domingo, 8 de agosto de 2010

“A Origem” é especialização de DiCaprio em subconsciente


Leonardo DiCaprio protagonizou os dois melhores filmes da safra Oscar 2011 até agora. E os dois têm a temática do subconsciente como vital para suas histórias envolventes e enigmáticas. Mas se “Shutter Island” (Ilha do Medo) de Scorcese é superior nos planos, trilha sonora e atuações, o novo Inception aposta em um roteiro aberto para intrigar os telespectadores, além de efeitos visuais que aproximam a ação da temática da produção: os sonhos.

O que irá mover todos a assistir este grande filme não são exatamente os 148 minutos do filme, mas a discussão sobre o que fica para cada um no final. Muitos podem entender que o peão caiu e tudo era realidade; outros podem ficar com o final mais romântico, em que nada mais importa, somente que o mocinho encontre sua família. Mas ainda há uma terceira opção, que é interpretar a própria narrativa do filme, uma espécie de manual de um jogo que se explica somente quando é jogado.

No filme, nos é ensinado que nunca sabemos quando um sonho começa (e o filme começa assim); que a ideia implantada na mente de alguém vira uma obsessão (DiCaprio precisa encontrar os filhos); a ideia para parecer original deve parecer ser sugerida pelo protagonista (DiCaprio procura o pai para ajudá-lo a desenhar o mundo dos sonhos os quais quer interferir). É aí que entra minha interpretação. Para salvar o filho e deixá-lo em paz após a morte da mulher, o personagem de Michael Caine criou o sonho que vemos como filme para salvar DiCaprio.

Interpretações à parte, dizem que uma obra de arte só se completa com o entendimento subjetivo do receptor. E quanto mais essa subjetividade é legítima nos diferentes receptores, mais artística é a obra. Pois bem, “A Origem”, do excelente diretor Christopher Nolan, é um bom exemplo para tal.

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