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terça-feira, 22 de setembro de 2009
Amantes dá imagens à literatura tradicional
O filme Amantes (Two Lovers) tem como mérito principal a direção e roteiro de James Gray. A importância do diretor ter escrito a história está no acompanhamento quadro a quadro de cada emoção que a história quer passar, em nuances quase imperceptíveis que, ao longo do filme, resultam em um excelente trabalho.
A história é centrada no personagem de Joaquin Phoenix e seus dois destinos, representados por Gwyneth Paltrow e Vinessa Shaw. Todos estão à beira dos trinta anos e vivem dilemas amorosos um tanto adolescentes, o que nos faz pensar que o elenco está um pouco envelhecido para a representação.
Ledo engano. Exatamente por estar beirando os 30, eles precisam tomar um rumo, uma decisão final sobre como serão suas vidas dali pra frente. A personagem de Phoenix viverá um amor ardente com a drogada Paltrow ou pensará na segurança dos negócios de sua família, judia, ao casar-se com a patrícia personagem de Shaw?
Cena a cena, segundo a segundo, e contando com a ótima interpretação de Phoenix, o filme engrena e emociona, em uma narrativa muito semelhante aos clássicos da literatura do final do século XIX e começo do XX. Outro destaque do elenco vai para a elegante Isabella Rossellini, envelhecida, no papel de mãe, mas como um ótimo vinho italiano, claro.
Infelizmente, para azar do filme e de Phoenix, que poderiam até serem indicados ao Oscar, a esquizofrênica entrevista do ator principal a David Lettermann acabou sendo uma publicidade bem negativa para a produção.
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