Como já disse no tópico de Changelling, Clint Eastwood é, na minha opinião, o maior e melhor cineasta americano. Americano pois segue a escola de D. W. Griffith, ou seja, é uma narrador clássico, que raramente apela para uso de flashbacks ou a utilização de posicionamentos não-convencionais de câmera.
Mesmo flertando com a previsibilidade e com alguns clichês, Clint Eastwood sempre surpreende, sempre emociona. E em Gran Torino, além da habitual impecável direção e a tocante trilha sonona, o ícone do cinema americano nos brinda com sua possível última atuação. Infelizmente, o filme e Eastwood foram ignorados pelo Oscar.
No filme, o personagem Walt Kowalski se vê desconectado do mundo após ficar viúvo. Ele não reconhece os valores de sua América em sua própria família ou na devastada Detroit, antes, centro econômico dos EUA, agora, uma terra devastada pela pré-falência da indústria automobilística.
Em um mundo em que ele é um estranho, Kowalski se conecta com os estrangeiros que acabam de se mudar ao seu lado. Imigrantes do sudeste asiático, os jovens Sue e Thao logo têm uma relação paternal e professoral com o velho Eastwood, que vê nesta relação, mesmo que não abertamente, sua última e relevante missão.
O final do filme volta a nos lembrar que a paz nesta Terra parece estar ligada à sacrifícios humanos, seja em Detroit, seja na Judéia, em qualquer época que você queira pensar. Quando isso acabará?
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