segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Exagero dramático marca tom de "Biutiful"


O filme "Biutiful", a mais recente produção do diretor cult mexicano Alejandro González Iñárritú, de Babel e 21 Gramas, é carregado no drama, como todos já é marca do cineasta. A produção pode ser encarada até mesmo como um filme documental, que mostra o lado feio de Barcelona: imigrantes chineses em trabalho semi-escravo produzindo mercadorias piratas para imigrantes africanos venderem nas ruas.

O protagonista, vivido por Javier Bardem (já icônico como o ator latino de Hollywood, tomando o posto de Antonio Bandeiras como muito, muito mais talento), é o atravessador de toda a situação, controlando o pagamento de propinas para que a polícia deixe este submundo continuar vivendo. Além disso, Uxbal, seu personagem, tem que cuidar de dois filhos pequenos, frutos de um relacionamento fracassado com uma mulher bipolar e drogada.

Só isso já bastava para garantir o drama, mas o exagero de Iñárritú quis que Uxbal também sofresse de câncer terminal e ainda fosse uma espécie de Haley Joel Osment ("I see dead people"). O filme se perde em meio a tantas linhas a se seguir e acaba deixando perguntas das razões pelas quais tanta desgraça se abate em um único homem.

Alheio aos problema de roteiro, Bardem brinda a todos com mais uma grande atuação, indicada ao Oscar. Vale... por ele.

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