terça-feira, 11 de agosto de 2009

G.I. JOE faz da Hasbro a campeã do verão americano


Good guys, bad guys e um objetivo único, além da bomba que é destruída no último minuto. G.I.JOE não é uma obra que prima pela originalidade em seu roteiro ou diálogos, cheios de clichês militares. Aliás, o filme conta com os esteriótipos para construir rapidamente os rasos perfis psicológicos dos múltiplos protagonistas, ganhando tempo para a ação.

E é na ação que o filme ganha o espectador, pois foi somente o que sempre prometeu. Para isso, os produtores foram cirúrgicos na escolha do diretor. Na metade do filme, meu cérebro, enebriado pelos efeitos especiais, processava que a direção era realmente boa. E no final, nos créditos, lembrei quem era Stephen Sommers: simplesmente o cara de "A Múmia", o único filme em décadas a conseguir chegar aos calcanhares de "Indiana Jones" no gênero aventura. E sendo Sommers quem é, isso explica os cameos de Brendan Fraser e Arnold Vosloo, os antagonistas da franquia do final dos anos 90 e começo dos anos 2000.

Voltando a G.I.JOE, a câmera e os efeitos especiais não param, mas ao contrário de Transformers, isso não prejudica a assimilação de tudo o que acontece nas cenas. Outro acerto dos produtores foi tirar a história dos anos 80 (de nossa infância) e situá-la em um "futuro não muito distante". Isso nos remete à simbiose que sempre houve entre a tecnologia empregada na ficção e na realidade. Muito do que vimos em filmes passados acabou tornando-se realidade (como os touch-screens de Minority Report, os hologramas de Star Wars ou os video-fones de 2001, Uma Odisséia no Espaço). O que não deve ser diferente do que é apontado em G.I.JOE, com bombas nanotecnológicas e superexoesqueletos para soldados.

Mas o maior mérito do filme (do ponto de vista da indústria cinematográfica americana) é tornar a Hasbro, indústria de brinquedos que flertou com a TV nos anos 80, a grande campeã do verão americano. Transformers 2 é o grande blockbuster do ano, com quase US$ 400 milhões só nos EUA, e G.I.JOE (superior ao campeão) estreando no topo das bilheterias em seu primeiro final de semana, com quase US$ 55 milhões.

A nota curiosa fica por conta da perseguição em Paris, cheia de erros geográficos: eles sobem a Champs-Elysées, passam pelo Arco do Triunfo e, segundo a história, estão indo para a Torre Eiffel. No entanto, passam pela Notre Dame e Opera, no que seria um desvio um tanto grande.

Nenhum comentário: