sábado, 5 de fevereiro de 2011

Natalie Portman entrega a alma em "Cisne Negro"


Finalmente. Um filme desta safra do Oscar que simplesmente me tirou do cinema, me fez torcer pela protagonista mesmo em sua esquizofrenica loucura em busca da perfeição e que me deixou na dúvida se na última meia hora de projeção eu sequer pisquei alguma vez. "Cisne Negro" (Black Swan) já havia me conquistado pela primeira vez em novembro, quando vi o trailer. É o melhor thriller-psicológico desde "Misery", com Kathy Bates.

O filme é o que eu esperava e muito mais. Lá estão os elementos que fez do diretor Darren Aronofsky um dos queridinhos do circuito cult: movimentos fechados e "irregulares" da câmera, a loucura dos protagonistas, a metamorfose como metáfora de seus desejos e aqui, mais do que talvez em qualquer um do seus filmes, uma atuação que é espetacular em todos os segundos.

Natalie Portman começa seu show demonstrando uma fragilidade ímpar da bailarina infantil e dominada pela mãe (interpretada por Barbara Hershey), Nina Sayers. Com o perigeu da bailarina principal de sua companhia (Winona Rider), o diretor (Vincent Cassel, ótimo) está prestes a escolher uma substituta.

Nina é escolhida, mas vê seu posto ameaçado por uma novata impulsiva e apaixonante, mas que não prima pela técnica de Sayers. A escolha de Mila Kunis para este papel e sua semelhança física com Portman não é mero acaso, e colabora para a asfixiante transformação da protagonista rumo ao seu objetivo final... não sem irreversíveis conseqüências.

Todos os prêmios vencidos por Portman até aqui são pouco para um trabalho tão brilhante. Screen Actors Guild e o Globo de Ouro já foram arrebatados pela jovem que é, de longe, favoritíssima ao prêmio de melhor atriz por um papel que não é só o destaque deste ano, mas talvez, da última década.

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