exodus"), o filme traz um elemento novo: o questionamento da posição de Deus diante de todas as pragas acontecidas no Egito e também da personalidade de Moisés. Representado por um menino, e não uma voz do além atrás de um "burning bush", Deus realmente parece ser, no mínimo, vingativo. Já Moisés é muito mais um general assassino egípcio do que um pastor errante hebreu em boa parte do filme.

Apesar destes pontos positivos, desafiadores e modernos, o filme não se sustenta como um filme de Ridley Scott com grande elenco. Esperava mais, muito mais.


A parceria entre os grandes Ridley Scott (diretor) e Christian Bale (ator) não deu liga em "Exodus" - foto: patdollard.com

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"The King's Speech" leva quatro estatuetas


O filme favorito, que ultrapassou "The Social Network" nas apostas desde o começo do ano, venceu. "The King's Speech" (O Discurso do Rei) levou as estatuetas de filme, direção (Tom Hooper confirmou o favoritismo apesar da fama e talento de David Fincher), ator (Colin Firth venceu todos os prêmios desde o começo do ano) e Roteiro Original. Faltou ao filme outros prêmios para embasar o seu grande favoritismo (como minhas apostas em fotografia, direção de arte e figurino).

À Rede Social restou seus prêmios incontestáveis de Edição, Roteiro Adaptado e Trilha Sonora (extremamente original). Outros incontestáveis foram a atriz, Natalie Portman, que conquistou público e crítica por seu "Black Swan", e os coadjuvantes do filme "The Fighter", Melissa Leo e Christian Bale.

Eu não fui tão bem nos palpites, ignorando os prêmios técnicos de "Inception" (que levou quatro prêmios - fotografia, efeitos visuais, som e mixagem) e "Alice" (figurino e direção de arte). Na quinta, estreia aqui em São Paulo o vencedor de filme estrangeiro, o dinamarquês "In a Better World", outro erro nas minhas apostas.

Mal posso esperar pela nova safra de filmes e uma nova reunião com os amigos. Grande noite!

PS: ah, a lista completa, sempre lá, no melhor site da internet!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Coadjuvantes brilham no naturalista "O Vencedor"


Muitos podem falar que o filme favorito a dois Oscar nesta premiação é "mais um filme de boxe". Ok, o esporte está lá, o protagonista e seus coadjuvantes respiram este estilo de vida, mas, no meio do filme, você percebe que a história gira muito mais em torno de uma família desestruturada, ou se você preferir, uma família comum, que se sente importante devido ao esporte, mas está na verdade, se partindo devido às drogas e ao desinteresse por levar a vida realmente à sério.

Mark Wahlberg é o protagonista e produtor de "O Vencedor" (The Fighter), a história real da vida dos irmãos Micky Ward, que tenta caminhar no mundo do boxe treinado pelo seu irmão mais velho e viciado em crack, Dick Eklund (Christian Bale, mais uma vez fantástico e favoritíssimo ao prêmio de coadjuvante). A maior glória de Eklund foi ter nocauteado (?) Sugar Ray Leonard, em 1978. Desde então, ele e sua mãe (Melissa Leo, também incrível no papel de uma matriarca decadente e iludida e também favorita à estatueta de coadjuvante) acreditam que já fizeram o bastante e que os problemas se resolvem facilmente.

O conflito entre o mundo real, o qual Wahlberg quer alcançar, e a ilusão, partilhada por seus parentes, é o mais interessante neste filme em que o boxe é uma luta secundária.

PS: Amy Adams, que vive a namorada de Wahlberg, também foi indicada. Bale, além da grande atuação, chamou a atenção pela incrível transformação física para se parecer com um viciado em crack. Magro e alucinado, levou todos os prêmios de melhor coadjuvante até aqui.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Screen Actors Guild reforça "O Discurso do Rei" para o Oscar


A singeleza genial do pitoresco "O Discurso do Rei" foi agraciada mais uma vez com o prêmio principal do sindicato dos atores de Hollywood, o Screen Actors Guild. O filme levou o esperado prêmio de melhor ator para Colin Firth, como o rei gago George VI, e o nem tão esperado prêmio de mlehor elenco para os também excelentes Helena Bonham Carter, como a rainha Elizabeth, e Geoffrey Rush, o terapeuta Lionel Logue.

Com este reconhecimento, "O Discurso do Rei" chega ao Oscar podendo destronar o favorito "A Rede Social". Além de ser o filme com mais indicações, 12, já venceu também no sindicato dos diretores e dos produtores. Se atores, diretores e produtores premiaram o filme inglês, boa parte dos votantes do Oscar indicam a vitória do pequeno filme do diretor Tom Hooper.

No restante da noite, nada de surpresas. Melissa Leo e Christian Bale, ambos do filme "The Fighter", venceram as estatuetas de coadjuvantes. Natalie Portman ganhou como melhor atriz e Modern Family, como comédia, e Boardwalk Empire, como drama, levaram por melhores séries da TV.

Ah, claro... a lista completa está lá... (IMDB) onde mais?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Globo de Ouro: "A Rede Social" vence, mas não convence como outros


Há muitos anos, talvez ainda no outro milênio, quando ainda assistia às transmissões do Carnaval, lembro de um comentário sobre a Imperatriz Leopoldinense, uma escola que era perfeita tecnicamente, mas que não conseguia levantar o sambódromo como outras escolas mais tradicionais. Esta é a impressão que fica sobre a vitória de "A Rede Social" no Globo de Ouro desta noite, com quatro prêmios.

Três deles são absolutamente incontestáveis: direção e roteiro são uma dupla infalível para fazer um filme de grande qualidade. Sem David Fincher e Aaron Sorkin, respectivamente, a história sobre o Facebook poderia muito bem ser um filme B da Sessão da Tarde. E o prêmio ainda mais merecido foi para a trilha sonora de Trent Reznor e Atticus Ross, original, obscura e muito vanguardista.

Mas o que, na minha opinião, faz o prêmio de melhor filme questionável é o que os outros filmes conseguiram na noite. O vencedor de melhor musical ou comédia, "The Kids are all right" (que eu só vi graças à internet, no sábado retrasado), tem tudo o que falta para "A Rede Social": alma, emoção e grandes atuações. Annete Benning (foto), também vencedora, beira à perfeição no papel da mãe lésbica controladora que está prestes a perder as rédeas de sua família.

A noite toda foi bastante previsível, com "The Fighter" (favorito ao prêmio principal do Screen Actors Guild do dia 30 de janeiro) levando os prêmios de melhor ator e atriz coadjuvantes (Christian Bale e Melissa Leo), e Natalie Portman e Colin Firth nas categorias principais (por "Black Swan" e "The King's Speech").

O Oscar não deve muito diferente nestas categorias, mas o filme a ganhar mais visibilidade na noite mais importante de Hollywood é "Inception", de Christopher Nolan, que deve ser o favorito nas categorias técnicas como fotografia, som, edição de som e edição.

E como sempre, confira a lista completa no melhor site da internet, IMDB.

sábado, 25 de julho de 2009

Public Enemies é o favorito ao Oscar


Expectativa cumprida. Sim, já aposto nisso no meio do ano. O filme de Michael Mann, Public Enemies, é o favorito ao Oscar. É uma película digna da melhor tradição do cinema americano: narrativa clássica (começo, meio, fim), câmeras fixas, planos inteligentes e artísticos, mas no american way of filming. E talvez, com uma pitada de modernidade: não há maniqueísmos, já que os antagonistas parecem simplesmente cumprir os seus destinos rumo ao inevitável.

O centro da história é o personagem de Johnny Depp, John Dillinger, um gângster que infernizou o meio-oeste americano, roubando bancos especialmente em Chicago. Melvin Purvis, interpretado por Christian Bale, é o caçador do mitológico superstar da época pós-Al Capone. Dillinger foi tão emblemático que seus crimes interestaduais precipitaram a criação de leis criminais federais nos EUA e as células policiais que o perseguiram deram origem ao famoso FBI.

O primeiro grande trunfo do filme é o diretor, Michael Mann, que treinou em realizar clássicos modernos em Heat e Collateral e agora finalmente conseguiu. Depois, o elenco internacional liderado por Depp, Bale e a francesa Marion Cotillard, vencedora do Oscar por Piaf. Desta vez, o prêmio máximo do cinema não deve escapar de Johnny Deep, que ano após ano brinda às platéias alternativas e dos multiplex com interpretações impecáveis, seja como o pirata Jack Sparrow, seja neste filme mais sério, como o gângster Dillinger.

Nos aspectos técnicos, edição, som e edição de som devem catapultar as indicações da premiação da Academia no próximo ano. Esperemos os concorrentes ao favorito!