quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A dengue está fora de moda? Prepare-se para uma nova febre: a Chikungunya!

Com os protestos, calor infernal, Copa do Mundo e Olimpíadas de Inverno na ponta da língua da imprensa e mídias sociais, uma pauta fixa dos nossos verões está em baixa por aí: a dengue. A doença, que tornou-se endêmica, epidêmica e vergonhosa em nosso país (que cronologicamente está no séc. XXI, lembremos), é transmitida pelo conhecido e famoso mosquito Aedes Aegypti, que habita nossas memórias da infância como um dos animadores de palco do programa da Xuxa, na década de 80.

Mas o famoso Dengue, caso surgisse no sudeste asiático ou na África, poderia ter um nome muito mais difícil de se pronunciar, praticamente fadado ao fracasso: Chikungunya. O vírus desta doença por um acaso é transmitido também pelo mesmo mosquito e, até poucos meses atrás, somente registrava casos na Ásia, Europa e África.

Dengue (ou Chikungunya?) e Xuxa - duplinha animada das manhãs dos anos 80 - Foto: http://www.tribuneiros.com/2008/03/19/tudo-sob-controle-no-reino-de-cesar-maia/
Isso, no entanto, é passado. Como indica matéria de Frances Robles, no New York Times, a Chikungunya chegou ao Caribe nos últimos dois meses, com mais de 3.700 casos confirmados. O novo mal espalhado pelo Aedes Aegypti já causou o declínio de 75% da procura por viagens na pequena ilha de Saint Martin.

Enquanto a matéria tranquiliza os americanos sobre a possibilidade da Chikungunya se espalhar pelos EUA, reforça a que a ocorrência nas Américas Central e do Sul é bem provável. E como isso aconteceria? Segundo Leonardo Weissmann, médico infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Professor do curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, já há casos importados no Brasil e a maior presença de turistas caribenhos infectados - e se houver um aumento no número de vetores (mosquitos) -, a Chikungunya pode sim se espalhar pelo Brasil.

Mas quais são os sintomas da Chikungunya? Praticamente os mesmos da dengue, como febre alta, dores nas juntas e musculares. A diferença é que a dengue pode ser fatal, enquanto a Chikungunya raramente é. As dores, no entanto, permanecem por muito mais tempo na "nova" doença, atormentando por meses.

E quais são as chances de uma pessoa pegar as duas doenças? Baixa, mas pode acontecer sim: "Se um mosquito que carrega os dois vírus picar uma pessoa, ela pode desenvolver as duas doenças", explica Weissmann ao "Vou Falar de Tudo". O médico ainda ressalta que é difícil afirmar, neste novo cenário, se isso causaria mais mortes, mas com certeza aumentaria a ocorrência e intensidade dos sintomas nos infectados.

Portanto, se não é possível controlar o tráfego aéreo e o fluxo de turistas que podem estar infectados com a nova febre, torna-se ainda mais importante o combate ao mosquito Aedes Aegypti, não deixando a água acumular (sem chuvas, como estamos, é até mais fácil). A não ser que queiramos pegar esta nova febre.... repita comigo: CHI-KUN-GU-NYA.

Além da dengue e da Chikungunya, o Aedes Aegypti também transmite a já conhecida febre amarela. O bichinho não é fraco não! - Foto: NYT/AP

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